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Família de PM preso faz ato na porta de quartel

Família de PM preso faz ato na porta de quartel

O Soldado Nero Walker fez uma transmissão ao vivo, em uma rede social, no momento em que foi preso, em junho do ano passado. Ele está preso no Quartel do Comando Geral da PM

Publicado em 22 de janeiro de 2018 às 14:43

Mãe e irmã do soldado da Polícia Militar Nero Walker Soares da Silva protestam em frente ao Quartel de Maruípe, em Vitória, nesta segunda-feira (22) Crédito: Caique Verli

Familiares do soldado Nero Walker, apontado como um dos militares que incitaram o movimento grevista da Policia Militar em fevereiro de 2017, fizeram um ato, na manhã desta segunda-feira em frente ao Quartel do Comando Geral da PM, onde o militar está preso desde junho do ano passado.

A mãe e a irmã do policial preso levaram faixas de homenagens ao soldado e um bolo de aniversário para a entrada do Quartel - Nero completou 24 anos nesta segunda-feira (22). Membros da Associação de Cabos e Soldados também estiveram no local.

O soldado é acusado de ter incitado a desobediência, ter desacatado e difamado autoridades do Estado e da própria Polícia Militar nas redes sociais, entre outros crimes de natureza militar. Ele foi preso preventivamente em junho de 2017.

Durante a ação da polícia que prendeu Nero, o soldado fez uma transmissão ao vivo no Facebook mostrando a própria prisão. Para a família, a prisão é ilegal e é uma censura ao direito de liberdade de expressão. A mãe dele, a estudante de direito Sandra Regina, diz que ele foi preso por fazer memes na internet.

"Por fazer memes, por postar memes na internet. Censuraram ele. Estão mantendo ele preso porque ele preso não pode postar nada. No meu entender não foi por causa da greve mesmo porque ele foi preso bem depois da greve",argumentou.

Para o presidente da Associação de Cabos e Soldados, sargento Renato Martins, a manutenção da prisão por mais de sete meses não se justifica."Entendemos que é uma prisão desproporcional. Não se justifica, conforme todas as peças que foram encaminhadas ao Tribunal de Justiça", comentou.

A Polícia Militar, por nota, disse que as ações do soldado Nero atentaram contra o ordenamento jurídico militar, com vastas provas de autoria. Garantiu também que tem buscado administrar os acontecimentos de forma ética, respeitando a dignidade dos militares envolvidos, mas que não pode permitir ataques reiterados à corporação.

Nota íntegra

"A Polícia Militar informa que a prisão do Sd Nero Walker se deu em decorrência da prática de diversos crimes de natureza militar. Desde os acontecimentos das manifestações ocorridas em fevereiro, o referido SD vinha, reiteradamente, através de suas redes sociais, incitado a desobediência, difamado, caluniado, censurado e acusado de forma infundada autoridades do Estado e da própria PMES, num ataque intencional e cruel à instituição militar, patrimônio do povo capixaba.

Suas ações atentam contra o ordenamento jurídico militar, com vastas provas de autoria. Entre as acusações que pesam contra o SD Nero estão os Artigos 155, 160, 166 e 215, todos do Código Penal Militar, com penas que atingem até 4 anos de prisão.

A Polícia Militar tem buscado administrar o desenrolar dos acontecimentos de forma ética e em atenção aos direitos humanos, no que diz respeito à preservação da dignidade dos militares envolvidos.

Contudo, não pode permitir ataques reiterados a sua história e aos valorosos homens e mulheres que a honram diariamente, garantindo a segurança do cidadão capixaba, e responderá exemplarmente a fim garantir a preservação de seus valores, fundamentais para sua existência e manutenção da ordem pública".

 

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