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Escassez de água: ES decreta estado de alerta por falta de chuva

Escassez de água: ES decreta estado de alerta por falta de chuva

Foi formado um grupo de contingenciamento dos impactos da seca para criar diretrizes a serem seguidas em território capixaba

Publicado em 7 de dezembro de 2023 às 14:35- Atualizado há 10 meses

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Mikaella Mozer
Repórter / [email protected]
Nayra Loureiro
Estagiária / [email protected]

O Governo do Espírito Santo, por meio da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), vai decretar estado de alerta devido à falta de chuva e escassez de água. O anúncio foi realizado na tarde desta quinta-feira (7) e a publicação do decreto no Diário Oficial acontece na sexta-feira (8).

O diretor-presidente Agerh, Fábio Ahnert, avaliou que o Estado está enfrentando um momento atípico, pois o período de chuvas já devia ter chegado e a situação é consequência das mudanças climáticas acentuadas pelo El Nino. "O Norte capixaba está em uma situação mais grave do que a Grande Vitória. Por isso, o Estado de alerta será decretado. Com isso, algumas medidas que eram recomendações passam a ser obrigatórias", explicou.

O que muda para a população?

Com a nova determinação, ações reconhecidas como promotoras de desperdício de água, ficam passíveis de proibição e penalização pelas prefeituras. Assim, as pessoas devem realizar as atividades listadas abaixo com menos frequência e com mais consciência, segundo a Agerh.

Veja quais são as atividades:

  • Lavagem de vidraças, fachadas, calçadas, pisos, muros e veículos com o uso de mangueiras;
  • Irrigação de gramados e jardins;
  • Resfriamento de telhados com umectação ou sistemas abertos de troca de calor; umectação de vias públicas e outras fontes de emissão de poeiras, exceto quando a fonte for o recurso de águas residuais tratadas.

"A orientação para os cidadãos é também intensificar a disciplina de uso de água, como reaproveitar, diminuir o tempo de banho e outros. Vale para o ano todo, porém nessa época agora é muito necessário" reforçou. 

O que muda para as prefeituras?

Da mesma forma que os cidadãos precisam avaliar a necessidade de quando usar a água, as prefeituras também. Todas as lavagens de ruas, regar as árvores e canteiros, entre outras atividades, só poderão ser feitas com cautela e após analisar a necessidade.

  • Lavagem de vidraças, fachadas, calçadas, pisos, muros e veículos com o uso de mangueiras 
  • Irrigação de gramados e jardins
  • Resfriamento de telhados com umectação ou sistemas abertos de troca de calor
  • Umectação de vias públicas e outras fontes de emissão de poeiras, exceto quando a fonte for o reuso de águas residuais tratadas.

O que muda para companhias de água e esgoto?

As empresas e órgãos precisam adotar medidas que tornem prioridade o atendimento ao uso da água para o consumo humano e animal. A determinação é baseada na Política Estadual de Recursos Hídricos, que prevê as duas regras como foco principal em tempo de escassez.

As companhias também precisam desenvolver e implantar campanhas que alertem sobre o momento de possível escassez. Dessa forma, elas precisam desenvolver medidas que divulguem e incentivem ações que reduzam o consumo médio diário de água.

As empresas precisam ainda implementar medidas que reduzam o tempo entre a solicitação de reparo e denúncias de vazamento nas redes pelas quais elas são responsáveis. Assim, é possível reduzir índices de perda de água.

Mudança no reservatório de Rio Bonito

Fábio Ahnert explicou ainda que a resolução mudará o funcionamento do reservatório de Rio Bonito, em Santa Maria de Jetibá.

“Esse reservatório tem uma função importante, pois é o maior reservatório do Espírito santo e tem a capacidade de suprir o consumo na Grande Vitória e também a agricultura de Santa Maria. Com a nova medida, o reservatório passar a ter a proibição de gerar energia abaixo da cota no valor de 645 metros. A cota é nível do reservatório. Este valor não prejudica a agricultura de Santa Maria e mantém abastecimento da Grande Vitória”.

O diretor-presidente informou ainda que a distribuição de energia não será prejudicada, pois o planejamento do setor em todo país é feito de maneira ampla. 

Impactos na agricultura

  • Está suspenso que instituição de crédito permite novos financiamentos de irrigação. Exceção para substituir uma irrigação que passe a gastar menos.

  • Irrigação em duas interfaces: irrigar somente à noite (desperdiça menos e a energia é mais barata). A exceção é para culturas mais sensíveis como verduras, legumes e viveiros protegidos. Essa exceção é para até quem usa 2 hectares.

  • Agricultores deverão reduzir consumo de água previamente já autorizado pela agência para irrigação em 20%, ou seja, se irrigam por quatro horas, vai cair para três.

  • Produtores que têm barragens devem liberar 50% do volume de água que passa pela propriedade.  (vale para qualquer período: em estado de alerta ou não)

Fiscalização

Caso as medidas não sejam cumpridas, algumas penalidades podem ser aplicadas como advertências, multas ou até interdição do processo produtivo. A fiscalização será feita de forma integrada entre os órgãos responsáveis.

E independentemente do estado de alerta, a orientação geral é que todos poupem água. “Tenha uma postura disciplinada quanto ao uso da água. Essas medidas devem ser tomadas durante todo o ano, porém precisam ser intensificadas durante os períodos críticos. Estamos preparados, mas não podemos descuidar”, finalizou o diretor-presidente da Agerh.

Nível preocupante dos rios no ES

Rio Jucu(AGERH)

A situação hídrica no Espírito Santo está impactando os rios do Estado, principalmente na região Norte do Estado, onde a situação está mais crítica. O mais alarmante, segundo a Agência, é o Rio São Mateus, onde a vazão está apenas com 9% do esperado.

“A linha em laranja (nas imagens acima) é a linha do que está sendo observado em termos de vazão, então a gente observa que tem uma queda muito significativa. O que era esperado (da quantidade de vazão) não ocorreu e o quadro evoluiu de forma negativa para dezembro”, afirmou Fábio. Veja a porcentagem atual de vazão de cada rio:

  • Rio Doce: 17,6%
  • Rio Guandu: 25,31%
  • Rio Santa Maria de Jetibá: 10,5%
  • Rio Jucu: 27,99%
  • Rio Benevente: 31,45%
  • Rio Itapemirim: 42,63%

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