O que eu percebo é que o maior problema são os adolescentes, dispara a pneumologista Ciléia Martins, sobre os novos desafios no combate ao tabagismo. A mesma coisa diz a pneumologista Waleska Cintra, que acredita que os jovens precisam ser diretamente cuidados por alguma lei mais específica. O fato é que as duas médicas se preocupam com os números de adolescentes e jovens que estão apelando aos cigarros como uma forma de serem mais felizes.
De acordo com dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde (MS), em 2006, jovens de 18 a 24 anos compunham 12% da população fumante. Em 2018, mais de dez anos depois, a mesma porcentagem foi computada como 6,7%.
Apesar da redução, as especialistas consideram que o percentual continua alto e que os quadros depressivos que os mais jovens apresentam são preocupantes. Quando tinha uma propaganda mais forte mostrando o quão mal fazia, acho que as pessoas se conscientizaram melhor. Mas precisamos de meios que atinjam os mais jovens de forma urgente, afirma Ciléia.
Para Waleska, a política pública adotada até hoje funcionou muito bem - mas melhor para adultos e idosos. Antigamente, era chique fumar. E conseguimos quebrar esse pensamento. Mas o adolescente, às vezes, opta por esse vício por culpa de outros fatores. O que tem que ser feito é uma tática de ação diretamente para eles, fala.
PERDA DE TEMPO
O designer Kemel Mellem, 31 anos, começou a fumar aos 19 anos e só conseguiu parar no ano passado, aos 30. Ele disse que o principal motivo que o levou a tomar a decisão foi por estar perdendo tempo demais pois parava algumas atividades para fumar. Isso, de acordo com ele, fazia com que perdesse momentos importantes.
Se eu estava trabalhando parava e saía para fumar. O mesmo acontecia se eu estivesse em uma festa. Eu percebi que estava perdendo um tempo precioso por causa do cigarro, além da saúde, é claro, afirma.
TRATAMENTOS
Prefeituras da Grande Vitória oferecem tratamentos para pessoas que querem parar de fumar ou até mesmo prevenir o vício. Os interessados podem procurar ajuda nas unidades de saúde.
O meio mais comum é participar de grupos de apoio mas, em alguns casos, dependendo do grau de dependência é indicado tratamento com medicamentos. Planos de saúde também oferecem grupos específicos para o tratamento contra o tabagismo. Veja ao lado onde procurar ajuda gratuita.
AJUDA
Vitória
Todas as 29 unidades de saúde estão aptas a realizarem as ações para enfrentar o tabagismo no tratamento e prevenção.
Cariacica
Nas unidades de Jardim América, Santa Fé, Oriente e Nova Rosa da Penha II. O programa forma grupos de apoio, a cada dois meses, a quem quer parar de fumar.
Serra
Unidades Regionais de Saúde de Boa Vista, Novo Horizonte, Feu Rosa, Jacaraípe e Serra-Sede. Pelo Programa de Controle do Tabagismo, a Prefeitura da Serra oferece ajuda para cerca de 500 pessoas por ano.
Vila Velha
Para participar, é preciso se cadastrar ao Programa é aguardar a formação de novos grupos, que funcionam em Vila Nova, Araçás, Ulisses Guimarães, Terra Vermelha, Vale Encantado e Ponta da Fruta.
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