Publicado em 5 de outubro de 2018 às 21:39
Equipamentos modernos, alguns utilizados até em projetos desenvolvidos na Antártica, começaram nesta sexta-feira (5) a ser instalados em três torres na Praia de Meaípe, em Guarapari. Eles vão mapear e tentar entender o comportamento da areia monazítica, sua radiação e como isto repercute na atmosfera.>
A velocidade e a direção dos ventos, os vapores de água, temperatura do solo e a emissão de calor estão entre os pontos que serão monitorados. Nossa expectativa é fazer um mapeamento espacial e temporal e conseguir determinar o nível de radiação. Esperamos poder dizer os horários em que a radiação é maior ou menor, mais intensa e até em quais locais, relatou Jacyra Soares, doutora em Oceanografia, do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), cuja especialidade é a interação entre oceano e atmosfera.>
De acordo com Jacyra, os resultados serão enviados diretamente para a sala, na USP. Mas os primeiros dados do trabalho só devem sair no próximo ano. É um trabalho a longo prazo. Espero monitorar esta praia por muitos anos. Mas acho que ano que vem todos os pesquisadores envolvidos no projeto vão poder apresentar uma pequena prévia, relatou.>
Além de Meaípe, outras duas torres serão instaladas em Vitória e Vila Velha, na Grande Vitória, em locais que ainda não foram definidos. Vão servir como contraponto ao estudo que está sendo feito em Guarapari. Teoricamente, nestas cidades, a radiação é muito baixa. Mas estão próximas da área de estudo e vão servir como contraponto, explica Jacyra.>
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De acordo com a professora, este é um estudo inédito, já que este tipo de areia, com estas características, em um balneário, só existe no Espírito Santo. As torres de monitoramento foram instaladas em dois restaurantes e um hotel, todos em Meaípe.>
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O trabalho está sendo desenvolvido em parceira com o físico nuclear da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Marcos Tadeu Orlando D'Azeredo, que há dez anos estuda a areia monazítica de Guarapari. Este tipo de material existe ainda na Praia da Areia Preta, mas em Meaípe ela é mais intensa e tem uma característica diferente, a areia se move e se modifica ao longo do tempo, o que é interessante para o estudo, relata.>
Foi por característica como esta que a professora Jacyra aceitou o convite do professor Tadeu para realizar o estudo. Ela trouxe equipamentos muito sofisticados, como instrumentos usados na Antártica, chega a ser impressionante. Com isto os estudos vão ganhar o mundo, e atrair novos pesquisadores, destaca.>
De acordo com o professor Tadeu, outras áreas da de estudos da Ufes também já participam do projeto, como os cursos de Engenharia Elétrica e a da Informática, Fisiologia, Farmácia, Medicina, além da área de Saúde da UVV.>
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