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200 mil litros de esgoto despejados por dia no mar de Manguinhos

200 mil litros de esgoto despejados por dia no mar de Manguinhos

Rio Laripe ficou com cor escura e cheiro forte causado pela poluição. Prefeitura já notificou 7 mil imóveis irregulares. O Ministério Público Estadual investiga o crime ambiental.

Publicado em 2 de julho de 2019 às 20:44

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A falta de saneamento transformou o Rio Laripe, na Serra, em um valão. Desaguando na praia de Manguinhos, o cheiro forte de esgoto já foi responsável pelo fechamento de comércios na beira do mar. A Companhia de Saneamento do Espírito Santo (Cesan) estima que 200 mil litros de água suja por dia sejam despejadas no curso do rio.

Na beirada do mar de Manguinhos, a faixa de água suja e preta se dissolve no oceano. O cheiro, porém, fica. Um restaurante que ficava ao lado do rio Laripe fechou há dois anos. Segundo a proprietária, Norma Louzada, ninguém conseguia almoçar no local.

“Quando ele retém por causa de volume de água, quando chove e ele abre com força e toma parte da faixa de areia e do mar. É insuportável, dá para sentir do asfalto”, contou a microempresária Norma Louzada.

O Laripe passa pelos bairros Vila Nova de Colares, Feu Rosa, Ourimar e deságua na praia de Manguinhos, os moradores, porém, conhecem o rio por “valão”.

De acordo com a Cesan, 96% por cento dos imóveis da bacia do Laripe têm sistema de coleta e tratamento de esgoto, mas, cerca de 400 imóveis, não estão ligados na rede. Isso representa 200 mil litros de esgoto jogados no rio sem tratamento todos os dias.

“A gente pede para as pessoas que se interliguem. É só ligar para o 115 da Cesan, que a gente faz toda a orientação técnica para essa ligação” explicou o gerente da Cesan, Douglas Couzi.

HISTÓRICO

Em um vídeo gravado pelo microempresário Fábio Machado é possível ver a água preta chegando ao mar. “Eu mostrei para várias pessoas e descobri que isso não era novidade nenhuma. Que essa é uma luta antiga dos moradores e de quem se interessa pela região”.

O problema é mostrado pela TV Gazeta desde 2016. Em 2017, a Cesan declarou que as principais poluidoras do rio eram as casas do bairro Feu Rosa.

FISCALIZAÇÃO

A secretária de meio ambiente da Serra disse que tem fiscalizado condomínios, casas e empresas para saber se estão ligados a rede. Ao todo, sete mil imóveis foram notificados só na bacia do rio.

A previsão da prefeitura é de que só em 2023 os imóveis próximos a bacia do rio tenham o esgoto completamente tratado.

“Toda vez que um imóvel é notificado, o proprietário tem 30 dias para resolver a ligação. Toda a questão relacionada a crime ambiental é informada para o Ministério Público com o endereço para que seja aplicada as demais sanções sejam aplicadas”, explicou a secretária de Meio Ambiente da Serra, Áurea Almeida.

INVESTIGAÇÃO

O Ministério Público do Espírito Santo disse que já existe um inquérito para investigar o lançamento irregular de esgoto aqui no Rio Laripe.

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Em nota, o MPES garantiu ainda que a promotoria de justiça do meio ambiente da Serra já instaurou diversos procedimentos por conta de problemas nos rios do município. Pessoas e empresas responsáveis por vazamento de esgoto não tratado têm sido processadas criminalmente.

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