Morreu, nesta sexta-feira (11), em Vitória, o empresário Rômulo Rodrigues Cardoso, aos 92 anos. Ele estava internado em um hospital particular com problemas cardíacos.
Rômulo foi dono de supermercado, presidente do Sindicato do Comércio Varejista, vice-presidente da Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio), um dos fundadores da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) e fundador, há 29 anos, do Centro Educacional Primeiro Mundo.
"Ele foi um pai maravilhoso e um exemplo para todos nós. Foi um homem importante para o desenvolvimento de Vitória. Depois que saiu do ramo supermercadista fundou o Centro Educacional Primeiro Mundo, onde sempre zelou pela formação das pessoas. Ele continuava a circular pela escola todos os dias, embora os filhos sejam os responsáveis pela gestão atualmente", conta Antônio Fonseca, genro de Rômulo.
O empresário deixa a esposa, Edyr Régis Cardoso, três filhos - Andréa, Eduardo e Luciana -, além mutos netos e bisnetos. O velório será às 16h30 no cemitério de Santo Antônio, na Capital.
Em nota, a escola Primeiro Mundo ressalta que ele era apaixonado por educação e muito respeitado por toda a comunidade escolar. "Dentre muitas de suas marcas, ressaltamos a sua retidão, o seu gosto pela leitura e a sua generosidade. Amado pelas crianças e respeitado pelos adolescentes e jovens da escola, nos deixa um importante legado, inspirado em sua trajetória de 92 anos de vida honrada", diz a nota.
O superintendente da Acaps, Hélio Schneider, conta que o conheceu na década de 1980, quando ele ocupou a presidência da entidade. "Ele foi uma das pessoas pioneiras no ramo de supermercados. O setor deve muito a ele. Sem dúvida, é uma perda que todos nós lamentamos. O Sr. Rômulo era uma pessoa fantástica, muito equilibrada e que deixa muitas amizades", afirmou.
Pioneiro também foi o adjetivo utilizado pelo presidente da Fecomércio, José Lino Sepulcri, para descrever o empresário. "Era uma pessoa querida, estimada e muito respeitada. Vai deixar uma lacuna violentíssima no cenário do comércio capixaba", disse.
Filho de imigrante português, que veio para o Espírito Santo em fuga dos horrores da Primeira Guerra Mundial, seu Rômulo cresceu no Centro de Vitória, na região do Mercado da Capixaba, onde o pai mantinha um armazém.
Já adulto, quando foi feito o aterro da região da Vila Rubim, entre as décadas de 1960 e 1970, viu a oportunidade de montar um supermercado: o Santa Martha, que chegou a ter seis lojas.
Àquela época, já havia mudado para um lugar então considerado isolado e com poucas casas. No bairro Santa Lúcia, aos pés do Morro da Gamela, construiu sua família com a esposa, Edir, com quem se casou em 1955 e teve três filhos: Andréa, Luciana e Eduardo.
À medida que os filhos foram crescendo e se casando, a residência ficava mais vazia. O bairro ia ganhando um perfil mais comercial. Surgiam propostas para compra da casa. Mas seu Rômulo resistia. Até que, um dia, enquanto descansava na varanda, teve a ideia de montar uma escola. Assim, em 1991, já com 63 anos de idade, ele ajudou a criar o Centro Educacional Primeiro Mundo, contando com o auxílio dos filhos nesse novo negócio.
"Eu me sinto realizado por tudo o que conquistei: na família, nos negócios, na vida. Gozo de saúde e estou lúcido aos 90 anos. Não posso reclamar de nada", disse em entrevista ao jornal A Gazeta, em setembro de 2018.
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