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Famílias em área de risco esperam há 10 anos por condomínio em Cariacica

Famílias em área de risco esperam há 10 anos por condomínio em Cariacica

Condomínio Apolônio de Carvalho, no bairro Operário, foi construído para abrigar famílias que perderam as casas em enchentes.

Publicado em 19 de novembro de 2019 às 20:15

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Casas são simples e ficam às margens do Rio Formate, que transborda em época de chuva. (Reprodução/ TV Gazeta)

Moradores contemplados para ocupar apartamentos populares no condomínio Apolônio de Carvalho, em Cariacica, aguardam há 10 anos pela mudança. As famílias, que vivem em áreas com risco de enchentes, dizem que já perderam as contas do número de vezes que foram prejudicadas por alagamentos, inclusive nestas últimas chuvas que atingem o Estado.

Os beneficiados alegam que os apartamentos estão prontos e não entendem porquê ainda não puderam ocupá-los. Por nota, a Caixa Econômica Federal, responsável pela construção dos imóveis, informou que as obras ainda estão em fase de finalização, mas não deu prazos.

As 120 moradias do condomínio foram construídas para abrigar pessoas que perderam as casas em enchentes ou que vivem em áreas de risco. As famílias contempladas foram cadastradas em 2009, mas, 10 anos depois, ainda não sabem quando poderão se mudar.

Enquanto esperam, elas sofrem com novos alagamentos. Algumas das casas já foram até condenadas pela Defesa Civil, mas as famílias alegam que não têm para onde ir.

As famílias disseram que correm risco morando em áreas às margens do Rio Formate, no bairro Operário, em Cariacica. Com as últimas chuvas no Estado, dezenas delas perderam o pouco que ainda restava.

Na última chuva que fez o rio transbordar, a moradora Dejanira Pereira e a família, incluindo uma criança de colo, precisaram ser resgatadas em um bote do Corpo de Bombeiros

“Fiquei desesperada com meu neto aqui. Molhou o sofá, a cama, o colchão está molhado. Seguraram no poste porque a correnteza era muito, colocaram o Brian, minha nora e depois eu”, lembrou Dejanira.

A vizinha fez um vídeo do momento do resgate. Na hora, ela estava no segundo andar da casa, porque o primeiro já estava totalmente tomado pela água. “A água nunca chegou a esse nível tão alto assim. Estava chegando no andar de cima da casa dela, uma coisa que eu nunca tinha visto na minha vida”, disse Scarlet.

Água subiu e quase chegou ao segundo andar das casas. (Reprodução/ TV Gazeta)

Na casa do auxiliar de serviços gerais Alessandro Silva, já não tem mais nada. Tudo que ele tinha foi perdido com as enchentes. “Já tem um ano que eles falaram que iam entregar esses apartamentos. Se tivessem adiantado, acelerado, hoje nós não teríamos perdido o que perdemos”, lamentou.

Mesmo sabendo que têm direito às casas, os moradores não sabem porquê ainda não puderam ocupar os apartamentos. “Uns falam que a Caixa não liberou. Só vão prolongando. E assim é ano após ano. Sei que isso aqui não dá mais”, disse Dejanira.

PREFEITURA

A Prefeitura de Cariacica disse que o condomínio é de responsabilidade da Caixa Econômica Federal, e explicou, em nota, que convocou o superintendente da Caixa para uma reunião com os moradores na semana passada. Mas a reunião acabou sendo cancelada porque começou a chover forte.

CAIXA

Por nota, a Caixa Econômica Federal informou que a obra do condomínio ainda está em fase de finalização.

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"A Caixa informa ainda que estão sendo realizados, junto ao Cartório, o registro da incorporação do empreendimento e a individualização das matrículas das unidades residenciais", diz a nota.

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