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Carnaval de Vitória: veja tudo o que rolou nos desfiles das escolas

Carnaval de Vitória: veja tudo o que rolou nos desfiles das escolas

O Gazeta Online preparou um resumão para você ficar por dentro do que aconteceu durante as horas de folia no Sambão do Povo

Publicado em 4 de fevereiro de 2018 às 14:26

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1. ANDARAÍ

Escola de samba Andaraí no Carnaval de Vitória 2018. ( Fernando Madeira)

Abrindo os desfiles do Grupo Especial do Carnaval de Vitória, a verde e rosa de Santa Martha - Andaraí -  trouxe para o Sambão do Povo o enredo “ Quem conta um conto, aumenta no ponto com a certeza de quem viu. Mas não leve tão a sério, é 1º de Abril”. Mesmo com a comissão de frente modesta, a Andaraí entrou na avenida com um carro abre-alas simbolizando uma caravela portuguesa, trazendo em destaque a serpente, símbolo da escola. A escola entrou na passarela três minutos após o sinal verde da avenida. Com 18 alas e 1.200 componentes, trouxe para o Sambão um carnaval colorido e animou as arquibancadas e camarotes que ainda não estavam totalmente cheios.

Drone flagra carro alegórico da Andaraí com problemas no Sambão do Povo. (TV Gazeta)

Antes da escola alcançar o meio da avenida, o volante do carro abre-alas quebrou, ficando parado poucos metros antes do recuo da bateria. Impossibilitada de prosseguir pela passarela, a agremiação acabou tendo que fazer o percurso pela lateral do veículo, o que deixou vários buracos na avenida. A comissão de frente também parou a coreografia de evolução por causa do problema no abre-alas. Com o esforço dos componentes da escola, o abre-alas teve de ser manobrado manualmente e conseguiu voltar para a evolução às 22h44. Mesmo assim, a escola acabou evoluindo apressada pela avenida. O segundo carro alegórico também quebrou, mas não comprometeu a evolução da escola.

O serralheiro Maxuel Souza, de 42 anos, foi um dos membros que se esforçou para colocar o abre-alas de volta na pista. “A escola entrou linda, infelizmente deu esse problema. A gente fica desanimado e triste, mas no final a gente conseguiu.”

Aspas de citação

Agradeço a Deus por ter conseguido passar na avenida e ter mostrado o que é Carnaval para o público. Carnaval é isso aí, tem imprevistos. Eu saio da avenida de cabeça erguida

Presidente da agremiação, Márcio Roberto Ricardo
Aspas de citação

A Andaraí terminou o desfile e cruzou a linha da dispersão às 23h07, estourando o tempo em 4 minutos. No ano passado, a escola foi a campeã do Grupo A (acesso) e ganhou o direito de disputar o Grupo Especial em 2018.

2. NOVO IMPÉRIO

A escola Novo Império no desfile do Carnaval de Vitória 2018. (Fernando Madeira)

A Novo Império foi a segunda escola a desfilar no Sambão do Povo neste sábado (03). A agremiação fez bonito na avenida e empolgou os foliões. A bateria foi uma atração à parte, com “paradinhas” e coreografias que levaram o público ao delírio. Com o enredo “No vai e vem do mar, lá se vão 100 anos do Sindicato da Estiva”, a escola do bairro Caratoíra, Vitória, retratou o trabalho dos estivadores com quatros carros alegóricos e um tripé.

As fantasias também chamaram a atenção pelos detalhes e acabamentos. A comissão de frente contou a história dos falcões mensageiros. O carro abre-alas surpreendeu pela grandiosidade. Com 18 metros, ele representou a abertura dos portos. As crianças vieram em uma ala fantasiadas de algodão.

A tradicional bateria fez bonito mais uma vez e encantou os presentes com as famosas “paradinhas”. A escola estava bem colorida e o samba enredo foi cantado pelo público presente. No último carro, representando Nossa Senhora da Penha, a Azul, Rosa e Branco de Caratoíra trouxe parte da velha guarda da escola e a diretoria. A agremiação não teve intercorrências e terminou o desfile dentro dos 60 minutos.

Após o desfile, o carnavalesco da Novo Império, Jorge Caribé, ressaltou a harmonia da escola e falou que com poucos recursos, a agremiação fez de tudo para fazer bonito na avenida. "Fizemos um trabalho de reaproveitamento. O peixe de um dos carros alegóricos foi feito com pratos descartáveis. Com reciclagem conseguimos fazer um trabalho grandiosos para competir com igualdade com as demais escolas", contou.

A Novo Império entrou na passarela do samba com 1600 componentes, 20 alas e quatro carros alegóricos.

