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Falta de chip: Marcopolo vai dar férias e suspender produção no ES

Falta de chip: Marcopolo vai dar férias e suspender produção no ES

Fabricantes de automóveis e veículos, como caminhões e ônibus, estão com dificuldade em obter componentes eletrônicos. Indústrias que produzem peças tem esticado prazos de entrega levando a ausência de itens no mercado

Publicado em 6 de agosto de 2021 às 11:27

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Montagem de ônibus na fábrica da Marcopolo em São Mateus
Montagem de ônibus na fábrica da Marcopolo em São Mateus. (Marcopolo/Reprodução)

A escassez global de componentes eletrônicos que vinha paralisando a produção da indústria automotiva em alguns Estados brasileiros chegou ao Espírito Santo com a Marcopolo dando férias coletivas por 30 dias aos funcionários da planta de São Mateus.

Diante da falta de chips e de semicondutores no mercado mundial, a planta industrial, que produz ônibus da marca Volare, ficará sem a montagem dos veículos entre 23 de agosto e 22 de setembro, segundo comunicado do grupo ao mercado de capitais, divulgado nesta sexta-feira.

Outra unidade da Marcopolo em Caixas do Sul, no Rio Grande do Sul, também ficará um mês sem operar enquanto as fábricas de San Marino, também no mesmo Estado, retorna as atividades em 13 de setembro.

Segundo a empresa, a área comercial permanecerá trabalhando integralmente com foco em vendas e atendimento aos clientes. "Os prazos de entregas dos ônibus estão sendo renegociados com os clientes visando o menor impacto possível ao setor", disse em nota.

O desaparecimento desses elementos afeta desde o ano passado a indústria automobilística a ponto de paralisar a produção de veículos de várias montadoras no mundo e reduzir as perspectivas de crescimento do setor.

Contudo, a falta de produtos como chips e semicondutores também tem outras consequências que impactam diretamente a população, conforme mostrou reportagem exclusiva de A Gazeta. 

Uma delas é a dificuldade que empresas estão tendo de fazer reparos e manutenção em carros, escadas rolantes e até elevadores. Também está faltando peças para HDs usados em computadores especiais que mantêm parques industriais.

POR QUE FALTAM COMPONENTES ELETRÔNICOS

A justificativa para a falta de chips – feitos em sua maioria na Ásia -, é que, no início da pandemia, montadoras suspenderam encomendas porque as fábricas foram fechadas. O maior número de trabalhadores em home office e crianças fora da escola levou a um boom de vendas de eletroeletrônicos como laptop e celular, e a produção foi direcionada a esses produtos.

Quando a situação estava mais amena, setores da economia, entre os quais a indústria automobilística, retomaram atividades num ritmo superior ao esperado e as fábricas de chips não deram conta da demanda.

Fábrica da Volkswagen no Brasil
Fábrica da Volkswagen no Brasil foi paralisada. (Divulgação/Volkswagen)

IMPACTO NA FABRICAÇÃO DE CARROS

Segundo informações do Estadão, 18% da produção de chips vão para o mercado automobilístico. Por conta da crescente implantação de componentes eletrônicos nos veículos (desde airbags a freios e kits multimídia), hoje essas peças correspondem a 40% do preço de fabricação.

Sem essas partes eletrônicas, que permitem que os componentes do carro se comuniquem entre si, muitas montadoras foram paralisadas no país.

A fábrica de Hyundai, que fabrica o HB20, por exemplo, teve a produção totalmente interrompida em junho. A Volkswagen também precisou paralisar a produção.

Segundo relatório da Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no país, entre 100 mil e 120 mil veículos deixaram de ser produzidos no Brasil no primeiro semestre de 2021 em função da falta de componentes eletrônicos.

Com informações da Natalia Bourguignon.

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