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Casal e duas filhas transformaram Kombi na própria casa

Casal e duas filhas transformaram Kombi na própria casa

Família começou há dez meses a viajar a bordo do veículo todo personalizado em Campinas, São Paulo, e no último final de semana desembarcou em Vitória

Publicado em 23 de julho de 2018 às 23:53

Família já viaja pelo país há dez meses Crédito: Vitor Jubini

No roteiro, vários destinos e a vontade de sempre viver algo novo e aprender culturas diferentes. É com esse propósito que uma família começou há dez meses a viajar a bordo de uma kombi toda personalizada partindo de Campinas, em São Paulo, e no último final de semana desembarcou em Vitória. Foram mais de 4 mil km rodados até agora.

A ideia veio da turismóloga Érika Prado, de 37 anos, que precisou de quase dois anos e meio para convencer o marido, o técnico de som Valmiro Nunes, de 44 anos. Os dois saíram de São Paulo com filhas Malu, de 9 anos, e a caçula Elis, de 6 anos.

“A Érika que veio com esse papo maluco. Assim que me convenci, um mês depois, a gente já estava traçando um roteiro e pesquisando como poderia fazer essa viagem”, declarou. Assista ao vídeo abaixo: 


A família deixou a casa alugada em Campinas e vendeu e doou vários bens. Hoje quase tudo o que têm está na Kombi. Foi quase um ano de preparação, incluindo a reforma do automóvel.

Família já viaja pelo país há dez meses Crédito: Vitor Jubini

Tudo foi feito para ser uma casa: tem fogão a gás, frigobar, cama, um segundo andar, onde o casal dorme separado das filhas, e até um banheiro com chuveiro quente. Para conseguir energia, eles colocaram um painel solar no veículo com uma bateria. Tem também dois tanques de água embaixo do carro.

“Nós temos uma cozinha completa, temos como dormir os quatro com espaço, até de forma confortável, e tomar banho quente. A única coisa que não somos autônomos e que precisamos da ajuda das pessoas é para conseguir um espaço seguro”, acrescenta.

Duas gatas também iniciaram a viagem. Uma morreu por causa da idade e outra não se adaptou. Em Vitória, a família está instalada perto do Parque Pedra da Cebola, na Mata da Praia. Érika morou em Vila Velha durante três anos quando era criança e agora quer lembrar um pouco de como era lá atrás.

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A gente quer poder deixar para nossas filhas uma herança que ninguém pode tirar, que é o conhecimento

Valmiro Nunes, 44 anos.
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O nome do projeto é Turismo de Valor e tem o objetivo de valorizar as culturas dos locais por onde a família passa. A Kombi foi batizada de NaMorada, em alusão à forma como o casal chama um ao outro e também ao termo ‘morada’. “São dois significados”, ressalta Valmiro.

No Estado, o casal e as filhas já estão há quase um mês e ainda não têm prazo para ir embora. “Demos prioridade por conhecer as Montanhas Capixabas. Foram quase duas semanas. Depois descemos para Guarapari e viemos para Vitória”, lembra Érika.

Da Capital, a família segue para Aracruz, no Norte do Estado, antes de passar por Itaúnas, em Conceição da Barra, fechando o roteiro em terras capixabas. Depois os quatro vão para a Bahia e percorrem todo o litoral nordestino. “Temos uma meta de cumprir a viagem por todo o Brasil em três anos”, explica Walmiro. “Depois queremos conhecer outros lugares do mundo”, completa.

VEJA FOTOS DA VIAGEM

CASAL TRABALHA PELA INTERNET

E como fazer para bancar uma viagem desse tipo? Érika explica que ela e o marido trabalham com empreendedorismo digital. “A gente dá cursos e consultoria online. Isso nos dá várias liberdades. A gente ensina como criar um negócio do zero, empreendendo de forma online. É uma forma de continuar viajando e monetizando”, salienta.

As pessoas também contribuem com gasolina ou com dinheiro no meio do caminho para ajudar na viagem.

MENINAS ESTUDAM DENTRO DA KOMBI

Uma das preocupações da família é com a educação das meninas, que não estudam em uma escola regular, mas são ensinadas pelos pais diariamente ali mesmo, na Kombi. Segundo Érika, as crianças aprendem pela técnica de homeschooling.

“Adaptamos para worldschooling, que é a educação através da vivência no mundo. Muitas matérias são sem livros, in loco na prática, e outras a gente senta com elas, como as mais fundamentais. A gente mesmo educa”, explica.

Além de estudar, as meninas também estão aprendendendo a ser empreendedoras. É que elas produzem pulseiras e vendem por onde passam. “Eu mesmo que faço e minha irmã ajuda às vezes. Eu faço para vender, para comprar uma câmera para tirar fotos das paisagens e das viagens”, afirma Malu.

Para Valmiro, a viagem ajudará muito no aprendizado das filhas. “A gente quer poder deixar para nossas filhas uma herança que ninguém pode tirar, que é o conhecimento. Um conhecimento que seja para sempre e uma quantidade enorme de amigos e de valor pelo Brasil”, declara ele.

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