3. UNIDOS DA PIEDADE

Escola de samba Unidos da Piedade no Carnaval de Vitória 2018. (Fabio Vicentini)

Com um desfile cheio de cores, muitas flores e levantando a torcida das arquibancadas do Sambão do Povo, a Piedade foi a terceira escola a se apresentar no desfile do Grupo Especial do Carnaval de Vitória. A escola de Vitória, uma das mais tradicionais do carnaval capixaba, ganhou a avenida com o enredo batizado de “Para não dizer que não falei das flores”. Uma obra que o carnavalesco Paulo Balbino criou inspirado nas lembranças que tinha da própria mãe, falecida há 10 anos.

A comissão de frente da escola misturou o samba com o balé clássico, tendo bailarinos fantasiados de flores e um beija-flor. A escola apostou em algumas alas coreografadas. O carro abre alas teve 12 metros de comprimento e 9 metros de altura.

Para presentar o público que lotou as arquibancadas, rosas vermelhas foram distribuídas. Outros membros da escola também jogaram perfume em direção às arquibancadas. A bateria “Ritmo Forte, comandada pelo mestre Sapo, também deu show no Sambão e apostou em muitas paradinhas.

No fim, o único ponto lamentado pelo carnavalesco Paulo Balbino foi um problema com o primeiro casal de mestre sala e porta bandeira da escola, que não entrou na avenida. O carnavalesco, no entanto, não deu detalhes sobre qual problema aconteceu para a dupla não desfilar.

“A gente teve um problema, o primeiro casal não entrou. Isso me deixou um pouco desconcentrado. Eu contava com um desfile perfeito. Infelizmente, já problemas com um dos quesitos. Mesmo assim, a gente sentiu uma energia imensa vindo da plateia”, avaliou o carnavalesco.

Com 22 alas, 4 carros alegóricos e mais de 1.800 componentes, a Piedade concluiu o seu desfile em 59 minutos, um minuto a menos que o tempo máximo permitido. Assim que o portão foi fechado e o cronômetro parado, o clima entre os componentes da escola foi de comemoração.

4. BOA VISTA

Boa vista no Carnaval de Vitória 2018. (Vitor Jubini)

“Alô Cariacica!” Foi assim que Emerson Xumbrega, presidente e intérprete da Boa Vista, esquentou os tamborins e chamou o público para o desfile da agremiação, que foi a quarta escola a entrar no Sambão do Povo, à 1h40. A Independente de Boa Vista trouxe a vida de Nelson Mandela para a avenida, inspirada nas lutas e conquistas do ex-presidente da África do Sul.

Com o enredo “Sou Boa Vista... sou Madiba o canto da igualdade que ecoa no centenário de Mandela, a escola de Cariacica entrou majestosa na avenida, com o carro abre-alas trazendo a águia, símbolo da agremiação. Ao todo, a Boa Vista desfilou na passarela com 18 alas, 5 alegorias e 1.500 componentes.

Na comissão de frente, um tripé com uma lira circense foi o destaque. O segundo carro alegórico trouxe efeitos de iluminação, símbolos africanos e 30 pessoas. 90% dos componentes do carro eram oriundos da África do Sul. Outro carro alegórico que chamou a atenção na avenida remetia às savanas africanas, com elefantes, zebras e girafas.

Na bateria, um diferencial: a Boa Vista adicionou o timbal, instrumento de percussão que lembra os sons de ritmos africanos. À frente da bateria estavam mãe e filha: Kayra Xavier, como Rainha e sua mãe, Vera, como Madrinha.

A Boa Vista também trouxe o rugby para a avenida, esporte que teve um importante papel para unir negros e brancos na África do Sul, no carro alegórico “Apartheid nunca mais”, composto por uma escultura que simbolizava o esporte. Uma ala composta somente por crianças também representou o papel do rugby no país sul-africano.

A agremiação finalizou o desfile dentro do tempo, deixando a avenida às 02h37. No final do Sambão do Povo, a Boa Vista foi recebida com gritos de “É campeã!”. “Superamos todas as dificuldades. A Boa Vista fez um trabalho maravilhoso”, afirmou Emerson Xumbrega ao cruzar a dispersão.

5. MOCIDADE UNIDA DA GLÓRIA

Mug no Carnaval de Vitória 2018. (Fernando Madeira)

Debaixo de chuva, a Mocidade Unida da Glória (MUG) foi a quinta escola a desfilar nesta madrugada de domingo (4) no Sambão do Povo. O Leão da Glória deixou uma pergunta no ar: quem nunca teve um amor de carnaval? Com o enredo “Entre confetes e serpentinas, uma paixão sem igual… Olhares que se cruzam, bocas que se beijam… Amores de carnaval”, a MUG investiu forte nos carros alegóricos e nas fantasias para conquistar o título de campeã. Em 2017, a escola ficou com o vice-campeonato.

