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Empresas do ES planejam investir em 2020 e abrir 15 mil empregos

Empresas do ES planejam investir em 2020 e abrir 15 mil empregos

O otimismo exige qualificação para quem busca reinserção no mercado de trabalho

Publicado em 14 de outubro de 2019 às 05:30

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Por Viviann Barcelos

Empreendimento em obra, em Vitória. (Ricardo Medeiros /Arquivo)

Com os sinais de melhora da economia brasileira após a turbulenta crise em 2014, empresas voltam a investir no Espírito Santo e ampliar a sua capacidade produtiva, tirando do papel projetos que estavam engavetados. A expectativa é que 2020 seja marcado por mais reformas econômicas, além da Previdência, que vão facilitar e impulsionar a expansão de diversos setores e abertura de mais de 15 mil vagas empregos.

Segundo a Federação de Indústrias do Espírito Santo (Findes), a expectativa é que o número de postos criados nos próximos 18 meses apenas nas indústrias existentes no Espírito Santo seja duas vezes maior do que os 5 mil funcionários que foram contratados neste ano. Hoje, o segmento emprega 214 mil pessoas.

A retomada, de acordo com Léo de Castro, presidente da Federação, vai ocorrer de forma gradativa para indústrias que são voltadas para a exportação, como a de minério, siderurgia e celulose, devido à briga comercial entre Estados Unidos e China. No entanto, indústrias voltadas para o mercado nacional, como a alimentícia, moveleira, de plástico, dentre outras, o crescimento econômico será mais rápido.

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Quem estiver qualificado, principalmente com cursos técnicos profissionais voltados para o conhecimento tecnológico, vai conseguir se reinserir na indústria 4.0. Vivemos em um contexto em que todos precisam aprender a reaprender para permanecer e se reinserir no mercado de trabalho, principalmente na indústria, que é marcada pela automatização e inovações

Léo de Castro
Presidente da Findes
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“Aprovação de reformas são urgentes para impulsionar o desenvolvimento”

Com a aprovação das reformas da previdenciárias e tributária, que estão em discussão no Congresso Nacional, a expectativa, segundo Léo de Castro, é que o cenário econômico seja ainda mais favorável, proporcionando segurança aos investidores.

“O país está bem pautado em suas agendas e é preciso ter celeridade para destravar a economia e atrair investidores. Em paralelo ao cenário nacional, o Espírito Santo apresenta equilíbrio fiscal, o que facilita a expansão das indústrias locais, além de investimentos em âmbito nacional e internacional dentro do Estado”, acrescenta.

O otimismo com os sinais positivos da economia também é vivenciado pelo setor de construção civil, que prevê para o próximo ano a abertura de 3.000 postos de trabalho para a construção de 15 mil imóveis. Segundo o Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo, Paulo Baraona, o setor ainda busca voltar ao mesmo patamar de crescimento que tinha antes da crise de 2014.

“Já tivemos cerca de 30 mil construções de imóveis por ano e 60 mil postos de trabalhos no setor, que foi diretamente impactado com a crise econômica, diminuindo para 12 mil construções e 39 mil trabalhadores empregados diretamente atualmente. A aprovação das reformas são urgentes para impulsionar o desenvolvimento e concretizar o planejamentos dos empresários do setor para um crescimento maior em 2020, que estima criar mais 3.000 postos de trabalho”, explica Paulo Baraona.

Expansões e investimentos em tecnologia

Ao perceber o aumento do poder de consumo dos clientes e o cenário econômico otimista no Brasil, indústrias e empresas de diversos setores trabalham para expandir os seus negócios. O Grupo Líder, por exemplo, responsável por concessionárias em todo o Estado, aproveitou momento econômico para inaugurar mais uma loja na capital.

