A falta de saneamento transformou o Rio Laripe, na Serra, em um valão. Desaguando na praia de Manguinhos, o cheiro forte de esgoto já foi responsável pelo fechamento de comércios na beira do mar. A Companhia de Saneamento do Espírito Santo (Cesan) estima que 200 mil litros de água suja por dia sejam despejadas no curso do rio.
Na beirada do mar de Manguinhos, a faixa de água suja e preta se dissolve no oceano. O cheiro, porém, fica. Um restaurante que ficava ao lado do rio Laripe fechou há dois anos. Segundo a proprietária, Norma Louzada, ninguém conseguia almoçar no local.
Quando ele retém por causa de volume de água, quando chove e ele abre com força e toma parte da faixa de areia e do mar. É insuportável, dá para sentir do asfalto, contou a microempresária Norma Louzada.
O Laripe passa pelos bairros Vila Nova de Colares, Feu Rosa, Ourimar e deságua na praia de Manguinhos, os moradores, porém, conhecem o rio por valão.
De acordo com a Cesan, 96% por cento dos imóveis da bacia do Laripe têm sistema de coleta e tratamento de esgoto, mas, cerca de 400 imóveis, não estão ligados na rede. Isso representa 200 mil litros de esgoto jogados no rio sem tratamento todos os dias.
A gente pede para as pessoas que se interliguem. É só ligar para o 115 da Cesan, que a gente faz toda a orientação técnica para essa ligação explicou o gerente da Cesan, Douglas Couzi.
HISTÓRICO
Em um vídeo gravado pelo microempresário Fábio Machado é possível ver a água preta chegando ao mar. Eu mostrei para várias pessoas e descobri que isso não era novidade nenhuma. Que essa é uma luta antiga dos moradores e de quem se interessa pela região.
O problema é mostrado pela TV Gazeta desde 2016. Em 2017, a Cesan declarou que as principais poluidoras do rio eram as casas do bairro Feu Rosa.
FISCALIZAÇÃO
A secretária de meio ambiente da Serra disse que tem fiscalizado condomínios, casas e empresas para saber se estão ligados a rede. Ao todo, sete mil imóveis foram notificados só na bacia do rio.
A previsão da prefeitura é de que só em 2023 os imóveis próximos a bacia do rio tenham o esgoto completamente tratado.
Toda vez que um imóvel é notificado, o proprietário tem 30 dias para resolver a ligação. Toda a questão relacionada a crime ambiental é informada para o Ministério Público com o endereço para que seja aplicada as demais sanções sejam aplicadas, explicou a secretária de Meio Ambiente da Serra, Áurea Almeida.
INVESTIGAÇÃO
O Ministério Público do Espírito Santo disse que já existe um inquérito para investigar o lançamento irregular de esgoto aqui no Rio Laripe.
Em nota, o MPES garantiu ainda que a promotoria de justiça do meio ambiente da Serra já instaurou diversos procedimentos por conta de problemas nos rios do município. Pessoas e empresas responsáveis por vazamento de esgoto não tratado têm sido processadas criminalmente.
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