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Empresas desistem de Parque Tecnológico em Vitória

Empresas desistem de Parque Tecnológico em Vitória

Proposta de divisão de área com residências desanimou setor

Publicado em 16 de março de 2018 às 01:20

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Projeto do Parque Tecnológico de Vitória, em Goiabeiras. (Divulgação)

Após 26 anos de discussão, o projeto de implantação de um Parque Tecnológico, em Vitória, pode não sair do papel. O problema está na destinação da área de mais de 332 mil m2 para o projeto na região de Goiabeiras. O município quer que ela seja exclusiva para o parque, mas a proposta presente no novo Plano Diretor Urbano (PDU), que deve ir para votação na Câmara, no fim do mês, segue o desejo da comunidade local: uso misto, com partilha entre empresas e residências.

Os empresários da área de tecnologia já alertaram que, se a proposta vingar, abandonam o projeto. “Se for uso misto, não temos interesse. Perde o foco. Não vamos ficar isolados em volta de um conjunto residencial”, assinala Luciano Raizer, que preside o Sindicato das Empresas de Informática do Espírito Santo (Sindinfo).

DISPUTA

Das três áreas em que o parque foi dividido, a discórdia atinge a Área 2 (veja quadro acima). Trata-se de um loteamento aprovado em 2012 e que pertence ao Grupo Dadalto, que tem interesse em construir residências em pelo menos parte da propriedade.

Acontece que é justamente esta área, pondera Raizer, quem tem condições legais para que o parque seja iniciado, por possuir sua regularização fundiária já definida. “As demais são ainda alvo de demandas judiciais. Sem contar que não contam com a infraestrutura básica. É praticamente mato”, relata, acrescentando que Vitória é a única capital da Região Sudeste que ainda não conta com este tipo de parque.

Outro problema é que a construção de casas reduziria o espaço destinado às empresas. “O parque já é pequeno em relação a outros do Brasil. Não haveria espaço para as empresas se instalarem”, diz Raizer. Com isto, um projeto que estava sendo viabilizado, com 50 empresas de tecnologia, numa área de 15 mil m2 foi suspenso. “É o primeiro prejuízo desta discussão”, relata o presidente do Sindinfo.

Ontem, o sindicato encaminhou para os vereadores e outras autoridades um relato, explicando os dez motivos para que a área seja destinada exclusivamente para o parque. Dentre os pontos destacados está a geração de emprego e renda para o município.

Segundo o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV), Leonardo Krohling, a expectativa é de que nos primeiros cinco anos sejam gerados quatro mil postos de trabalho. Já a movimentação econômica, no mesmo período, seria de R$ 600 milhões.

Krohling destaca que a arrecadação da cidade caiu muito com o fim do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap) e que é preciso reinventar a “matriz econômica”, em busca de novas fontes de renda. A aposta, segundo ele, está nas atividades humanas (e culturais, como gastronomia), nos serviços, no turismo, mas principalmente na inovação e tecnologia. “É a nossa alternativa, já que não temos espaço para grandes empresas.”

Quanto ao fato de que outra municípios da Grande Vitória já apresentam interesse no projeto, Krohling lembra que o que favorece a Capital na disputa é a mobilidade urbana, a presença do aeroporto e a mão de obra qualificada. “Mas precisamos avançar no entendimento de que este é um projeto importante para a comunidade no entorno do parque e também para a cidade.”

ENTENDA

DESTINAÇÃO

Inovação

Em uma área de mais de 332 mil m2 será implantada a Zona do Parque Tecnológico (ZPT), destinada a atividades de inovação tecnológica e economia criativa.

O que terá

Espaço com infraestrutura para atrair empresas da base tecnológica, como laboratórios de certificação de produtos, agentes de fomento à ciência, incubadoras, empresas de software, entre outras.

Impasse

O projeto municipal impede a utilização da área para fins residenciais. Projeto do PDU deve ir para votação dos vereadores com uso misto entre empresas e casas, o que não é aceito pelos empresários.

Estrutura

Parque vai contar com Centro de Inovação que está sendo construído. Atuará como indutor, estimulando projetos previstos para a área do parque.

 

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