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Com prejuízo bilionário, Correios têm 7 imóveis desocupados no ES

Com prejuízo bilionário, Correios têm 7 imóveis desocupados no ES

Estatal apresentou prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024 e iniciou negociação com bancos públicos para solicitar empréstimo de R$ 20 bilhões e recuperar o caixa

Publicado em 4 de novembro de 2025 às 18:30

Os Correios têm sete imóveis ociosos no Espírito Santo em meio a uma crise histórica que fez a estatal registrar R$ 2,6 bilhões de prejuízo em 2024. Nesse cenário, a empresa iniciou uma negociação com bancos públicos para obter empréstimo de R$ 20 bilhões a serem usados em uma iniciativa de reestruturação financeira. Esse plano de recuperação envolve ainda a demissão voluntária de funcionários e a venda de prédios que não são mais usados.

Levantamento obtido por A Gazeta via Lei de Acesso à Informação (LAI) mostra que os Correios contam com 50 imóveis próprios no Espírito Santo. Desses, sete estão ociosos, o equivalente a 14% dos espaços ocupados pela estatal no Estado.

O levantamento aponta que a estatal tem imóveis sem uso de Norte a Sul do Estado, sendo que a maioria está localizada na região central dos municípios, como em Venda Nova do Imigrante, ou em bairros de grande movimentação, como em Laranjeiras, na Serra, na Região Metropolitana. 

  •  ➡️Interaja com o infográfico abaixo e veja qual a situação de cada imóvel dos Correios no Estado
  • ❌ - Imóvel sem uso
  • ✅ - Imóvel em uso
  • $ - Imóvel vendido

  • Imóveis ociosos: 
  • Boa Esperança - Rua Tiradentes, 87 (Centro)
  • Mantenópolis - Rua William G. Benjamin, 325 (Centro)
  • Montanha - Rua Nossa Senhora Aparecida, 35 (Vinhático)
  • Rio Novo do Sul - Rua Major Caetano, S/N (Centro)
  • Serra - BR 101, S/N (Laranjeiras)
  • Venda Nova do Imigrante - Rua Domingos Perin, 119 (Centro)
  • Vitória - Estrada do Contorno S/N (Inhanguetá)

  • Imóveis vendidos: 
  • Apicá - Rua Ladeira Maria Ortiz, S/N (Centro)
  • Cariacica - Rua Amazonas, 46 (Jardim América)
  • Itarana - Rua Elias Colnago, 229 (Centro)
  • Marataízes - Rua do Correio, S/N (Centro)
  • Santa Maria de Jetibá - Avenida Frederico Grulke, 1645 (Centro)

Imóvel avaliado em meio milhão na Região Serrana

O imóvel dos Correios em Venda Nova do Imigrante foi avaliado em R$ 459.448,96 e deverá ser negociado com a prefeitura do município. 

Em setembro, a Câmara Municipal aprovou um projeto de lei que permite ao município fazer a aquisição do empreendimento. A justificativa é que o imóvel conta com localização estratégica e será destinado à ampliação de espaços públicos para atender demandas da administração municipal.

Câmara Municipal de Venda Nova do Imigrante
Imóvel ocioso dos Correios em Venda Nova do Imigrante é avaliado em quase meio milhão de reais Crédito: Câmara Municipal de Venda Nova do Imigrante

Ao longo dos últimos anos, a estatal efetuou a venda de outros cinco empreendimentos no Estado, também de imóveis localizados em regiões centrais ou de grande fluxo de pessoas.

A reportagem de A Gazeta procurou os Correios para comentar sobre os imóveis ociosos e saber se podem ser vendidos. Em nota, a estatal informou que informações oficiais sobre o plano de reestruturação, no momento, constam no informativo divulgado em outubro e que atualizações serão realizadas oportunamente.

Estatal prevê vender imóveis

Como A Gazeta mostrou, por meio do Projeto Comprova, iniciativa da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) voltada à checagem de desinformação nas redes sociais, a venda de imóveis faz parte do plano de recuperação financeira da empresa.

Em comunicado feito à imprensa, os Correios destacaram que a venda de imóveis possibilita a entrada de capital. Com isso, haverá também a redução de gastos com a manutenção desses espaços.

Além da venda de imóveis e do empréstimo de R$ 20 bilhões, os Correios também preveem renegociar contratos com seus maiores fornecedores em busca de condições mais vantajosas.

A ideia é também promover um novo Programa de Demissões Voluntárias (PDV), com foco mais amplo, no qual será realizado um diagnóstico da força de trabalho, com um mapa de setores da companhia ou de territórios com desempenho insatisfatório. Empregados nessas situações poderão aderir, reduzindo a pressão na folha de pessoal.

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