O ex-secretário de Estado da Educação Haroldo Correa Rocha, que esteve no cargo durante o último mandato do ex-governador Paulo Hartung, criticou através de nota a decisão da gestão Casagrande de avaliar o fechamento da Escola Viva de São Pedro, em Vitória. Haroldo afirmou que o direito de aprendizagem dos jovens é colocado em risco por "vaidade dos atuais gestores".
O projeto de ensino integral foi o carro-chefe do governo Hartung e a unidade de São Pedro foi a primeira a ser inaugurada, em 2015.
O atual secretário de Educação, Vitor de Angelo, diz que a pasta não vai decidir sem antes ouvir a comunidade escolar, mas admitiu a possibilidade. Os elevados custos de aluguel e vigilância do colégio, já que o prédio não pertence ao Estado, e o baixo número de alunos são apontados como fatores que levam o governo a cogitar o fechamento e a transferência dos estudantes para outras escolas.
Para Haroldo, que antecedeu Vitor de Angelo no cargo, o atual governo vem dando sinais de descontinuidade de políticas públicas que deram certo. "É lamentável que o nosso país ainda faça uma política de tão baixa qualidade e que governantes descontinuem políticas públicas exitosas, especialmente na área de educação... Isso é falta de responsabilidade com a política pública por conta de motivos meramente políticos e um desprezo para com o sonhos dos nossos jovens", disparou o ex-secretário, que ficou no cargo de 2007 a 2010 e de 2015 a 2018.
Haroldo pontuou os índices de resultado alcançados pela escola de São Pedro. Segundo o ex-secretário, nas avaliações de língua portuguesa e matemática do Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo (Paebes), aplicadas anualmente aos alunos da 3ª série do ensino médio da rede estadual, a unidade de São Pedro saltou, entre 2015 e 2016, da 5ª para a 1ª posição em aprendizagem em língua portuguesa na Região Metropolitana da Grande Vitória e da 17ª para a 1ª posição em matemática.
"O atual governo não possui humildade em reconhecer que uma política pública está dando frutos (...) É lamentável ver o direito de aprendizagem de crianças, adolescentes e jovens capixabas ser colocado em risco por vaidade dos atuais gestores", escreveu na nota.
O atual secretário de Educação, porém, garantiu que a avaliação do fechamento da escola não tem conotação política e é motivada por questões técnicas.
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