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Diplomas falsos: prisões de mulheres foram equivocadas, diz defesa

Diplomas falsos: prisões de mulheres foram equivocadas, diz defesa

Rosana Valente Zampiere de Castro Neves e Raiza Cazelli Tom foram presas na manhã desta terça-feira (14) acusadas de fabricarem diplomas falsos

Publicado em 14 de agosto de 2018 às 21:09

A operação Mestre Oculto é conduzida pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) Crédito: Divulgação/MPES

A defesa de Rosana Valente Zampiere de Castro Neves e Raiza Cazelli Tom, presas na manhã desta terça-feira (14) durante a operação Mestre Oculto, afirmou que as prisões foram equivocadas. De acordo com o advogado Vagner Salles Jansen Filho, não há provas de as duas mulheres fabricam diplomas falsos.

“Com todo o respeito, a promotoria está com dificuldade de compreensão técnica da legislação educacional no que se refere a certificação de cursos. Estão culpando indevidamente como se minhas clientes estivessem fabricando diplomas e não há observações das questões educacionais como aproveitamento de estudos fora da sede. Resoluções do próprio Ministério da Educação tratam sobre os cursos de segunda licenciatura e de complementação pedagógica”, explicou o advogado.

Ainda de acordo com Vagner, a defesa vai apresentar esclarecimentos ao magistrado responsável pelo caso para reverter a prisão em liberdade provisória. “Estão alegando que elas obstruíram o acesso à provas, mas não há nenhuma comprovação disso. A situação da Raiza e da Rosana são distintas e isso tudo será alegado em um momento oportuno.”

Também foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (14). Documentos e equipamentos foram apreendidos em uma faculdade de Pinheiros e na casa dos pais de Raiza. O MPES informou que os promotores vão analisar o material apreendido e as duas detidas vão prestar depoimentos.

Sobre essa apreensão, Vagner explicou que não está autorizado a comentar sobre o assunto porque o processo voltou a ser segredo de Justiça.

ENTENDA

Duas mulheres ligadas a instituições de ensino na Região Norte do Estado foram presas na manhã desta terça-feira (14) durante a segunda fase da Operação Mestre Oculto. A investigação do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) mira um esquema criminoso para obtenção de diplomas falsos de ensino superior com o objetivo de conseguir nomeações em cargos públicos.

Foram cumpridos dois mandados de prisão temporária, um contra Rosana Valente Zampiere de Castro Neves, que foi presa em Linhares, e outro contra Raiza Cazelli Tom, detida em Pinheiros. As duas serão transferidas para o presídio feminino de Colatina. Os pais de Raiza, Everaldo Tom dos Santos e Marinete Assis Cazelli Tom, são considerados foragidos da Justiça.

Segundo o promotor Bruno de Freitas Lima, as investigações estão em um nível maior, se comparar com a primeira fase da operação, que aconteceu no dia 25 de julho e prendeu quatro professores de Rio Bananal e Linhares.

Naquele primeiro momento estávamos investigando as pessoas que utilizavam esses diplomas falsos e os intermediários dessas pessoas em Linhares e Rio Bananal. Agora nós passamos para um nível superior, sobre aqueles que estão emitindo esses certificados e esses diplomas, ou seja, as faculdades”, ressaltou.

O promotor ainda explicou que a operação não acabou. “As investigações continuam. Vamos seguindo nesse mesmo patamar, buscando outros emissores de diplomas”, afirmou.

A ação foi realizada por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Norte) e da Promotoria de Justiça de Rio Bananal, com auxílio do Grupo de Apoio aos Promotores (GAP) e do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES.

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