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Após cinco anos, moradores ainda temem encosta em Nova Almeida

Após cinco anos, moradores ainda temem encosta em Nova Almeida

Em 2013, barranco que fica embaixo da Igreja Reis Magos cedeu. Até agora, nada foi feito

Publicado em 1 de março de 2019 às 01:38

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Há cinco anos o medo e a dificuldade de dormir durante à noite fazem parte da rotina de moradores da Rua José Belarminio Sobrinho, em Nova Almeida, na Serra. Em 2013, a encosta do barranco que fica bem abaixo da Igreja Reis Magos, um importante patrimônio da cidade, cedeu com as fortes chuvas e até agora nada foi feito pela prefeitura, segundo moradores.

Um edifício de três andares é o mais prejudicado, com entulho em praticamente todos os cômodos. O local foi interditado pela Defesa Civil na época. Os moradores têm medo de que essa casa desabe sobre outras, quando a chuva estiver forte e a encosta voltar a ceder.

Para monitorar esse imóvel, o aposentado Wilson Bandeira Chagas, 79, tem a chave e sempre observa a casa para saber se houve mudanças na estrutura. O edifício que fica bem em frente à casa dele está cheio de entulho e terra – que desceu da encosta nas chuvas de 2013.

O aposentado conta que tem medo da encosta levar o prédio para cima da casa dele, que fica de frente, e sempre ouve barulhos quando chove muito forte. “Teve uns dois ou três desmoronamentos depois. Quando começa a chover, a Defesa Civil vem com a prefeitura, olha tudo, fala que vai fazer alguma coisa. Mas para de chover eles esquecem e não voltam mais”, lamentou.

Além da casa de três andares, haveriam outras propriedades em risco, segundo avaliação dos próprios moradores. O matagal logo acima do barranco impede a visualização das encostas, mas bem perto da Igreja Reis Magos e do mirante que existe no local é possível ver que o terreno cedeu em algumas situações.

A professora Jossiane Lott Campos, 41, mora em uma rua próxima da encosta. Ela acredita que a casa dela não corre risco, por estar em uma via lateral, mas tem medo de passar pelas ruas todos os dias. “Eu já morei em uma casa do lado da encosta e morria de medo quando chegava a chuva.”

MAIS PROTEÇÃO

A população da região acredita que seja necessário que os moradores da beira do barranco sejam retirados de suas casas, pois com chuvas mais fortes o risco é muito alto. O atendente de farmácia Wanderley Ferreira da Silva, 43, que faz parte de um grupo que cobra soluções da prefeitura, acredita que é preciso a construção de um muro de arrimo, para evitar que a encosta desça, além de demolir o prédio que está com maior risco, o edifício em frente à casa de seu Wilson.

“Queremos a demolição do prédio para que as pessoas se sintam mais seguras. O Seu Wilson, por exemplo, é um senhor de idade e não consegue dormir”, disse.

PREFEITURA CONSTRUIRÁ MURRO DE ARRIMO

Prédio interditado (branco) fica perto de outras casas. (Marcelo Prest)

Engenheiro da Defesa Civil da Serra, Antônio Carlos Coutinho admitiu que existe risco de as encostas descerem em caso de chuvas torrenciais. A prefeitura deve construir um murro de arrimo até o fim do ano. Ele explicou que três famílias já foram notificadas com a orientação para que saiam de suas casas.

“O risco existe, porque estão na parte de encosta, que tem mais de 30 metros”, explicou.

O coronel afirmou que não há perigo para as casas que estão à frente – do outro lado da rua – da residência que até hoje continua cheia de terra. Ele inclusive ressaltou que a própria residência não corre alto risco, mesmo estando na situação atual.

“A encosta que desceu está estável. O problema é quando os moradores continuam na casa e retiram a terra, aí tem possibilidade de ter outros deslizamentos”, completou.

Ele salientou que a Igreja Reis Magos não corre risco.

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Ainda segundo Coutinho, a Prefeitura da Serra faz monitoramento semanal na região e prevê que até o fim do ano um muro de arrimo seja construído no local. Os projetos já estão em andamento, mas é necessária a documentação de moradores que estão próximos da encosta, já que eles podem ter que ser retirados das casas para as obras aconteçam.

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