> >
Com inflação alta, Banco Central aumenta Selic para 12,75% ao ano

Com inflação alta, Banco Central aumenta Selic para 12,75% ao ano

Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu novamente aplicar alta de 1 ponto porcentual da taxa básica de juros em tentativa de frear o aumento generalizado nos preços

Publicado em 4 de maio de 2022 às 19:19- Atualizado há 2 anos

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Com a Selic em seu menor patamar histórico, especialistas sugerem a renda variável como opção de investimento
Selic tem subido para tentar controlar a inflação no país. (JComp/Freepik)

Com a inflação nas alturas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por uma alta de 1 ponto porcentual na Selic (a taxa básica de juros) nesta quarta-feira (4). A taxa subiu de 11,75% para 12,75% ao ano, conforme previa o mercado financeiro. 

Foi o décimo movimento consecutivo dos juros, após o BC cortar a taxa básica à mínima histórica (2%) em meio à pandemia de Covid-19. Nas oito reuniões anteriores, o BC havia subido a taxa em 0,75 ponto porcentual em três ocasiões; em 1 ponto nos encontros de agosto e setembro; em 1,5 ponto em outubro, dezembro, fevereiro; e em 1 ponto em março.

A taxa está, portanto, no maior nível do governo Jair Bolsonaro. Quando o presidente chegou ao poder, a taxa Selic estava em 6,50%.

A Selic é a taxa de juros básica do Brasil, ou seja, é a referência usada para o pagamento da dívida pública pelo governo. Ela também influencia as demais taxas de juros dos bancos e altera a rentabilidade de algumas aplicações financeiras como a poupança e outros investimentos mais conservadores.

A taxa é usada pelo Banco Central como ferramenta para controlar a inflação, já que a alta ou a queda dos juros influencia o consumo das famílias e a tomada de crédito no país. E essa missão não é fácil: o comitê luta para trazer uma inflação de 11,30% ao ano para a meta de 3,5% em 2022.

Em linhas gerais, quando a inflação está alta, aumentam-se os juros para reduzir o consumo e forçar uma queda nos preços. Quando a inflação está muito baixa, o Banco Central reduz a Selic para estimular o consumo.

O aumento do juro básico da economia reflete em taxas bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito (entre seis meses e nove meses). A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos.

O Copom considerou, para a decisão, que o ambiente externo seguiu se deteriorando, com pressões inflacionárias decorrentes da pandemia que se intensificaram com problemas de oferta causados pela nova onda de Covid-19 na China e pela guerra na Ucrânia.

No cenário interno, a inflação ao consumidor seguiu surpreendendo negativamente e houve piora do conjunto dos indicadores.

"O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a convergência da inflação para as metas ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2023", destacou o Copom em nota.

Para a próxima reunião, o Comitê antevê um ajuste de menor magnitude.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais