Publicado em 22 de maio de 2018 às 10:33
Após denúncias de irregularidades e um projeto barrado no Tribunal de Contas da União (TCU), as obras do Contorno do Mestre Álvaro, na Serra, devem finalmente sair do papel. A previsão é que as intervenções comecem no final de julho e sejam concluídas em 2020. São mais de três anos de atraso para um projeto que tinha inclusive ordem de serviço dada pelo governo do Estado, em 2016.>
De lá para cá as obras já passaram novamente à responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que, agora, afirma faltar pouco para que as máquinas comecem a operar na região. Ontem, em reunião pela manhã na Câmara da Serra, a estimativa dada foi de 40 dias para o início das obras. À noite, a assessoria do órgão mudou o prazo e disse que os trabalhos devem começar no final de julho.>
O deputado federal Sérgio Vidigal, coordenador da Comissão Externa para acompanhar as obras do Contorno, promoveu o encontro de ontem e lembrou que um projeto para o Mestre Álvaro existia desde os anos 2000, mas que não foi adiante. Agora espera que proposta liberada pelo TCU tenha os novos prazos cumpridos.>
Dos 18,9 quilômetros de pista dupla, Vidigal disse que, neste ano, deverão ser feitos apenas três porque será necessária a compactação do solo, que demandará um prazo longo de execução. Já em 2019, a estimativa é realizar 10 quilômetros da via e, o restante, em 2020.>
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Cada pista terá 7,2 metros de largura, canteiro central de 3 metros, acostamentos, além de 14 viadutos, 40 passagens de fauna e retornos em dois níveis.>
O valor da obra está estimado em R$ 300 milhões, e o Dnit dispõe de parte desses recursos. Temos mais de R$ 100 milhões para a execução das obras, o que nos permite avançar até meados de 2019, frisa Halpher Luiggi, diretor-executivo do órgão.>
Ele afirma que não existem impedimentos para o início das obras, mas depende de posicionamento do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), prometido para a próxima sexta-feira, que talvez exija pequenos ajustes aos projeto.>
Por nota, o Iema informou que o Dnit, que possui licença de instalação até janeiro de 2020, solicitou alteração no projeto inicial, que está em fase de análise.>
Quanto às desapropriações na região, Enio Bergoli, diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), assegurou que não impedem o início das obras. Das 34 que precisavam ser feitas, 30 foram concluídas e quatro estão na Justiça.>
As obras do Contorno vão reduzir a distância entre Serra e Cariacica em mais de 14 quilômetros. Além disso, vamos retirar o tráfego pesado de Carapina, reduzindo significativamente o índice de acidentes, concluiu Halpher Luiggi.>
NOVELA DO CONTORNO>
PRAZOS>
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Adiamentos>
O início das obras, cujo contrato foi assinado em 2014, foi prometido e adiado várias vezes. A ordem de serviço havia sido dada pelo governador Paulo Hartung em agosto de 2016, junto com o ministro dos Transportes Maurício Quintella.>
LICITAÇÕES>
Consórcio>
Venceu a licitação o consórcio Contractor, Pelicano, SulCatarinense e Enecon, responsável pela elaboração de projetos e execução das obras do Contorno, que foram divididas em dois trechos. Um com estabilização de aterros sobre solos moles, com elevado grau de dificuldade, alto custo e baixo faturamento. No outro trecho, as obras apresentam baixa complexidade e alta rentabilidade para o consórcio.>
IRREGULARIDADES>
Prejuízos>
O TCU apontou indícios de irregularidades que poderiam gerar grave desequilíbrio econômico-financeiro na execução contratual em favor do consórcio. Por isso, havia suspendido o início das obras até que as irregularidades fossem sanadas.>
OPINIÃO DA GAZETA>
Situação incontornável>
Os obstáculos para que as obras do Contorno do Mestre Álvaro deslanchem são fruto da própria ineficiência incrustada na gestão pública. O TCU se antecipou a possíveis problemas no projeto executivo que poderiam aumentar custos, trazendo prejuízo aos cofres públicos. Antes dessa suspensão, a espera já vinha desde 2016. Em comparação a outros empreendimentos que se arrastam há mais tempo, o Contorno do Mestre Álvaro pode até ter um melhor destino, mas, como já foi antecipado, para este ano estão previstos somente três dos 18,9 quilômetros totais. A meta é tímida e por isso mesmo descumprimento algum é aceitável. A ver.>
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