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'Foi isolado', diz especialista sobre ataque de tubarão em Vitória

"Foi isolado", diz especialista sobre ataque de tubarão em Vitória

Especialistas dizem que suposto ataque de tubarão não preocupa

Publicado em 17 de fevereiro de 2018 às 12:41

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Especialista não descartam possível mordida de tubarão na Ilha do Boi. (Eduardo Dias)

Nos últimos dias a presença, ou suposta presença, de tubarões na costa capixaba tem assustado os banhistas. No entanto, biólogos procurados por A GAZETA afirmaram que não há motivo para pânico. As praias capixabas são seguras e, casos como o que aconteceu na última quita-feira, quando uma mulher foi atacada por um animal marinho em uma praia de Vitória, são considerados isolados. O ocorrido não pode ser considerado como regra pelos demais banhistas.

“O que aconteceu foi um caso isolado, não temos certeza nem de que animal era”, ressaltou o biólogo Flávio Coelho.

O biólogo e pesquisador associado da Ufes, João Luiz Gasparini, afirmou que não é possível afirmar que tipo de animal mordeu o pé da doméstica Rosilda de Souza enquanto ela limpava peixes na Praia do Meio, em Vitória, próximo à Ilha do Boi.

“É difícil chegar a uma conclusão certa, mas se fosse um tubarão teria arrancado os dedos dela”, afirmou Gasparini. O biólogo acredita que a mulher pode ter sido atacada por um caramuru verde, conhecido também como moreia.

“A moreia-verde é um bicho comum em todos os píeres de Vitória. Na Ilha do Frade tem muito. E também na Ilha Galheta e na Ilha do Boi”, disse.

NA COSTA

João Luiz Gasparini destaca que a pesca predatória ao longo dos anos causou o desaparecimento de muitas espécies de tubarões da costa do Espírito Santo. E que eles são comuns em alto-mar.

“Não existe mais tubarão na costa do Espírito Santo. É comum o tubarão ficar em mar aberto. Foram tão pescados na costa que hoje são uma raridade”, disse o biólogo.

O biólogo lembra ainda casos de pesca de tubarões em Regência, Linhares, e Guarapari, mas que foram capturados por redes em alto-mar.

O oceanógrafo Nilamon Leite explica que poucos tubarões se aproximam da foz de rios para reprodução, como tubarão-tigre, o tubarão-bico-doce e o tubarão mangona . Ele ressalta que sua alimentação é feita em recifes, e que em um ambiente de equilíbrio ambiental dificilmente vão interagir com o ser humano.

“Os tubarões-martelo não estão próximos da costa. O que você vai ver é algum outro tubarão recifal, próximo em foz de rios, como o mangona, o bico-doce, e o tubarão-tigre, que são até grandes. Costumam se reproduzir nesses ambientes, mas a maioria se reproduz em alto-mar”, explicou.

OUTRAS PRAIAS

Procurada pela reportagem, a Prefeitura da Serra afirmou que não há registro do aparecimento de tubarões nas praias do município e por isso não há motivo de para preocupação pelos banhistas.

Por meio de nota, a Secretaria de Meio Ambiente de Guarapari informou que o monitoramento de animais silvestres é de responsabilidade do Instituto Chico Mendes. Mas, se encontrados em rede de pesca, técnicos da prefeitura em contato com o Instituto Orca analisam o caso. E que o aparecimento em rede de pesca não oferece risco aos banhistas.

A prefeitura de Vitória alegou que Fiscais da Gerência de Monitoramento e Ecossistema da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) intensificarão suas ações por mar a partir do incidente na região da Ilha do Boi.

A prefeitura de Vila Velha não respondeu até o fechamento da reportagem.

TUBARÕES ENCONTRADOS EM ALTO-MAR NO ESPÍRITO SANTO

Tubarão-anequim

Encontrado nos mares tropicais e temperados. Chega a medir 3,5 metros; tem corpo fusiforme variando de azul com ventre branco, focinho pontudo e boca ampla.

Tubarão-anequim. (Reprodução/Divulgação)

Tubarão-raposa

Comum em águas tropicais do litoral brasileiro. A cauda mede o mesmo tamanho que o corpo e pode chegar a 5,5 metros de comprimento.

Tubarão-raposa. (Reprodução/Divulgação)

Tubarão-branco

Pode atingir 7,51 metros de comprimento e pesar até 2,5 toneladas. Vive no meio do oceano e nas águas costeiras.

Tubarão-branco. (Reprodução/Divulgação)

Tubarão cabeça-chata

Pode viver tanto em água salgada como doce. Atinge de 2,1 a 3,5 metros de comprimento. Encontrado perto de costas das praias.

Tubarão cabeça-chata. (Reprodução/Divulgação)

Tubarão galha-branca

Vive em zonas tropicais de águas quentes. Pode chegar a medir 4 metros e pesar até 168 quilos.

Tubarão galha-branca. (Reprodução/Divulgação)

Tubarão lixa

Tem mais atividade à noite, procurando por presas. Pode chegar a 4 metros de comprimento e pesar mais de 300 quilos.

Tubarão-lixa. (Reprodução/Divulgação)

Pequenas espécies/cação

São espécies muito pequenas que não crescem e não conseguem morder com tanta agressividade. Cação é um nome comercial.

Pequenas espécies/Cação. (Reprodução/Divulgação)

Tubarão-martelo

Encontrado em áreas temperadas e quentes de todos os oceanos. Tem comprimento de 0,9 a

6 metros e cabeça com aspecto de martelo.

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Tubarão-martelo. (Reprodução/Divulgação)

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