Publicado em 29 de abril de 2020 às 12:14
O preço do quilo de alho nos mercados de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, está ultrapassando o valor da carne, inclusive, as classificadas como de maior qualidade. O produto foi encontrado em alguns estabelecimentos, custando mais de R$30,00 o quilo. >
O motivo, de acordo com os comerciantes e o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) é que a maior parte do alho consumido no Brasil vem de outros países e o preço tem sofrido aumento com a alta do dólar e a dificuldade de importação.>
Segundo o André Lira, que é gerente de um supermercado em Cachoeiro, neste ano, o valor da caixa do alho dobrou e o reajuste é repassado ao consumidor. Desde fevereiro, o alho teve um aumento de 100% no valor da caixa na Ceasa e esse valor, infelizmente, é repassado para o consumidor", afirma. >
Paulo Schalders, engenheiro-agrônomo do Incaper, explicou que o Brasil não produz alho suficiente para suprir toda a demanda nacional. Nessa época do ano, nós estamos no período da entressafra. Como o Brasil produz apenas 30% do alho consumido aqui, a maioria do nosso alho vem da China e da Argentina e devido à pandemia, essas importações ainda não chegaram, com isso, faz com que o preço do alho fique mais alto", diz. >
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Além da dificuldade de comprar o produto importado por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a alta do dólar também influenciou diretamente no valor do alho. O alho vem de uma entressafra e o dólar vem ganhando força em relação ao real já tem algum tempo. Essa valorização do dólar frente ao real reflete no valor do alho, explicou André.>
Para Paulo, o valor só vai reduzir quando as importações, que estão prejudicadas, forem normalizadas. Temos a variação cambial por ser um produto importado e, como no Brasil, o alho é indispensável em sua culinária, a pressão de consumo é a mesma, isso só vai normalizar quando o alho importado começar a chegar ao mercado nacional", avalia. >
Enquanto isso, o consumidor tenta pesquisar os valores e ajustar a quantidade do produto adquirida. Estou levando um pouco menos, mas se fosse em outra época, com certeza, estaria levando mais. Um preço assim é absurdo, disse o Jorge Girelli, advogado. >
Com informações de Leandro Manhães/TV Gazeta Sul>
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