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ES não recebe inseticida contra mosquito da dengue há sete meses

ES não recebe inseticida contra mosquito da dengue há sete meses

Veneno usado no combate ao mosquito adulto não é repassado pelo governo federal desde março deste ano devido a um problema no lote repassado pelo Ministério da Saúde

Publicado em 1 de novembro de 2019 às 16:45

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Aedes aegypt, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. (divulgação)

Às vésperas da chegada do verão, a estação com maior proliferação do aedes aegypt – mosquitos transmissores das doenças dengue, zika e chikungunya –, o Espírito Santo não pode contar com um dos recursos de enfrentamento ao inseto: o uso do fumacê. É que desde março, o Estado não recebe do Ministério da Saúde o inseticida que age junto à nuvem de fumaça.

A situação é ainda mais preocupante diante dos números da dengue no Estado. Somente este ano, de janeiro a meados de outubro foram 75.210 notificações de casos de dengue, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), números cinco vezes maiores que os do mesmo período do ano passado. Em 2018, 11 pessoas morreram em decorrência da dengue nesse período. O número de 2019 já chega a 39.

“Não é possível mensurar o quanto a falta do fumacê contribuiu para o crescimento desse número de casos, pois ainda tivemos um inverno mais quente, temperaturas elevadas, o que também colabora para o nascimento de novos mosquitos e, consequentemente, para o aumento de casos. E também um outro fator é o sorotipo 2 da dengue, que está de volta ao Estado depois de 9 anos”, descreveu o coordenador do Programa Estadual de Combate ao mosquito Aedes Aegypt, Roberto Laperriere.

Laperriere explicou o produto está em falta no Espírito Santo porque a compra é feita pelo Ministério da Saúde, que repassa o produto aos Estados. Porém, devido a problemas de sedimentação no último lote comprado, não houve repasse. O governo federal comprou novos lotes do inseticida da França, pois são produtos importados, mas que ainda não teriam chegado, segundo o coordenador.

De acordo com Roberto Laperriere, já são sete meses sem receber o inseticida do Ministério da Saúde. “Abril, que é um mês com pico epidêmico, passamos sem o inseticida usado no fumacê. Temos feito o fumacê somente com o larvicida na tentativa de combater as larvas, e não têm sido realizadas as ações de bloqueio espacial, que é o fumacê”, pontuou.

ES não recebe inseticida contra mosquito da dengue há sete meses

Apesar de ser um dos recursos usados para combater o mosquito transmissor das doenças, Roberto Laperriere diz que o uso de veneno não é a forma mais eficiente de eliminar mosquitos adultos, uma vez que consegue matar apenas 50% deles. “É uma estratégia que soma, pois outra frente de combate muito mais eficiente é a eliminação dos focos de água parada onde o mosquito se reproduz. Não sabemos quanto ”, enfatizou.

O QUE DIZ O MINISTÉRIO DA SAÚDE

Por meio de nota à imprensa, o Ministério da Saúde confirmou que, após análises laboratoriais, aproximadamente 80 mil litros de adulticida apontaram desconformidades do produto. Todo o produto reprovado nos testes foi recolhido. 

O Ministério da Saúde informou, ainda, que atualmente um total de 105.600 mil litros do adulticida Malathion EW, foram entregues pelo laboratório Bayer ao ministério. Desse total, 26 mil litros já estão aptos para uso e serão enviados aos estados Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí e Rio de Janeiro, devido ao aumento de casos de Chikungunya nessas regiões. Porém, não citou quando serão entregues. 

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 Os demais lotes, assim que liberados e aprovados em testes, serão enviados aos demais Estados para reabastecimento da rede. Novamente, o ministério não informou a previsão de qualquer data. Além disso, um novo adulticida para controle espacial (o fumacê) está em processo de compra com previsão de entrega para dezembro deste ano.

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