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Coronavírus: por que números do ministério e governo do ES não batem?

Coronavírus: por que números do ministério e governo do ES não batem?

Enquanto a Secretaria de Estado da Saúde divulga que o Estado tem 8 pacientes infectados por coronavírus, ministério da Saúde diz que há apenas um

Publicado em 18 de março de 2020 às 12:44

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Imagem do vírus coronavírus analisado no laboratório: número de infectados é maior do que o divulgado pelo Ministério da Saúde. (Freepik)
Coronavírus - por que números do ministério e governo do ES não batem?

Desde a confirmação do primeiro caso do novo coronavírus (Covid-19) no Espírito Santo,  no dia 5 de março, o aumento dos registros tem sido gradativo e, atualmente, há oito pacientes confirmados em território capixaba. Contudo, no painel de monitoramento do Ministério da Saúde, o Estado continua aparecendo como se tivesse apenas uma pessoa infectada, demonstrando que os dados nacionais estão defasados e a disseminação da doença é maior do que apresenta o governo federal. 

O Espírito Santo também já notificou 436 casos suspeitos e descartou 87, ou seja, mantém 341 em investigação. Para o ministério, entretanto, são apenas 69 investigados pelos critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o governo do Espírito Santo, as amostras são cadastradas pelas unidades de saúde no sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), junto com informações do paciente, e encaminhadas ao Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen-ES). Esses dados depois são inseridos pelo Ministério da Saúde na plataforma IVIS, que é a usada nos comunicados diários do órgão à população.

O secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, diz que, assim que uma notificação é feita no sistema GAL pelo Espírito Santo ou outros Estados, o dado deveria ser automaticamente registrado. A distorção nas informações já foi comunicada ao ministério, e o secretário afirma que voltará a manter contato nesta quarta-feira (18) para alertar sobre o problema. 

Questionado pela reportagem, o Ministério da Saúde informou, por e-mail, que a plataforma IVIS, passou por problemas técnicos. "Desta forma não foi possível consolidar todas as notificações recebidas pelos estados", disse o ministério. 

Já o site do ministério informa que o registro dos dados, que ainda não era feito automaticamente, passará a ser feito de forma automatizada a partir de agora. Segundo informações da Agência Saúde, do próprio ministério, antes as notificações dos casos passavam por uma análise prévia para saber se estavam enquadrados nos critérios clínicos estabelecidos pela OMS - febre e sintomas gripais. 

“Tratar os casos individualmente tinha eficácia no começo. De uma semana para cá houve transmissão comunitária (em São Paulo e no Rio de Janeiro), em que o número de notificações de casos fica alto e não se pode ir mais caso a caso. Então vamos para o critério automático de caso suspeito e depois se faz a testagem para a confirmação ou descarte”, explicou o ministro Luiz Henrique Mandetta, em coletiva nesta terça-feira (17).

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