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Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 18:42
Com investimento de R$ 20 milhões, está prevista para ser inaugurada em abril a fábrica de biocarvão da startup francesa NetZero que está sendo construída em Brejetuba, na Região Serrana do Espírito Santo. >
Visivelmente semelhante ao carvão vegetal, o biochar, como também é chamado o produto, funciona como condicionador do solo, atuando como uma “esponja de carbono” e ajuda na retenção de água e nutrientes de terras agrícolas, contribuindo na contenção das emissões de carbono e das mudanças climáticas. Biochar é a união das palavras em inglês “biomass” (biomassa, ou matéria orgânica) e “charcoal” (carvão).>
A fábrica da green tech francesa em Brejetuba será a segunda no Brasil e terá capacidade para produzir mais de 4 mil toneladas de biocarvão por ano, o que significa remover anualmente mais de 6 mil toneladas de CO² (gás carbônico) da atmosfera. A nova unidade começou a ser construída em julho de 2023 e vai gerar 30 empregos na região. >
A primeira fábrica de biocarvão no país está funcionamento desde abril de 2023 e fica em Lajinha (MG), a 25 quilômetros de Brejetuba. Segundo a empresa, a escolha pela cidade na região Serrana do Espírito Santo foi estratégica. >
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Entre os objetivos, está capitalizar sobre essa proximidade para facilitar o trabalho das equipes de pesquisa e desenvolvimento, a fim de acelerar as interações tecnológicas e ampliar a colaboração com a cooperativa Coocafé, já parceira na primeira unidade, a fim de atrair rapidamente novos cafeicultores a partir dessa ligação existente.>
Na parceria com a Coocafé, que deve continuar em Brejetuba, a NetZero recolhe as cascas de café de produtores associados e as utiliza como sua matéria-prima. Em troca, o cafeicultor recebe gratuitamente parte do biochar que é feito a partir de suas cascas e compra o restante com valor próximo ao preço de custo. >
Ao mesmo tempo em que deve produzir 4 mil toneladas de biocarvão ao ano, a fábrica também tem potencial de melhorar a produtividade das culturas de cerca de 200 produtores de café. >
Na produção de café, o uso do biochar pode reduzir em até 33% a aplicação dos fertilizantes químicos no solo e, ainda assim, aumentar a produtividade média das culturas em geral, ajudando a agricultura a se tornar simultaneamente mais sustentável e produtiva. >
O que é o biochar?
Condicionador do solo que atua como uma poderosa “esponja de carbono”, o biochar ajuda na retenção de água e nutrientes de terras agrícolas, contribuindo também para a luta contra as emissões de carbono e as mudanças climáticas. O termo é resultado da união das palavras em inglês “biomass” (biomassa, ou matéria orgânica) e “charcoal” (carvão).
Visualmente semelhante ao carvão vegetal, o biochar é obtido pela extração do carbono contido nos resíduos vegetais por meio da pirólise. Esse processo permite estabilizar de forma duradoura o carbono inicialmente capturado pelas plantas na atmosfera durante a fotossíntese.
Além de seus benefícios climáticos validados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o biochar tem propriedades agronômicas notáveis: como atua no solo como uma esponja que retém água e nutrientes na raiz da planta, permite reduzir de forma duradoura o uso de fertilizantes e, ao mesmo tempo, aumenta a produtividade da cultura.
Prestes a ser inaugurada, a fábrica receberá a visita nesta sexta-feira (16) do governador Renato Casagrande (PSB). “A vinda do governador Casagrande à planta da NetZero demonstra a relevância do empreendimento para a região e para o Estado. Durante a visita, mostraremos que nosso modelo é totalmente adequado às necessidades e à realidade local, o que é um elemento-chave para o aumento de escala”, afirma Pedro de Figueiredo, cofundador da NetZero e CEO da NetZero Brasil.>
Outra unidade começará a ser construída em abril deste ano, em Machado (MG), na sequência do planejamento estratégico para trazer escala ao biocarvão como uma solução climática e agrícola.>
A NetZero foi fundada em 2021 e, além do Brasil, opera uma fábrica-piloto em escala real, em Camarões, na África. Entre os acionistas estão a Stellantis, L'Oréal e CMA CGM. A startup também já foi reconhecida como um dos 15 projetos de remoção de carbono mais promissores do mundo na competição XPRIZE Carbon Removal, da Fundação Elon Musk.>
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