Publicado em 25 de junho de 2019 às 15:56
Pouco mais de um mês após um grande temporal que atingiu a Grande Vitória, os comerciantes e moradores da Grande Cobilândia, em Vila Velha, ainda acumulam prejuízos causados pelos alagamentos. Enquanto um grupo de advogados e comerciantes busca a Justiça para receber indenizações, a prefeitura de Vila Velha afirma que está limpando rios e canais para diminuir os riscos de novos alagamentos.>
No Canal Marinho, local que transbordou na chuva de maio e prejudicou centenas de moradores e comerciantes, a Prefeitura de Vila Velha afirmou que blocos de granito que caíram de carretas estão atrapalhando o escoamento da água nas proximidades do bairro Nova América. O secretário de obras da cidade, Luiz Otávio Carvalho, explicou que, pelo menos, duas grandes rochas estão dentro do canal há vários meses e devem ser retiradas até o fim de 2019.>
COMERCIANTES RELATAM PROBLEMAS>
Edson Monteiro Andrade é gerente de uma farmácia no bairro Cobilândia e diz que o estabelecimento teve um prejuízo de quase R$ 10 mil com a última chuva. Além de remédios, a farmácia também perdeu móveis com a inundação e os responsáveis pelo comércio ainda não têm expectativa de quando vão se recuperar do prejuízo.>
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"Nós tivemos um prejuízo de aproximadamente R$ 10 mil. Vamos demorar mais de um ano para se recuperar do prejuízo, nós ainda não conseguimos refazer o que precisava ser feito. A gente vai se adaptando, para poder continuar trabalhando", explicou o gerente da farmácia.>
O comerciante Bruno Sorrentino tem uma perfumaria em Cobilândia e estima ter sofrido um prejuízo de R$ 25 mil, porque todas as prateleiras do seu comércio precisaram ser trocadas. Na avaliação dele, a liberação do saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para as pessoas prejudicadas pela chuva não deveria ser a única solução para o problema.>
"Você é penalizado duas vezes, uma perdendo aquilo que você tem, e outra é ter que tirar uma coisa que já é sua. Já é um direito seu, estão você vai pagar duas vezes. Não consigo entender se essa é a atitude que um órgão público tem que ter com o cidadão", disse o comerciante.>
GRUPO ORGANIZA ABAIXO-ASSINADO>
O advogado Marcos Souza é morador da Grande Cobilândia e se uniu a outros advogados para organizarem um pedindo conjunto de indenização para moradores e comerciantes da região. Segundo ele, um grupo encaminhou uma petição ao Ministério Público do Espírito Santo, solicitando que as razões do alagamento sejam apuradas.>
Na avaliação do grupo, faltaram ações preventivas por parte da Prefeitura da Vila Velha e do Governo do Estado, como a limpeza de canais e rios que passam pela região. Marcos afirma que um dos advogados do grupo teve um prejuízo superior a R$ 6 mil reais, porque teve os móveis do escritório destruídos.>
PREFEITURA EXPLICA PARTE DAS OBRAS>
O secretário de Obras de Vila Velha, Luiz Otávio de Carvalho, afirmou que a prefeitura e o governo estadual estão fazendo ações conjuntas a curto prazo para impedir que novos alagamentos aconteçam. Entre as ações estão o desassoreamento do Canal Marinho, o desassoreamento do Rio Marinho e a retirada de pedras de granito que caíram no Canal Marinho, após acidentes com carretas.>
A reportagem da rádio CBN Vitória foi até uma das margens do Canal Marinho e verificou que uma das pedras citadas pelo secretário está com a ponta visível, no lado de fora da água. >
"A gente ouve a população, porque não temos documentos na prefeitura retratando isso. Com certeza tem mais de duas pedras ali dentro. São pedras enormes, que acabam atrapalhando e muito o escoamento da água", disse o secretário.>
O governo do Estado estima que as obras de macrodrenagem na região da Grande Cobilândia serão iniciadas até o final de 2020.>
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