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Preço da cenoura sobe 247% no ano. Confira a alta no preço dos alimentos no ES

Preço da cenoura sobe 247% no ano. Confira a alta no preço dos alimentos no ES

Comidas e bebidas encareceram 5,39% entre janeiro e março de 2022. Desta vez, são os legumes que apresentam o aumento de preço mais expressivo na cesta básica; saiba mais

Publicado em 23 de abril de 2022 às 14:43

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inflação não dá trégua às famílias e colocar comida na mesa está cada vez mais difícil. Alimentos e bebidas encareceram 5,39% nos três primeiros meses de 2022, e, desta vez, são os legumes que tiveram o aumento de preço mais expressivo na cesta básica. Um exemplo é a cenoura, que triplicou de preço, ficando 247,77% mais cara na Grande Vitória, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 O pesquisador e economista do FGV IBRE Matheus Peçanha explica que o encarecimento da cenoura, cujo quilo já chega a custar  R$ 13 nos supermercados, se deve principalmente a questões climáticas.

Cenoura e tomate
Cenoura e tomate estão entre os vilões do bolso em 2022. (Carlos Alberto Silva)

Ele observa que a lavoura de curto prazo tem sofrido muito desde o ano passado, saindo de uma seca histórica e generalizada, em consequência do fenômeno climático La Niña, para problemas de chuvas excessivas no Sudeste e secas localizadas no Centro-Oeste brasileiro.

“O acúmulo desses choques de oferta foi determinante na escalada atual do preço dos hortifrutis”, avalia. “O problema do excesso de chuva na Região da Mata mineira e no Espírito Santo, áreas que contribuíram com metade da produção nacional de cenoura, foi o que mais impactou pra encontrarmos esse item a um preço tão alto atualmente”, completou Peçanha.

Entretanto, esse não é o único alimento que acumula aumento substancial no ano. Nos três primeiros meses de 2022, somente três produtos, entre os dez que registraram maiores altas de preços, tiveram reajuste inferior a 20%: farinha de mandioca (18,77%), maçã (18,43%) e manga (16,26%).

Mesmo com a possível estabilidade dos fatores climáticos ao longo do ano, a guerra entre Rússia e Ucrânia também deve contribuir para que os preços desses produtos, que vêm das lavouras do campo, se mantenham altos.

Conforme observa a diretora de novos negócios da plataforma Cesta de Consumo HORUS, Luiza Zacharias, “a Rússia é um dos principais exportadores de fertilizantes do mundo, e o Brasil depende fortemente daquele país para o fornecimento de matérias-primas para fertilizantes utilizados em lavouras do país, o que tende a aumentar os custos de produção e, consequentemente,  pressionar os preços de legumes, frutas e verduras para cima.”

O tomate, que foi um dos vilões da inflação em anos anteriores, por exemplo, já registra aumento de 40,96% no ano, sendo o terceiro alimento que mais encareceu no primeiro trimestre.

Confira a alta no preço dos alimentos no ES

Além dos os legumes, frutas e verduras, outros alimentos também apresentaram reajuste expressivo no período. Os ovos de galinha, por exemplo, encarecem 20,57% nos três primeiros meses de 2022.

A diretora de novos negócios da HORUS observa que, neste caso, o aumento do preço é consequência, principalmente, de dois fatores. Um deles é a alta procura do produto, como uma alternativa de proteína mais econômica, em função do aumento de preço das carnes. Outro fator é o aumento dos custos de produção, em especial do milho, usado na ração para alimentar as galinhas, que tem ficado mais caro como reflexo de fatores climáticos.

O preço do óleo de soja vendido na Grande Vitória, por sua vez, acumula aumento de 13,02% no ano, de acordo com os dados do IBGE, sendo que 10,8% dessa alta foi registrada no mês de março.

Também acumulam alta produtos como feijão, arroz e leite UHT. Pão e farinha de trigo também ficaram mais caros, sob influência do aumento do preço do trigo no mercado global, decorrente da guerra entre Ucrânia e Rússia, que são grandes exportadores do produto, como já havia sido mostrado em reportagem de A Gazeta.

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