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Aedes Aegypti: médico contrai ao mesmo tempo dengue e zika

Aedes Aegypti: médico contrai ao mesmo tempo dengue e zika

A coinfecção não é muito comum, segundo especialistas ouvidos pela reportagem da rádio CBN Vitória

Publicado em 28 de junho de 2019 às 16:15

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Fachada do Hospital Praia da Costa, onde o paciente está internado. (Divulgação)

Em meio à epidemia de dengue que vive o Espírito Santo, um caso no Estado chama a atenção. Um médico de 25 anos foi internado na UTI do hospital Praia da Costa, em Vila Velha, com dengue e zika, as duas doenças ao mesmo tempo.

Ele deu entrada com quadro febril no hospital na última segunda-feira (24) e foi transferido para a UTI no dia seguinte, com o nível de plaquetas muito baixo.

Segundo o hospital, o paciente está estável e sem previsão de alta. Testes sorológicos feitos confirmaram a dengue e também apontaram para o diagnóstico de zika. A coinfecção não é muito comum, segundo especialistas ouvidos pela reportagem da rádio CBN Vitória.

Aedes Aegypti - médico contrai ao mesmo tempo dengue e zika

O infectologista Crispim Cerutti Junior explicou que é possível que um mesmo paciente contraia, simultaneamente, dengue, zika e chikungunya. As três doenças são transmitidas pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti. Assim, o paciente pode ter pego as doenças por uma única picada ou por mosquitos distintos.

"Não é comum, mas como são dois vírus circulando com muita frequência no nosso meio, é possível que ocorra. Dois vírus semelhantes transmitidos pelo mesmo mosquito, no mesmo ambiente e a pessoa pode ter infecção por mais de um", disse.

O infectologista afirmou ainda que nos casos de coinfecção há um risco maior de agravamento do quadro de saúde dos pacientes. "Os dois vírus têm ações semelhantes em relação ao corpo da pessoa. Na dengue, costuma ter uma evolução mais grave do que a evolução de zika. Mas se ambos estão agredindo da mesma forma, há uma possibilidade maior de ter uma evolução mais grave", destacou.

O paciente de 25 anos trabalha como médico no próprio hospital onde se encontra internado. Pastores da Maranata fazem uma campanha nas redes sociais pedindo doação de sangue para o médico, que é membro da igreja.

Ele chegou ao hospital com o nível de plaquetas abaixo de 10 mil, característica de um caso de dengue grave - o mínimo considerado adequado é de 100 mil plaquetas. No entanto, a médica intensivista do hospital, Maysa Pina Bernardes, explicou que ele não precisa mais de transfusão.

"Ele precisou de transfusão de plaquetas quando chegou porque estava com o nível muito baixo e com sangramento, mas ele fez transfusão de plaquetas e agora as plaquetas continuam baixas, mas sem necessidade de transfusão", relatou a médica.

A probabilidade da coinfecção acontecer é maior em áreas de epidemia de dengue, situação do Espírito Santo. Já são 49.198 casos registrados este ano, o maior número dos últimos seis anos registrados no primeiro semestre. Neste período, 20 pessoas morreram por complicações da doença.

AS DIFERENÇAS

Dengue, zika e chikungunya são vírus transmitidos pela picada do mosquito Aedes aegypti, infectado.  Em comum, além de serem transmitidas pela picada do mesmo mosquito, as doenças aparecem em fases agudas, podem dar mal-estar, dores pelo corpo e de cabeça, e febre.

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A dor de cabeça costuma ser mais intensa na dengue, enquanto a dor nas articulações é mais intensa na chikungunya. Já o Zika raramente apresenta febre ou outros sintomas mais característicos.  A vermelhidão no corpo costuma coçar.

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