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Com redução da produção pela Vale, preço do minério bate recorde

Com redução da produção pela Vale, preço do minério bate recorde

Valor foi afetado pelo anúncio de redução da produção pela Vale

Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 03:09

Pelotas de minério: Vale anunciou corte de 40 milhões de toneladas da produção Crédito: Divulgação

O preço do minério de ferro bateu recorde no mercado internacional após a Vale anunciar que terá uma redução na produção de até 40 milhões de toneladas para fechar barragens similares às de Brumadinho, que rompeu na semana passada, em Minas Gerais.

Na China, por exemplo, os contratos futuros do minério subiram para o maior nível em quase 17 meses. Na Bolsa de Dalian, a tonelada de minério foi negociada a US$ 87,68 - o equivalente a R$ 328,25 - uma alta de 5,6%.

Já em Singapura, o preço da tonelada saiu para US$ 87,50, o maior nível em dois anos, e registrando uma alta de 10%. Analistas já preveem que o preço pode chegar a US$ 120 - cerca de R$ 450 - até agosto.

Na noite de terça-feira, 29, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, anunciou que até 10% da produção da empresa pode ser interrompida. No mercado, isso corresponde a 2,5% do total global.

A Vale informou que o corte na produção de 40 milhões em toneladas de minério de ferro vai afetar a fabricação de 11 milhões de toneladas de pelotas, um tipo de bola de minério de ferro usado por siderúrgicas. Isso terá grande impacto para o mercado global de pelotas, que é de 130 milhões de toneladas por ano.

Existe a preoupação de que o aumento da procura pelo minério possa influenciar toda a cadeia produtiva, já que o minério de ferro é a base para a produção de aço, utilizado para a produção de carros, eletrodomésticos, vergalhões para a construção civil e outros itens do dia a dia.

Porém, para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), Lucio Dalla Bernardina, o risco de toda a cadeia produtiva ser afetada é baixo.

“Pelo o que sei, o aumento registrado hoje não é tão substancial. Além disso, o preço do dólar está caindo. Como a cotação do minério é dolarizada, a queda do dólar acaba compensando a alta do preço do minério”, avaliou.

O empresário também se mostra confiante na redução dos valores do preço do minério de ferro.

“Para que a cadeia produtiva possa sentir a alta, afetando os consumidor final, por exemplo, o preço do minério precisaria subir em torno de 20%, mas o preço deve oscilar bastante nos próximos dias. Ele vai subir e descer, mas isso faz parte do jogo. Deve acontecer, mais ou menos como as ações da Vale na bolsa de valores”, comentou Dalla Bernardina.

Por fim, o presidente do Sindifer lamentou as perdas humanas com o rompimento da barragem. “O mercado se recupera. As vidas que se perderam, não”, resumiu.

BOLSA

A alta do preço do minério de ferro também fez com que as ações da Vale terminassem o dia de ontem com alta de 9,03% - cotadas a R$ 46,60. A variação é bem superior ao fechamento registrado no começo da semana. Na segunda-feira, 28, as ações da empresa caíram 24%.

A variação positiva de ontem também ajudou o índice da Bolsa de Valores de São Paulo a operar no azul. A bolsa fechou o dia com alta de 1,42%, somando 99.996 pontos. Na Bolsa de Sydney, na Austrália, os papéis da mineradora Rio Tinto subiram 7,3%, a maior alta em uma década. Já as ações da BHP avançaram 4,9%. (Com agências)

IMPACTO GLOBAL DO ANÚNCIO DA VALE

Ações de mineradoras e cotação do minério de ferro

A cotação do minério de ferro, na China, disparou e atingiu US$ 87,68, o maior nível em 17 meses. O preço pode chegar a US$ 120 até agosto. As ações da empresa subiram.

Siderúrgicas asiáticas e europeias

A redução de produção da Vale terá grande impacto para o mercado global de pelotas, que é de 130 milhões de toneladas por ano, afetando siderúrgicas.

Frete internacional

Redução nos embarques de minério de ferro da Vale para a China será um duro golpe para as empresas de transporte de carga marítimas. O corte de produção também afetou o dólar.


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