Publicado em 29 de janeiro de 2019 às 02:44
O governo do Estado criou ontem uma força-tarefa envolvendo órgãos ambientais que vai vistoriar barragens em todo o Estado e também propor soluções de monitoramento e alerta para aquelas que apresentam maior risco.>
A decisão foi tomada depois da tragédia com a barragem de rejeitos da Vale que estourou na última sexta-feira, em Brumadinho, Minas Gerais, deixando dezenas de mortos e centenas de desaparecidos.>
As ações do grupo capixaba terão início amanhã em três barragens (todas de armazenamento de água) em situação de risco apontadas em relatório da Agência Nacional de Águas (ANA) referente a 2017: duas em São Roque do Canaã (Santa Júlia e Alto Santa Júlia), Norte do Estado, e uma em Cariacica (Duas Bocas). A situação preocupante desses locais foi mostrada por A GAZETA em novembro do ano passado.>
O objetivo é intensificar ações e monitoramento e fiscalização. A Agerh (Agência Estadual de Recursos Hídricos) tem estrutura pequena e temos uma proposta de adequação dessa equipe, afirmou o diretor-presidente da Agerh, Fábio Ahnert.>
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De fato, segundo relatório da ANA, o órgão só conta com uma engenheira para fazer o monitoramento das 98 barragens do Estado registradas no cadastro de segurança do órgão. Segundo o diretor, o problema de subdimensionamento da equipe já está sendo resolvido. Estamos reorganizando e alocando mais três técnicos para esse setor. Vamos tentar reforço de engenheiros de outros órgãos para reforçar nossa equipe de fiscalização, disse.>
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Apesar de a Agerh contabilizar 98 barragens no Cadastro Estadual de Segurança de Barragens, o número de estruturas desse tipo no Estado é muito maior. As demais, seriam barragens pequenas, usadas para irrigação em propriedades rurais, sem risco potencial, segundo o órgão.>
Há mais de duas mil com outorga do órgão para funcionar. De acordo com a agência, a prioridade é fazer o acompanhamento dos reservatórios com maiores volumes de água e localizadas próximas a comunidades e centros urbanos.>
Além desse cadastro da Agerh, responsável pela outorga das barragens, há ainda aquele promovido pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), que fornece a licença. Nessa base de dados, estão mais de nove mil barragens em todo o Espírito Santo, segundo a ANA.>
Existem barragens de diversos portes: as menores são licenciadas pelo Idaf. Quando a água armazenada é para alguma finalidade, como abastecimento, irrigação, etc, elas precisam ser outorgadas pela Agerh. Talvez algumas barragens estejam licenciadas mas não outorgadas. Queremos um cadastro único, em que a gente enxergue um número integral, afirmou o diretor da Agerh.>
A maior parte das barragens existentes no Estado são reservas de água que tem por finalidade o abastecimento público (como no caso de Duas Bocas), irrigação e dessedentação de animais>
MINAS GERAIS>
Também foi anunciado ontem que o governo do Estado vai solicitar ao de Minas Gerais que dados referentes a barragens localizadas na porção mineira da bacia do Rio Doce sejam compartilhados com os órgãos de regulação capixabas.>
O Estado quer acompanhar o processo de segurança dos empreendimentos. A bacia hidrográfica é uma unidade física, ou seja, o que acontece no trecho mineiro tem impacto aqui, como já vimos com o desastre em Mariana (MG), em novembro de 2015, relembra Ahnert.>
O governador Renato Casagrande afirmou que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) está avaliando acionar na Justiça as empresas que ficam ao longo do Rio Doce para obter relatórios dos níveis de segurança das barragens.>
Estamos pensando no melhor instrumento para acionar as empresas que têm barragens de rejeito, para que forneçam o plano de segurança e tenha mais segurança para a população capixaba, declarou em coletiva, ontem.>
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