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Capixabas já percorrem 50 mil quilômetros por mês com patinetes elétricos

Capixabas já percorrem 50 mil quilômetros por mês com patinetes elétricos

Equipamento ganha as ruas de Vitória não só para o lazer mas também para agilizar a vida nos horários de pico de trânsito

Publicado em 22 de setembro de 2019 às 07:10

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O médico Rodolfo Venturim vendeu o carro e usa patinete no trajeto para casa. (Vitor Jubini)

Passear de patinete elétrico compartilhado tem sido um dos passatempos preferidos da manhã de domingo de quem mora ou visita Vitória. No entanto, o equipamento também está ganhando espaço como meio de transporte nos horários de pico do trânsito, durante a semana. Por mês, os usuários percorrem cerca de 50 mil quilômetros.

O levantamento é da Grow, holding responsável pelas bicicletas e patinetes compartilhados. Com os quilômetros percorrido pelos usuários dos dois veículos, esse número sobe para 145 mil quilômetros por mês, ou seja, o suficiente para irmos e voltarmos 140 vezes de Vitória para o Rio de Janeiro.

“É uma operação de muito sucesso em Vitória. Por exemplo, a capital capixaba tem uma população menor que o Rio de Janeiro e que tem 150 mil quilômetros rodados por mês, uma diferença de apenas 5 mil quilômetros”, observou Fernanda Laranja, gerente de relações governamentais e institucionais da Grow.

Os modais compartilhados passaram a estar disponíveis na Capital em fevereiro. Sem ponto fixo para deixar ou pegar o transporte, os equipamentos compartilhados são acessados via aplicativo, pelo qual se cobra por tempo do uso. Atualmente, o serviço atende a toda a orla de Camburi, e também dentro de Jardim Camburi, Bairro República, Mata da Praia, Jardim da Penha e Praia do Canto. Ainda acompanhando a orla, é possível seguir até ao Centro da cidade.

Nas análises da Grow, o domingo é o dia que os patinetes são mais usados, com pico às 10 horas. Durante a semana, o horário de intensificação de uso é exatamente das 17h às 20h, quando é usado para o retorno para casa, após o expediente, ou relaxamento na orla.

“É uma cidade densificada, de pequenas distâncias, o ambiente da cidade colabora muito em questão de infraestrutura, sendo calçadas de qualidade, ciclofaixas e ciclovias. Você tira o carro da rua. Falamos de saúde, bem estar, zero emissão de qualquer tipo de poluente”, pontua Fernanda Laranja.

Coincidência ou não, o Dia Mundial Sem Carro, celebrado todo ano no dia 22 de setembro, caiu hoje, em um domingo. A data, comemorada em vários países, tem como objetivo estimular uma reflexão sobre o uso excessivo do automóvel.

VENDEU O CARRO

O médico Rodolfo Venturim, 32 anos, vendeu o carro depois de perceber que a ida e a volta do trabalho para casa era mais vantajosa se feita com modais compartilhados.

Ele sai de Jardim da Penha, por volta das 7h30, já de bicicleta compartilhada. “Eu usava o carro todo dia, porém, quando meus horários passaram a ser mais fixos, passei a usar a bicicleta. É a atividade física do dia, me deixa mais disposto. Gasto cerca de 20 minutos até meu trabalho em Jardim Camburi. Na volta, para relaxar, eu uso o patinete”, contou Rodolfo.

Na ponta do lápis, o médico disse que do valor da viagem do patinete seria o mesmo que uma viagem de motorista de aplicativo, enquanto a bicicleta sai por cerca de R$ 2.

O carro parado na garagem acabou sendo desnecessário. “Minha esposa tem carro e trabalha mais longe. Então, vendemos o meu e usamos o valor para termos apenas um carro pra família, só que mais confortável”, descreveu.

VITÓRIA É 2ª NO RANKING DE BIKE COMPARTILHADA

Meio de transporte de longa data, a bicicleta na versão compartilhada - que pode ser deixada após o uso, sem ter base - virou a opção de quem quer fugir do trânsito. Nos dias da semana, a utilização delas varia de 90% a 100% do total de bikes disponíveis em Vitória.

Entre as 15 cidades onde a empresa Grow presta serviço, Vitória está em 2º lugar no ranking das que mais usam bicicletas compartilhadas, atrás apenas de São Paulo. E o horário de uso mais intenso é exatamente das 17h às 19h, período em que motoristas da cidade ficam reféns de vários pontos de engarrafamento.

“As bicicletas têm um perfil para usuários que vão para a escola, faculdade e trabalho. Por ter uma orla, os motoristas têm poucas saídas quando o trânsito fica intensificado, apesar das distâncias serem curtas. A bicicleta e o patinete aparecem como alternativa. É mudar a cultura do carro. O objetivo é que a pessoa deixe de usar o automóvel em curtas distâncias e se aproprie desses equipamentos sustentáveis para fazer o seu deslocamento”, enfatizou Fernanda Laranja.

Além de apurar a utilização dos equipamentos, a pesquisa da Grow identificou a necessidade de melhoria da malha viária de algumas regiões, como Bairro República e Jardim da Penha.

FIQUE ATENTO

REGRAS

IDADE

Em Vitória, apenas maiores de 16 anos podem andar de patinete elétrico. E os equipamentos só podem trafegar em calçadas, ciclovias e ciclofaixas, com exceção do trajeto feito ruas de lazer nos domingos e feriados.

VELOCIDADE

Nas calçadas, a velocidade máxima permitida é de 6 quilômetros por hora. Nas ciclovias e ciclofaixas, pode chegar a 20 km/h.

ACESSÓRIOS

Não há multas previstas nem há obrigatoriedade para uso de capacetes. No entanto, as empresas responsáveis pelos equipamentos devem instalar placas orientando sobre o uso de acessórios de segurança.

DICAS DE SEGURANÇA

Planeje o caminho antes de sair

Use sempre o capacete ajustado

Não trafegue com mais de uma pessoa

Sempre dê preferência ao pedestre

Não use celular ou fone de ouvido enquanto conduz a bicicleta ou patinete

Respeite os semáforos e demais sinalizações de trânsito

Nunca conduza os equipamentos se tiver ingerido bebida alcoólica

Segure o guidão com as duas mãos

Fique atento a irregularidades nas vias, como buracos e desníveis, bem como a galhos e árvores que possam oferecer risco no trajeto.

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Respeite a velocidade

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