Publicado em 4 de agosto de 2019 às 19:51
- Atualizado há 6 anos
A "Missa em Memória das Vítimas de Trânsito" aconteceu, às 16h deste domingo (4), no campinho do Convento da Penha, em Vila Velha. O evento já ocorre há 13 anos e contou com a presença e apoio do senador Fabiano Contarato, que atuou por mais de 10 anos na Delegacia de Delitos de Trânsito.>
De acordo com a organização do evento, a intenção é reunir pessoas em solidariedade às famílias que foram vítimas da violência no trânsito e, também, marca o Dia Estadual em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito, instituído para acontecer sempre no primeiro domingo de agosto, conforme a Lei Estadual nº 9.689/2011.>
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O senador Fabiano Contarato, que participa da organização do evento, critica a eficiência de todas estâncias estatais em relação a segurança no trânsito. "Ele falha na fiscalização, falha na educação e falha na legislação. Eu costumo sempre dizer que, no Brasil, em matéria de trânsito, o único condenado é a família da vitima, que sofre pela dor da perda e pela certeza da impunidade.">
Contarato ainda completou dizendo que "passou da hora do Estado ser mais humanizador, se colocar na dor do outro", se referindo ao desamparo às famílias das vítimas e a falta de eficiência pública em relação ao trânsito.>
"Infelizmente você não vê mais blitze, você não vê fiscalização. O motorista tem que sair de casa com a certeza de que ele vai ser parado em uma blitz para fiscalização. Mas, infelizmente, não é isso que acontece. Além disso, ele tem que ter a certeza que, caso ele se envolva em um acidente após, por exemplo, ele ter ingerido bebida alcoólica ou qualquer substancia de psicoativa, ele irá preso." concluiu o senador.>
LEMBRANÇAS E INJUSTIÇA>
Familiares que perderam entes queridos em acidentes de trânsito descrevem como têm vivido depois das tragédias. Muitos ainda buscam por justiça, como a doméstica Elvina de Carvalho Littig, de 65 anos, que perdeu a filha, Fabiana de Carvalho Littig, e o neto Luiz Fabiano Littig Pereira há dois anos.>
A doméstica afirma ainda que foi à missa para chamar atenção das pessoas sobre a situação e que ela e a família se sentem abandonados. "Foi a pior notícia que eu já recebi na minha vida toda. Eu não desejo isso nem para o meu pior inimigo. Até agora, não teve solução nenhuma. Estão todos soltos, por aí, para fazerem mais vítimas. A gente sabe que o dinheiro não vai trazer a vida da filha da gente, mas eles têm que pagar. Se não pagam com a punição da Justiça, que paguem com dinheiro então", reclama.>
A contadora Alessandra Müller Estevam, 38 anos, perdeu o irmão, que era motorista. Ela conta que a dor da saudade nunca passa, mas que os amigos sempre lembram como o irmão dela era uma pessoa boa, feliz e divertida e que isso ajuda a consolar. A contadora ainda cobra por justiça, já que os acusados pelo acidente continuam soltos.>
"Infelizmente, o meu irmão perdeu a vida e o outro motorista está solto, podendo fazer outras vítimas, outras famílias sofrerem, como nós estamos sofrendo desde que o momento que recebemos a notícia. A gente não esquece a dor. Estar aqui hoje é buscar consolo. Cada um dos familiares, amigos, vizinhos sentem a falta dele até hoje", desabafa. >
Com informações de Kaique Dias>
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