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Governo do Estado cria força-tarefa para esvaziar presídios

Governo do Estado cria força-tarefa para esvaziar presídios

Casagrande disse que presídios do Estado são "bomba-relógio"

Publicado em 9 de janeiro de 2019 às 02:51

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Complexo do Xuri, em Vila Velha, que tem unidades com maior superlotação. (Ricardo Medeiros)

A gravidade da superlotação do sistema carcerário capixaba fez com que o Estado criasse uma força-tarefa para pensar e propor soluções para o problema. Atualmente, há quase 9 mil detentos a mais do que o número de vagas nas prisões.

Segundo o governador Renato Casagrande, as prisões capixabas são bombas-relógio que representam perigo para a sociedade. “Alertei sobre a bomba-relógio que temos em nossas mãos. Há uma situação muito grave no Espírito Santo e hoje todos estão sensibilizados de que temos que trabalhar em conjunto”, afirmou.

Dentre as 37 unidades prisionais do Estado, seis têm mais de duas vezes o número de presos do que deveria comportar. As unidades mais lotadas ficam no Complexo de Xuri, em Vila Velha.

O grupo de trabalho vai incluir, além do Executivo estadual, o Tribunal de Justiça do Estado, Ministério Público do Espírito Santo, Defensoria Pública e Ordem dos Advogados do Brasil. Em reunião realizada ontem no Palácio Anchieta, o governador anunciou que o grupo terá como objetivo propor alternativas novas e coordenar os projetos já existentes como objetivo de qualificar o sistema carcerário e reduzir a superlotação.

O novo secretário de Planejamento, Álvaro Duboc, coordenará o grupo de trabalho, que terá dois representantes de cada entidade participante. Duboc afirma que grupos interinstitucionais similares existem em outros Estados do país e que há boas alternativas sendo propostas no Espírito Santo. “Existem muitos problemas, mas também muitas iniciativas em andamento, como o processo eletrônico, que dá velocidade ao julgamento. A celeridade é importante para reduzir o número de presos provisórios”, afirmou.

O coordenador do Comitê Estadual para a Prevenção e Erradicação da Tortura no Espírito Santo (Cepet), Hugo Matias, afirma que todo esforço para reduzir o número de presos é bem-vindo.

Ele ressalta que presídios superlotados dificultam a ressocialização dos detentos e favorecem os tratamentos degradantes. “Para além dos números, são pessoas. O que queremos é que, quando cumprirem suas penas, essas pessoas voltem para a sociedade realmente reinseridas”, afirma.

Matias sugere ainda que, para de fato reduzir a superlotação, seria necessário estabelecer por decisão judicial um número máximo de pessoas que cada unidade deveria receber para evitar que exceda a capacidade. “Na socioeducação, isso já existe e poderia ser também implantado no sistema prisional”, sugeriu.

CEARÁ

Ao final da reunião, o presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, o desembargador Sérgio Luiz Gama, lembrou da crise de segurança que o Ceará atravessa. Facções organizadas dentro dos presídios ordenaram mais de 150 ataques a veículos e prédios públicos no Estado nordestino levando pânico à população.

A onda de ataques coordenada por chefes de facções criminosas teve início depois que o governo cearense prometeu uma fiscalização mais rigorosa nas prisões e o fim da divisão de detentos segundo os grupos criminosos a qual pertencem.

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“Todos temos acompanhado em nível nacional o momento difícil que vive o Ceará. Esse é um problema seríssimo que compromete a segurança dos Estados e o Espírito Santo está enfrentando o problema. Temos certeza que vamos conseguir amenizar a situação”, disse.

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