Publicado em 5 de abril de 2020 às 07:00
Mesmo sendo uma doença nova, a Covid-19 provocada pelo coronavírus já vem mostrando que pode deixar lesões permanentes em quem consegue se curar da enfermidade. Especialistas apontam que as sequelas podem ser no pulmão, no coração e até mesmo no cérebro. >
Por se tratar de uma síndrome respiratória, quem tem a doença em estágio grave pode ter comprometimento dos pulmões, como explica o pneumologista Valdério do Valle Dettoni. Quando as pessoas têm sintomas leves, podem ser cuidadas em casa. Mas, nas pneumonias do coronavírus, o quadro infeccioso faz necessário que o paciente seja removido para a UTI devido à insuficiência respiratória que provoca", descreve. >
O comprometimento da função pulmonar pode acontecer em graus variados, gerando até incapacidades e limitações físicas. "Pessoas com sequelas pulmonares podem ter uma sustabilidade maior a outros processos de síndromes gripais, assim como portadores de asma ou quem tem uma doença pulmonar preexistente. Elas se tornam mais suscetíveis", pontua. >
Pacientes que tiverem comprometimento no funcionamento do pulmão precisam de acompanhamento médico constante e são proibidos de fumar, devem evitar ambientes poluídos, fazer fisioterapia pulmonar e demais medidas para que mantenha a qualidade de vida mesmo com o dano físico deixado pelo coronavírus. >
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As sequelas também podem ficar no coração, deixando a saúde do paciente curado bem frágil. De acordo com o cardiologista Marcelo Assad, essas lesões permanecentes não são raras em pessoas que tiveram Covid-19. A situação pode deixar problemas cardiológicos, pois toda tempestade inflamatória leva ao aumento dos componentes de tromboses, provocando riscos de arritmias cardíacas, pois acometem o músculo cardíaco. Alguns desses pacientes passam a apresentar disfunção ventricular (parte do coração), consequentemente insuficiência cardíaca", detalhou. >
Na miocardite que pode ser deixada pelo coronavírus, a inflamação se instala no músculo do órgão e gera uma disfunção. "Há uma dificuldade de contrair o coração, podendo não se recuperar. Por isso, em pacientes em estado grave por coronavírus é feito exame ecocardiograma", completou Assad.>
Na China, um estudo de médicos indicou que pacientes que foram infectados pelo coronavírus apresentaram problemas neurológicos como sintomas da doença. A investigação foi feita em 214 pacientes que estavam internados na cidade de Wuhan, onde começou a pandemia. Desses, 78 apresentaram manifestações neurológicas. Entre os sintomas estavam tontura, confusão mental, AVC e até convulsões. >
Para o infectologista Crispim Ceruti, ainda há muito a estudar e conhecer sobre o coronavírus. "Eu não conheço todas as sequelas, tem uma quantidade grande de casos que ainda não está tendo um acompanhamento sistemático. As respostas só virão com o tempo, depois que vencermos o estágio crítico", completou.>
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