Publicado em 19 de julho de 2018 às 01:05
Mesmo depois de dois anos do desabamento da área de lazer do condomínio Grand Parc Residencial, na Enseada do Suá, em Vitória, a investigação para descobrir os culpados da tragédia ainda não foi concluída. Uma pessoa morreu e outras quatro ficaram feridas quando a área desmoronou sobre a garagem. Trezentos veículos foram esmagados e as três torres de apartamentos foram interditadas. A previsão é de que os moradores voltem ao local em um ano.>
O inquérito policial já foi concluído e encaminhado à Justiça, segundo a Polícia Civil. No entanto, de acordo com a PC, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) requisitou outras diligências e, por isso, a investigação segue em andamento.>
Procurado na tarde de quarta-feira (18), o MPES não informou o que falta para a conclusão da investigação. Em janeiro, o órgão disse, por meio de nota, que a diligência requerida no inquérito policial ainda se encontrava em cumprimento para reunir elementos probatórios necessários para apontar a autoria..>
Apesar da investigação ainda não ter um desfecho, um laudo da perícia da Polícia Civil apontou como a causa da tragédia as condições precárias da laje e a sua montagem fora do padrão técnico. A GAZETA teve acesso ao documento em abril do ano passado. Ele diz que foi entregue um produto (construção) de baixíssima qualidade e que o empreendimento tinha erros grosseiros na montagem da estrutura. Segundo o laudo, metade das armaduras e os cabos que dão sustentação à laje foram colocados incorretamente.>
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Mesmo sem a conclusão das investigações, em julho do ano passado a Construtora Cyrela foi autorizada a iniciar as obras de recuperação do empreendimento. O alvará de execução para reconstruir a estrutura foi liberado pela Prefeitura de Vitória, que também aprovou a reforma para novas modificações no condomínio.>
Segundo a construtora Cyrela, reponsável pelo empreendimento, 96% dos moradores firmaram acordos para serem indenizadas. Segundo o porta-voz do Comitê de Gestão de Crise do condomínio, José Gama de Christo, não é permitido divulgar os valores recebidos.>
Ainda de acordo com a construtora, a entrega da obra está prevista para julho do ano que vem e o andamento da revitalização está acontecendo dentro do cronograma. A informação foi confirmada por Christo, que acrescentou que uma comissão do condomínio acompanha as intervenções semanalmente.>
De acordo com Christo, os moradores aguardam ansiosamente pelo retorno. Já passamos por dois anos depois, agora temos somente um pela frente diz.>
RELEMBRE A TRAGÉDIA>
Grand parc>
O caso >
Desabamento>
Após estalos na piscina, a área de lazer do condomínio Grand Parc desabou na madrugada do dia 19 de julho de 2016.>
Morte>
O porteiro do prédio Dejair das Neves morreu e outras quatro pessoas ficaram feridas. A família de Dejair entrou na Justiça pedindo danos morais e materiais.>
Interdição>
Assim que aconteceu o desabamento, moradores saíram de suas casas. Foi permitido que eles retornassem para buscar objetos pessoais. Após isso, o local foi interditado.>
Laudo>
Um laudo da Polícia Civil apontou que foi entregue um produto (construção) de baixíssima qualidade e que o prédio tinha erros grosseiros na estrutura.>
Inquérito>
A PC informou que o inquérito já foi concluído e enviado à Justiça, mas o Ministério Público do Estado (MPES) pediu outras diligências.>
Indenizações>
Os moradores firmaram no mês de junho do ano passado um acordo para recebimento de indenizações com a Cyrela, construtora responsável pelo imóvel.>
Retorno>
A entrega da obra está prevista para julho de 2019.>
O que falta>
Segundo o porta-voz dos moradores, José Gama de Christo, falta concluir a obra da fachada e a parte de acabamento, instalação e revestimento.>
O que já foi feito>
Toda a parte de fundação e alvenaria que desmoronou já foi concluída, segundo Christo.>
Família de porteiro briga por indenização>
O porteiro do Grand Parc, Dejair das Neves, de 47 anos, morreu após ter sido atingido pelo desabamento. A família dele ainda trava na Justiça uma luta por danos morais e materiais.>
Entrei na Justiça porque tinha muita coisa errada naquele prédio., disse o irmão de Dejair, o açougueiro Jurandir das Neves.>
O advogado de Jurandir, Pedro Fraga, explica que três ações foram movidas por familiares do porteiro. Uma pelos irmãos e uma filha, outra por dois filhos e a ex-esposa e uma por uma mulher, que tenta comprovar união estável.>
De acordo com Fraga, o processo ainda está caminhando a passos lentos porque ainda falta o laudo da Defesa Civil de Vitória. No entanto, o órgão informou que na ocasião da tragédia foi elaborado um laudo, que foi encaminhado à Justiça por meio da Procuradoria-Geral do município.>
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