Segundo o diretor José Braz Neto, não é apenas o consumidor final que voltou a comprar. Ele destaca que todo o processo econômico está otimista. “As fábricas estão empenhadas em vender e os bancos comprometidos em aprovar crédito, além de muitas liquidações. Tudo isso vem favorecendo o mercado, que está gradualmente retomando seu ritmo de crescimento", explica.

A Placas Brasil, indústria capixaba de MDF com a sede localizada em Pinheiros, também aproveitou a retomada gradual da economia para investir mais de R$ 40 milhões na fabricação de painéis revestidos que serão lançados oficialmente no próximo mês. Até pouco tempo, a empresa comercializava somente painéis naturais. O investimento atual visa a conquistar o mercado de luxo e tem a expectativa de gerar 100 novas vagas de emprego nos próximos cinco anos.

Segundo o Gerente Comercial Sergio Possato, o lançamento dos painéis revestidos representa um momento estratégico na atuação de novos negócios e simboliza o ingresso ao mercado de produtos diferenciados com alto valor agregado. “Até então, atuávamos com a comercialização de MDF naturais e brancos, chamados commodities, e com a implementação destes investimentos e o incremento dos produtos revestidos visamos a atuar e desenvolver projetos para um mercado mais exigente”, explica.

A Marcopolo - dona da Volare, fábrica de ônibus em São Mateus -, apesar de não anunciar aplicações futuras, informou que está finalizando um investimento de R$ 14 milhões, que resultou na ampliação da produção de duas para cinco unidades dia e na ampliação do seu quadro de funcionários para 500 profissionais.

Ainda segundo a fábrica, o investimento foi destinado à ampliação da linha de produção e também para a verticalização da produção de componentes na fábrica de São Mateus. “Os componentes para produzir as carrocerias dos ônibus vinham de Caxias do Sul, no Rio de Janeiro, e até o final do ano serão produzidos em São Mateus. Também estamos desenvolvendo de fornecedores locais, no Espírito Santo, para atendimento das necessidades de peças e insumos”, informou por meio de nota.

A empresa WEG Motores, que tem uma filial localizada em Linhares, disse que, assim como nos anos anteriores, a empresa investe na melhoria e eficiência da unidade capixaba, assim como nos anos anteriores. Vale lembrar ainda que, em maio de 2018, a fábrica anunciou um investimento de R$ 140 milhões até 2022, na filial localizada em Linhares.

De acordo com Luis Alberto Tiefensee, diretor-superintendente da empresa, mais investimentos vão acontecer no decorrer de 2020 e a geração de emprego vai depender diretamente do crescimento da economia do país. “Os investimentos serão em diversas áreas, direcionados para melhoria de produtividade em geral, envolvendo otimização de produtos e melhorias em equipamentos usados na manufatura dos produtos”, ressaltou.

Indústrias investem em aumento da capacidade produtiva

Fábrica da Volare em São Mateus. (Carlos Alberto Silva - Arquivo)

Além do investimento no aumento da capacidade produtiva e eficiência em suas operações, as empresas também estão aproveitando o otimismo econômico para expandir, modernizar e reformar os seus parques industriais.

Um exemplo é a Metalosa, indústria metalúrgica localizada em Colatina, que prevê um investimento na ordem de R$ 13 milhões até meados de 2020 para a modernização do maquinário, automação, diversificação e aumento da capacidade produtiva, que vai demandar um aumento de 10% no número de funcionários, que, atualmente, é de 250 profissionais.

Ainda neste ano, a ArcelorMittal vai terminar duas obras no valor de R$ 400 milhões, que estão demandando cerca de 1100 profissionais. Trata-se da reforma do alto forno 2, que após 21 anos de operação, terá melhorias em sua parte interna, sistema de refrigeração e alimentação elétrica; e da reforma da máquina de Lingotamento Contínuo 2, onde estão sendo substituídos todos os segmentos da máquina por novos e mais avançados tecnologicamente.