Já na comissão de frente o público podia ter uma ideia do que viria no restante do desfile, um triângulo amoroso formado por Pierrô, Arlequim e Colombina. Apesar da beleza da coreografia, algumas bailarinas caíram por causa da pista molhada. O carro abre-alas trouxe o símbolo da escola, um leão gigante com asas.

Os carros alegóricos formaram um espetáculo à parte. A grandeza e a riqueza de detalhes chamaram a atenção. A bateria pura ousadia, composta por 200 ritmistas estava coreografada e entrosada com a rainha Fernanda Figueiredo, que veio de Chica da Silva.

Para contar os amores de carnaval, a MUG trouxe alas que representaram as "puladas de cerca", os bailes de máscaras e até dona Flor e seus dois maridos. A ala das baianas representou as mandingas de amor.

A escola da Glória levou para a Avenida quatro carros alegóricos, dois tripés, 21 alas e 1600 componentes. A agremiação fez o desfile em 61 minutos.

6. PEGA NO SAMBA

Pega no Samba no Carnaval de Vitória 2018. (Fabio Vicentini)

Espalhando o cheiro de chocolate pelo Sambão do Povo e tendo como enredo uma homenagem a um dos doces mais populares do mundo, a Pega no Samba foi a sexta escola a desfilar. Assim como foi com a MUG, a escola do bairro Consolação, em Vitória, também teve que desfilar debaixo de muita chuva.

Sob o comando do carnavalesco Júnior Pernambucano, que fez a sua estreia no carnaval capixaba, a Locomotiva entrou no Sambão do Povo para contar a história do chocolate. Em um dos carros mais bonitos da escola, uma grande locomotiva espalhou o cheiro de chocolate pela avenida. Com fantasias imponentes e coloridas, as baianas se transformaram em vendedoras de quitutes.

A escola também aproveitou o enredo para explorar a importância que o chocolate tem para a economia capixaba, destacando as grandes plantações de cacau espalhadas em algumas municípios do Estado, como em Linhares.

Com 1.200 componentes, a Pega teve quatro alegorias e 18 alas. O maior problema que a escola teve na evolução foi com o último carro a entrar na avenida. Por conta de um problema mecânico, componentes da harmonia precisaram quebrar uma das esculturas da frente do carro. Depois disso, o carro conseguiu seguir em frente e concluir o desfile. No fim do desfile da Pega no Samba boa parte das arquibancadas já estavam vazias, uma vez que a forte chuva fez com que alguns torcedores fossem para casa mais cedo.

"A chuva veio para abençoar, ganhamos essa chuva de presente. Parabéns a todos que contribuíram para essa linda festa", disse o presidente da Pega no Samba, Alex Costa. No ano passado a Pega no Samba foi a sexta colocada. A campeã do do Carnaval de Vitória será conhecida na tarde da próxima quarta-feira (7).

7. JUCUTUQUARA

Escola de samba Unidos de Jucutuquara no Carnaval de Vitória 2018. (Vitor Jubini)

Mesmo embaixo de chuva e com arquibancadas vazias, a Unidos de Jucutuquara entrou na avenida com muita garra e fôlego, às 05h15, sendo a sétima escola a desfilar. Veio com 17 alas, 4 carros alegóricos e 1 tripé e 1.800 componentes para homenagear a história de Ambrósio, monarca africano que veio para o Brasil e construiu um quilombo em Minas Gerais. Além disso, marca os 130 anos da abolição da escravatura no país com o enredo “Ambrósio, o imortal”.

A comissão de frente veio representando líderes contra a repressão, remetendo também à coruja, que é o símbolo da escola. O carro abre-alas trouxe a imagem de Mestre Ambrósio e o ouro, representando as riquezas de Minas Gerais. Apesar de alguns escorregões por causa da pista molhada, a Jucutuquara fez uma boa evolução na avenida.

A bateria, assim como a da Boa Vista, também usou o timbal, instrumento de percussão que valorizam os ritmos africanos. Durante as paradas da bateria, toda a agremiação mostrou que estava como samba enredo na ponta da língua e as vozes ecoaram no Sambão. A rainha de bateria Luiza Monteiro, de 18 anos, nascida e criada na comunidade passou pela avenida representando a Realeza Negra.

A Jucutuquara ficou em 5º lugar no ano passado e busca o 8º título no Carnaval de Vitória. Para tentar garantir o título deste ano, trouxe o carnavalesco Peterson Alves, responsável pela vitória da Boa Vista em 2017. A tradicional coruja da Jucutuquara fechou o desfile no Sambão às 6h10, antes do dia clarear.

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