Maria DAjuda Ferreira Bahia Miranda, 42 anos, e Roberto do Carmo Miranda, 48 anos, são os donos do quiosque que explodiu na noite desta terça-feira (23) deixando um jovem ferido, em Castelândia, região de Jacaraípe, em Serra. De lá tiravam toda sua renda desde novembro de 2018, quando fizeram a compra do imóvel.
O casal mora em Capuba, por isso não estava no local na hora. Roberto antes trabalhava como carroceiro e fazia planos para tirar o registro de microempreendedor este ano. Já estava tudo encaminhado. Ontem vim ao quiosque, porque sempre passo por aqui, mesmo quando não abro, e estava tudo bem. Hoje, acordei com um repórter me contando sobre a explosão e só acreditei quando vi. Investi o que tinha ali e sempre tomei cuidado para evitar acidentes. Não acho que seja vazamento de gás. Tive todo cuidado necessário, lamentou.
Com a explosão, toda a estrutura do quiosque foi destruída, o que estava dentro pegou fogo e o investimento do casal foi perdido. Questionados sobre o seguro do imóvel, Maria e Roberto informaram que não tinham. Esclareceram que o seguro era caro pela localização do imóvel na praia, sujeito à possíveis danos causados pelo mar. Quando compramos, até nos ofereceram o seguro, mas era muito caro e nunca pensamos que algo assim iria acontecer. Perdemos também freezers, fogão e tudo mais que estava lá dentro, contou Roberto.
O casal acredita que o incêndio tenha sido criminoso. O quiosque tem maior movimento no verão, quando abre todos os dias. No inverno, abre apenas em alguns dias da semana, com poucos clientes e até às 22 horas.
Maria falou também que não irão desistir do trabalho. "Iremos reconstruir tudo do zero, com a ajuda daqueles que puderem contribuir. Estaremos aqui, colocando a mão na massa para reerguer nosso quiosque. Depois, iremos tirar a licença de funcionamento novamente e continuar a trabalhar, contou.
SUSTO
A dona do quiosque ao lado, Tereza de Jesus do Espírito Santo, estava com o marido, José Assis Rodrigues, quando ouviram o estouro por volta de meia-noite, se assustaram e logo chamaram a polícia e os bombeiros. Não vimos ninguém no local, nem mesmo a pessoa que ficou ferida, afirmou Tereza.
O morador da região Antônio Lazarino de Andrade ficou comovido com a situação e comentou sobre a falta de segurança do local. Durante o dia, tem algum movimento de pessoas nas ruas por aqui. Mas à noite a iluminação é ruim, não há policiamento e vira ponto de drogas e prostituição. É perigoso, é uma área isolada, destacou.
CAUSAS
Na tarde desta quarta-feira (24), bombeiros fizeram a perícia do local. O perito de incêndio dos Bombeiros, capitão Cleudo Jr. Souza Constâncio, disse que ainda não se sabe o que causou o ocorrido. As possibilidades que temos são vazamento de gás ou uso criminoso de explosivos. Ainda não foi possível identificar a origem da explosão. Como a única pessoa queimada aparentemente estava dentro do imóvel e conseguiu sair para pedir ajuda, imaginamos que não seja o caso de explosivos, ou a pessoa possivelmente teria morrido, sugeriu. Mas ainda há trabalho pela frente. O laudo da perícia ficará pronto em 20 dias, completou o bombeiro.
Uma pessoa ficou ferida com a explosão. A vítima é um homem de 22 anos ainda não identificado. Ele supostamente dormia dentro do quiosque e saiu, queimado, para pedir socorro há alguns metros do local. O homem foi internado em estado grave no Centro de Tratamento Intensivo de Queimados do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves. A assessoria do hospital não se pronunciou sobre o paciente.
Os donos do quiosque atingido, do quiosque vizinho, amigos e moradores da região afirmaram desconhecer que alguém dormia ali e disseram não saber a identidade da pessoa ferida.
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