Os investimentos na área ambiental, já anunciados pela empresa em 2018, também demandarão mão de obra. Um dos projetos da siderurgia é o investimento em uma nova bateria na coqueria, que reduzirá as emissões na Chaminé 2 em 50%, com objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade do ar da Grande Vitória. A expectativa é que novos mecânicos, eletricistas, soldadores, caldereiros e pedreiros refrataristas sejam contratados com a intermediação do Sine da Serra, município onde a Arcelor está localizada. .

Já a Petrobras prevê um investimento de R$ 16 bilhões para o Estado em sua carteira de investimentos do Plano de Negócios e Gestão 2019-2023. 

O principal projeto da companhia é o navio-plataforma FPSO Integrado Parque das Baleias, no campo de Jubarte no Norte da Bacia de Campos, com previsão de início de operação em 2022. Esse FPSO, uma unidade afretada que está em fase de contratação, terá capacidade de processamento diário de 100.000 barris de óleo e 5 milhões de m³ de gás, para produzir e processar óleo do pré-sal. O projeto contempla ainda a interligação de cerca de 25 poços, entre novos e outros que já estão em operação.

Novos supermercados também aquecem a economia e geram empregos 

Com expectativa de chegar a 2021 com 35 lojas no Espírito Santo, o Grupo Coutinho, responsável pelos supermercados Extrabom e Extraplus, prevê a abertura de oito lojas, contração de 1700 funcionários e a ampliação do faturamento para R$ 1,5 bilhão nos próximos dois anos.

A novidade é o investimento em uma nova bandeira de negócio, o Atacado Vem, que contará com duas unidades. A primeira loja tem abertura prevista para janeiro de 2020 e ficará localizada em Serra, próximo à entrada do bairro José de Anchieta,e vai contratar 150 funcionários até o final deste ano.

A segunda unidade do Atacado tem a inauguração prevista entre julho e agosto de 2020, em Muquiçaba, Guarapari. Para esta unidade, a Grupo Coutinho prevê a contratação de mais 150 profissionais em 2020, nas mesmas funções.

Além dos atacados, o Grupo prevê outras três inaugurações do Supermercado da Rede Extrabom e geração de 1000 vagas de empregos diretos e indiretos. As lojas estarão localizadas em Laranjeiras, na Serra; Marcílio de Noronha, Viana e entre os bairros Santo Antônio e Inhanguetá, Vitória.

Já as outras três unidades, sendo duas da bandeira Extrabom e uma Extraplus, têm inaugurações programadas para até 2021. Todas serão situadas em municípios da Região Metropolitana de Vitória. Para essas novas operações é esperado investimento de R$ 35 milhões e mais 550 vagas de empregos diretos e indiretos.

Do comércio de rua para Shoppings Centers

Shopping Mestre Álvaro, localizado na Serra, no Espírito Santo. (Shopping Mestre Álvaro/Divulgação)

Com a melhora da economia, empresários já conhecidos no comércio de rua da Grande Vitória, aproveitam para atuarem e expandirem os seus negócios também em centros comerciais, como é o caso da Jheny Bolsas e Acessórios e Loucic Uniformes, no Shopping Mestre Álvaro. Além desses empreendimentos, outras sete lojas estão previstas para serem inauguradas neste shopping até o fim de ano.

Marcas já conhecidas há tempo pelos capixabas, as lojas Dadalto e Casa & Vídeo também voltaram a investir no estado. A Dadalto inaugurou no Shopping Mestre Álvaro, há cerca de dois meses. Já a Casa & Vídeo tem previsão de inauguração até o final deste ano.

Além dessas marcas, serão inauguradas no shopping lojas da Casa Rio, Carmen Steffens, Havaianas, Natal Nobre e Confort Shoes. Ao total, as novas lojas vão criar mais de 70 vagas de emprego até o final do ano.

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Para encaminhar currículo, o shopping orienta que cadastre exclusivamente no site, através do link: https://vagas.intranetmall.com.br/shoppingmestrealvaro/

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