Publicado em 17 de setembro de 2019 às 15:45
A Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES) ingressou com um mandado de segurança contra o secretário de Saúde do Estado, Nésio Fernandes, para transferência de pacientes do Hospital Infantil de Vitória para unidades hospitalares ou privadas regulares. A medida, segundo o coordenador de Direitos Humanos, Infância e Juventude Hugo Matias Fernandes, é para evitar que "algo similar ao que aconteceu no Rio de Janeiro no último dia 12, aconteça também aqui no Espírito Santo".>
O coordenador se referiu ao incêndio no Hospital Badim, no Rio de Janeiro, que deixou um total de 14 pessoas mortas e várias outras feridas. >
A medida está tramitando no Tribunal de Justiça do Estado (TJES). O pedido reforça que os pacientes devem ser transferidos para locais que possuam condições de segurança em especial alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros.>
>
A DPES salienta que protocolou no último dia 4 de setembro uma recomendação para que fossem adotadas as medidas necessárias para o total cumprimento da decisão liminar proferida na Ação Civil Pública (ACP) em tramitação na vara da Infância de Vitória.>
A DPES esclarece que não recebeu resposta aos pedidos feitos e, identificando perigo iminente à segurança e bem-estar dos pacientes, familiares e funcionários, toma medidas jurídicas cabíveis.>
O QUE DIZ A SESA>
Questionada pela reportagem do Gazeta Online, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou em nota que, a partir da notificação oficial e de uma eventual decisão da Justiça, vai analisar quais medidas administrativas deverá adotar sobre o Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, em Vitória.>
"A Sesa esclarece que, segundo a avaliação de risco do Corpo de Bombeiros Militar e da equipe de engenharia, os reparos emergenciais realizados foram eficazes para prevenir riscos de incêndios na unidade", concluiu.>
INSPEÇÃO NO INÍCIO DO MÊS>
Defensores Públicos do Núcleo da Infância realizaram uma inspeção no Hospital Infantil de Vitória no início de setembro, e constataram que, mesmo diante de uma decisão judicial de 2015, o local continua funcionando sem alvará do Corpo de Bombeiros e da vigilância sanitária.>
No mesmo ano, a DPES informa que ingressou com uma ACP pedindo, entre outras questões, a regularização dos alvarás nos dois órgãos. A Justiça deferiu liminar em março de 2015, determinando que o Estado, por meio da Secretaria de Saúde, regularizasse a situação, tendo sido fixada multa de R$ 1 milhão.>
O órgão conclui dizendo que o mandado de segurança é a medida jurídica que protege o cidadão da violação ou ameaça de violação do direito no caso do Hospital Infantil, o direito à segurança. Isso porque, segundo a Defensoria Pública, há risco concreto de uma tragédia, pois já aconteceram, somente este ano, três princípios de incêndio, todos controlados por bombeiros de plantão no local.>
R$ 63 MILHÕES GASTOS NOS ÚLTIMOS ANOS>
A Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente quer saber o destino do dinheiro investido pelo Governo Estadual no Hospital Infantil, em Vitória. Aproximadamente R$ 63 milhões foram gastos com a Unidade nos últimos cinco anos, segundo a Comissão. Apesar dos gastos, a situação é de completo abandono. Por causa disso, a Comissão de Saúde quer um levantamento para saber qual foi o destino deste recurso.>
MINISTRO DA SAÚDE FALA DO HOSPITAL>
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, esteve no Espírito Santo na segunda-feira (16) para visitar as obras do Hospital Materno Infantil, em Colinas de Laranjeiras, na Serra. >
Questionado sobre a situação do Hospital Infantil de Vitória, que funciona sem alvará do Corpo de Bombeiros e da Vigilância Sanitária, além de uma série de irregularidades, o ministro lamentou a falta de manutenção no prédio onde funciona o hospital.>
Mandetta, no entanto, afirmou ter conversado com o secretário da Saúde do Estado, Nésio Fernandes, que garantiu resolver o problema que vem preocupando a população capixaba.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta