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Caso Milena: meeiros falam sobre a relação que tinham com Esperidião

Caso Milena: meeiros falam sobre a relação que tinham com Esperidião

A afirmação foi dada em depoimento à Justiça, ao qual o Gazeta Online obteve acesso com exclusividade

Publicado em 31 de janeiro de 2018 às 00:18

Esperidião Carlos Frasson Crédito: Divulgação | Polícia Civil

Em depoimento no Fórum Criminal de Vitória, nesta terça-feira (30), uma das testemunhas intimadas pela defesa de Esperidião Frasson — acusado de ser um dos mandantes do assassinato da médica Milena Gottardi — afirmou que, mesmo após a prisão, só ouvia “coisas boas” sobre ele na região de Timbuí, em Fundão, onde o acusado morava. O Gazeta Online obteve acesso ao depoimento com exclusividade.

A testemunha, que era meeiro de Esperidião em uma plantação de café, prestou depoimento na manhã desta terça-feira (30), no Fórum Criminal de Vitória, e contou que nunca soube de algum processo a que Esperidião responda na Justiça, apesar do acusado também ser réu em uma ação suspeito de participar de um grupo de extermínio.

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Caso Milena - meeiros falam sobre a relação que tinham com Esperidião

O meeiro também afirmou desconhecer que haja alguém na região de Timbuí que pratique homicídios e que também não sabe se no local morre gente de “morte matada”.

O depoente disse que conhece o réu há cerca de 13 anos e que mantinha com ele apenas uma relação de trabalho por conta do café que plantavam juntos e que, já que o relacionamento era apenas profissional, não sabe como era a relação de Esperidião com a família de Milena Gottardi. Ele também disse que nunca teve qualquer problema com o réu.

A respeito de Milena, o depoente declarou que a viu uma vez e que nunca ouviu nada sobre ela. Também disse não ter conhecido o pai da médica e nem onde ele morava. O pai de Milena Gottardi foi assassinado em 2001, em um suposto assalto.

Além disso, a testemunha contou que conhece o réu Valcir da Silva Dias, apontado como intermediário do assassinato de Milena, que já trabalhou com ele por um ano e meio, mas o acusado foi mandado embora, e que, depois disso, não sabe mais qual era a atividade de Valcir.

O depoente afirmou conhecer Hermenegildo Palauro Filho, outro acusado de intermediar o crime, mas que não possui qualquer relação com ele.

SEGUNDA TESTEMUNHA

Um outro meeiro de Esperidião Frasson também prestou depoimento. Ele disse que conhece o réu há cerca de 12 anos e que, para ele, o sogro de Milena é uma pessoa normal e que nunca ouviu falar nada sobre ele. Além disso, o depoente afirmou conhecer Hilário Frasson, mas não sabe sobre o comportamento dele.

A testemunha declarou que também não sabe de algum processo a que Esperidião responda, que viu Milena uma ou duas vezes na vida e que nunca ouviu nada de negativo sobre a vítima.

O meeiro também contou que ficou sabendo do assassinato da médica por meio da esposa dele, que viu notícias na televisão. Também falou que já trabalhou na propriedade do pai da médica, mas que não o conhecia e que também não sabia onde ele estava.

TESTEMUNHAS CHAMADAS PELA DEFESA DE VALCIR

Valcir da Silva Dias Crédito: Divulgação/Polícia Civil

As testemunhas de defesa de Valcir da Silva Dias disseram, em depoimento prestado durante audiência do caso da morte da médica Milena Gottardi, que já haviam visto o lavrador dirigindo um veículo Gol antes. Um carro do mesmo modelo foi visto na cena do assassinato, minutos antes de o crime acontecer, saindo do estacionamento do Hospital das Clínicas (Hucam).

De acordo com a polícia, Valcir e Hermenegildo Palaoro Filho, o Judinho, acusados pela polícia de terem contratado e orientado o atirador, Dionathas Alves Vieira, estariam dentro do veículo.

A dupla teria mostrado ao assassino qual era o carro de Milena, além de mostrar quem era a médica que deveria ser assassinada pelo criminoso armado.

As duas pessoas que foram convocadas para prestar depoimento confirmaram que já haviam visto Valcir dirigindo o Gol verde antes, apesar de ele não ter carro, segundo as testemunhas.

As mesmas pessoas ainda afirmaram que nunca souberam de nenhum tipo de envolvimento do acusado em crimes anteriores. Um deles, inclusive, afirmou que Valcir era um homem muito querido em Timbuí, Fundão, e visto como religioso.

Apesar disso, as testemunhas destacaram que não possuíam um relacionamento muito próximo com o réu. Porém, uma das testemunhas contou já ter visto ele e Hermenegildo conversando na rua em alguns momentos.

Um das pessoas ouvidas ainda destacou que a comunidade possuía um carinho pela médica Milena Gottardi.

“Todos ficaram muito tristes com a morte dela, visto que ela conseguia cirurgias para crianças com câncer em Timbuí”, relatou à Justiça a testemunha. (Com informações de Victor Muniz)

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