> >
Alpinista capixaba foi encontrado em saco de dormir, diz site

Alpinista capixaba foi encontrado em saco de dormir, diz site

Site argentino afirma que Fabrício Amaral, de 42 anos, sobreviveu por mais tempo que o amigo Leandro Innota, buscou proteção, mas não conseguiu resistir ao frio

Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 17:41

Ultima foto de Fabricio Amaral e Mr. Bean escalando o Fitz Roy em janeiro de 2019 Crédito: Reprodução / Aventura Chalten

O corpo do alpinista capixaba Fabrício Amaral, de 42 anos, foi encontrado 200 metros abaixo do corpo do amigo, o mineiro Leandro Innota, e está em um local perigoso e de difícil acesso. As informações são do site argentino Aventura Chalten. Os dois amigos estavam desaparecidos desde o dia 18 de janeiro, no Monte Fitz Roy, na Argentina. Os corpos foram encontrados no sábado (02), mas ainda não foram resgatados.

De acordo com o site Aventura Chalten, o capixaba teria sobrevivido por mais tempo que o amigo. Fabrício foi encontrado em um abrigo rochoso, dentro do saco de dormir.

"Perto da Franco-Argentina, cerca de 600 metros de altura da rota, foi encontrado o primeiro alpinista, com corpo congelado, Leonardo Ianotta, mais conhecido como Mr. Bean. Quando voltamos, cerca de 200 metros abaixo, encontramos o alpinista Fabrício, que estava em um abrigo rochoso, aparentemente para se proteger da tempestade, dentro do saco de dormir, com todas as suas coisas organizadas. Pudemos perceber que ele tinha em mãos o celular de Inotta, o que indica que seu parceiro morreu primeiro e Fabrício guardou o dispositivo (celular) para entregar à família do amigo", diz a reportagem do site argentino.

As informações do "Aventura Chalten" foram fornecidas pelo alpinista brasileiro Beto Pavani, que participou das buscas. Pavani relatou ao site argentino que o capixaba teria perdido a corda que usava na escalada e morreu por conta do forte frio.

"Acreditamos que ele ficou sem uma corda e não conseguiu continuar descendo, mas não sabemos muito bem o que aconteceu. Nós estimamos que ele mais tarde adormeceu e morreu de hipotermia, na presença de mau tempo na montanha", afirma Pavani ao site argentino.

Resgate Difícil

Fabrício Amaral, 42 anos, estava acompanhado do escalador mineiro Leandro Iannotta, conhecido como Mr Bean Crédito: Arquivo Pessoal

Apesar dos corpos terem sido encontrados, resgatá-lo não será tarefa fácil. De acordo com a reportagem do site argentino, chegar até o corpo de Fabrício com o helicóptero de resgate é difícil e perigoso.

"O helicóptero não pode chegar perto, é um caminho arriscado e muito perigoso. O clima muito quente, e devido à rocha solta da montanha e muita água, forma-se uma cachoeira. Calculamos que há seis ou sete rapéis para descer até a geleira. Isso pode ser feito, mas é muito perigoso", relata o site.

Dupla iniciou a subida muito tarde

Ao mesmo site, a coordenadora de operações de resgate da comissão de Auxílio de El Chaltén, uma cidade argentina, Carolina Codó, afirmou que o Fabrício e o amigo erraram ao demorar muito para iniciar a subida ao Fitz Roy.

"O principal erro que eles cometeram foi o fato de terem saído muito tarde, já que a diferença de bom tempo durou três dias. Estavam no Passe Superior desde terça-feira e saíam (para subir) no último dia. Todos sabiam que a tarde de sexta-feira começava a mudar o clima. E mesmo quando todas as expedições estavam descendo do cume, eles continuaram a subir ”, disse Codó ao site Aventura Chalten.

Este vídeo pode te interessar

  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais