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Com 36 casos de malária, governo do ES diz não haver risco de epidemia

Com 36 casos de malária, governo do ES diz não haver risco de epidemia

"Inclusive, não tem risco nem de espalhar para Região Norte", diz o secretário de Estado de Saúde, Ricardo Oliveira

Publicado em 4 de agosto de 2018 às 20:20

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Unidade de Saúde, em Vila Pavão, está realizando exames para malária. Resultado sai em 15 minutos. (Fred loureiro / Secom)

O número de casos de malária no Espírito Santo já chega 36, segundo o boletim da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), divulgado na tarde deste sábado (4). De acordo com o médico de referência na doença da Sesa, Adenilton Pedro Cruzeiro, este é o maior caso de surto de malária na história do Espírito Santo.

Com 36 casos de malária, governo do ES diz não haver risco de epidemia

Os casos estão concentrados em Barra de São Francisco e Vila Pavão, onde um se tornou óbito. Segundo as prefeituras, são 29 registros em Vila Pavão e quatro no município vizinho. A Sesa não soube informar de onde são os outros três casos, explicando que os números tinham acabado de chegar a eles.

"Nós começamos o processo de controle na quinta-feira (2). Vai levar um tempo para termos uma visão mais aprofundada do tamanho do numero de pessoas infectadas. Tem espaço que pegou toda a comunidade", conta o secretário de Estado de Saúde, Ricardo Oliveira.

Ministério da Saúde enviou medicamentos para Vila Pavão e Barra de São Francisco. (Fred loureiro / Secom)

SEM RISCO DE ESPALHAR

Mas ainda não é motivo de alarde. Segundo o secretário, o parasita está concentrado em áreas rurais e não há risco de a doença se espalhar e chegar à Grande Vitória. "Até o momento, não tem risco nenhum disso. Inclusive, não tem risco nem de espalhar para Região Norte como um todo. Por enquanto, ela está circunscrita a Vila Pavão e aos municípios limítrofes", explica.

O secretário aponta algumas medidas que estão sendo tomadas para que a doença não se espalhe. "Claro que tomamos medidas nos municípios limítrofes. Todos estão avisados para também se mobilizarem em torno de bloqueio dos mosquitos", detalha ele.

Entre as ações estão a busca ativa de pessoas com sintomas de malária, capacitação das equipes de Atenção Primária à Saúde para diagnóstico e tratamento precoce da doença e também para a realização do bloqueio com borrifação de inseticida de casa em casa, orientações aos profissionais e investigação de casos nos hospitais da região, além de distribuição de repelentes nos municípios em surto.

Neste sábado, o Espírito Santo recebeu do Ministério da Saúde 3.040 comprimidos e 1.199 medicamentos injetáveis para o tratamento dos pacientes. Tudo já foi entregue na região.

"O que vai acontecer daqui para frente é que teremos uma vigilância epidemiológica mais apurada. Esse surto pode ser controlado agora, mas pode voltar", complementa Ricardo.

Ministério da Saúde enviou 3.040 comprimidos e 1.199 frascos de medicamentos injetáveis para a malária. (Fred loureiro / Secom)

EXAMES GRATUITOS

A Sesa trabalha com a hipótese de que o parasita veio da Região Norte do país com uma pessoa infectada por lá. Agora, equipes de saúde fazem coletas de sangue onde houve casos confirmados. A análise é feita, e o resultado sai em cerca de 15 minutos.

Por conta do surto, um laboratório foi montado em uma unidade de saúde não inaugurada em Vila Pavão. O local vai funcionar 24 horas para agilizar a realização dos exames.

"A pessoa picada pode levar 14 dias, até 60, para sentir um sintoma, só que ela já está infectada. Se o mosquito picar, ele já pega o vírus. Por isso, a importância de fazer o exame em massa, porque se tiver alguém com o vírus, já toma remédio antes que o sintoma apareça", ressalta o secretário de saúde.

Por ser uma doença sem vacina, Adenilton alerta para que as pessoas adotem algumas medidas para se protegerem. "Elas devem tomar as medidas de proteção individual, já que o vetor é um mosquito. As pessoas dessas áreas (onde estão registrados os casos) devem usar camisas e calças compridas, repelente, mosquiteiros, telas nas janelas, tudo para evitar contato com o vetor", orienta.

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* Com informações de Gabriela Singular

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