> >
Expansão da Linha Verde: associações de moradores querem mais diálogo

Expansão da Linha Verde: associações de moradores querem mais diálogo

Lideranças comunitárias se reuniram com a prefeitura nesta terça-feira (3) para discutir a iniciativa

Publicado em 4 de abril de 2018 às 22:03

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
A Linha Verde será retomada na próxima terça-feira (10). (Ricardo Medeiros)

Para evitar o transtorno que foi causado com a implantação da Linha Verde na Avenida Dante Michelini, em Vitória, os moradores dos bairros que serão afetados com a expansão da faixa até a Rodoviária, no Centro, querem mais diálogos com a prefeitura. Apesar da maioria dos líderes comunitários da Capital serem a favor da mudança, as associações de moradores, que se reuniram com a prefeitura na terça-feira (3), insistem em afirmar que o projeto deveria vir acompanhado de melhorias do transporte público.

“Se vamos implementar o projeto na Enseada do Suá, precisaremos sentar e discutir as intervenções necessárias para não acontecer o que aconteceu em Camburi. Se quer fazer com que a pessoa pare de andar de carro para pegar ônibus é importante que tenha pelo menos um conforto básico. Vitória é uma cidade muito quente. A climatização do coletivo traria um conforto térmico e sonoro. Além disso, também evitaria a poluição que vem da rua”, comentou o presidente da Associação de Moradores da Enseada do Suá, Eduardo Borges.

A Associação de Moradores do Centro de Vitória informou que aguarda a prefeitura esclarecer como funcionará a expansão da Linha Verde. Depois da explicação, o assunto passará a ser discutido com a população.

"Precisamos saber qual será a proposta. Sabemos apenas o que a faixa representa para a cidade e como ela se propõe para contribuir com o melhoramento da mobilidade da população. Mas tem outras ações que a prefeitura poderia fazer como sinalizar a calçada compartilhada na Avenida Beira-Mar. Como a sinalização é pouca para avisar o uso adequado, as pessoas acabam sofrendo acidente. Precisava de uma sinalização horizontal, principalmente próximo aos pontos de ônibus", disse o presidente da Associação de Moradores do Centro, Everton Brito Martins.

Para bairros que já são diretamente afetados pela Linha Verde de Camburi, também é preciso mais debate. “Se tivesse reunião no início, não teria tanto desgaste. Agora vamos esperar a retomada da Linha Verde e aguardar a quantidade de reclamações”, disse o presidente da Associação de Moradores de Bairro República, Walter Guedes.

Com uma ação pública protocolada na prefeitura desde o dia 19 de março, o presidente da Associação de Moradores de Jardim Camburi, Enock Sampaio Torres, aguarda ser chamado para uma reunião. “O prefeito Luciano Rezende pediu que o secretário atendesse as associações. Aí sim vou poder apresentar nossos posicionamentos. Precisamos de um transporte público que seja interessante e melhore a vida de quem o utiliza.”

REUNIÃO

Cerca de 70 lideranças participaram da reunião marcada pela Prefeitura de Vitória. O promotor de Justiça Marcelo Lemos Vieira, do Ministério Público do Estado, também participou do evento. Segundo o secretário Municipal de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana (Setran), Tyago Hoffmann, o encontro foi um momento rico de compartilhamento de informações.

“Nós recebemos com muita humildade toda as críticas. Até como sugestão do Ministério Público, que achamos excelente, o grupo que nos reunimos será um grupo de acompanhamento permanente do projeto. Passados 15 a 20 dias da retomada da Linha Verde, vamos voltar a convidar as associações para que possamos apontar os resultados e ouvir o que pode ser melhorado”, pontuou.

O MP informou que se propõe a acompanhar o andamento da iniciativa da prefeitura. “O Ministério Público pretende ir além. Discutir o plano de mobilidade urbana de Vitória e como a Linha Verde se encaixará nele”, afirmou o promotor de Justiça Marcelo Lemos Vieira.

MUDANÇAS COM A RETOMADA

Com a volta da Linha Verde na próxima terça-feira (10), algumas mudanças foram anunciadas pela Setran. Agora, veículos que praticam a carona solidária, ou seja, com mais de três passageiros, poderão trafegar pela faixa. Ônibus, táxis e vans também poderão fazer uso da Linha Verde sem qualquer punição.

Os semáforos das avenidas Américo Buaiz, Saturnino de Brito e Dante Michelini serão todos reajustados visando a retomada da faixa. Além disso, guardas de trânsito estarão distribuídos nesses trechos para orientarem os motoristas. O painel, localizado próximo ao Iate Clube, na Avenida Saturnino de Brito, voltará a sinalizar orientações aos motoristas.

Segundo Hoffmann, a Rua Odete Braga Furtado, que tem entrada na Avenida Américo Buaiz e dá acesso à Terceira Ponte, será fechada nos horários de pico: a partir das 17 horas até 20 horas. Os motoristas que antes acessavam à Praça do Pedágio pela Rua Odete Braga Furtado, deverão fazer o retorno após o posto de gasolina, na altura da Praça dos Desejos. Se o congestionamento na região tiver terminado, a Guarda Municipal poderá liberar a abertura da via.

Este vídeo pode te interessar

“Vamos continuar fazendo aperfeiçoamentos. Estamos insistindo na necessidade de ter um tempo de teste. Pedimos um voto de confiança da população porque não é simples operar a Linha Verde. Só vamos conseguir expandir o projeto, que é o desejo da comunidade, com melhorias significativas no momento do teste”, afirma Hoffmann.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais