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Publicado em 13 de agosto de 2024 às 18:04
A rede de abastecimento de água em Vitória deve ser trocada de forma integral com o auxílio de robôs. O serviço, que já teve início e prevê mudança, reparo ou ampliação da tubulação em toda a Capital, usa o método não destrutivo (MND), tecnologia originária da Alemanha, cujas ferramentas reduzem os impactos no trânsito durante as obras. O modelo é utilizado para assentamento de novas tubulações subterrâneas em áreas onde a escavação se apresenta inviável, como em travessias abaixo de rodovias e centros urbanos de alto fluxo.>
O método permite a redução considerável de abertura de valas com uma técnica adaptável a diversos tipos de solo, possibilitando controle de profundidade e distância das perfurações, menor interrupção no tráfego de veículos e de pessoas, além da redução de custo operacional. Para efeito de comparação, serviços que demorariam três meses podem ser concluídos em três dias.>
Em conversa com a reportagem de A Gazeta, o presidente da Companhia Espírito-santense de Saneamento (Cesan), Munir Abud, explicou que as redes de abastecimento de água em Vitória foram danificadas em decorrência do envelhecimento natural e da falta de manutenção adequada nos últimos 50 anos, o que motiva os reparos.>
Munir Abud
Presidente da Cesan
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"Como exemplo, na Avenida Leitão da Silva, nós temos obras em um trecho de 1,2 quilômetro. Sem o MND, teríamos que abrir uma vala de 5 metros de largura por toda a extensão do trecho a ser trocado. Com o MND, abrimos janelas de 1m x 1,80m para a passagem dos tubos. Nesse processo, conseguimos instalar certa de 120 metros de tubos por operação", explica Samuel Reis, engenheiro civil do setor de operações e manutenções da Cesan.>
Samuel Reis
Engenheiro CivilOs tubos antigos da tubulação na Capital são feitos de fibrocimento, ferro fundido, aço e PVC. Com a troca, são instalados tubos de Polietileno de Alta Intensidade (PEAD), que têm durabilidade mínima de 80 anos e são mais leves e resistentes que os demais materiais.>
O objetivo é que o método seja usado também em outras cidades capixabas. “Iniciamos a substituição em locais como Leitão da Silva, Avenida Vitória e, em breve, começaremos na Avenida Maruípe, assim como nos bairros Praia do Canto e Mata da Praia. Nosso objetivo é expandir esse método para todo o Espírito Santo, começando por Vitória e Guarapari”, detalhou Munir Abud, sinalizando que, apesar dos trabalhos iniciados, os cronogramas estão sujeitos a alteração e não há prazo concreto para conclusão de toda a troca.>
Para o presidente da Cesan, um dos benefícios ligados à troca da tubulação é a redução do desperdício de água. “Cerca de 40% da água tratada em Vitória é perdida devido a vazamentos e ligações clandestinas. Com a melhoria das redes, podemos reduzir essas perdas, melhorando o abastecimento em até 40%”, ponderou.>
Munir Abud
Presidente da CesanSegundo a Cesan, as intervenções na Capital serão realizadas principalmente durante a noite para evitar interrupções no tráfego de veículos. >
“Além disso, implementamos redes de bypass para garantir que não haja suspensão no abastecimento durante as obras. Essas medidas têm sido eficazes em Guarapari e serão replicadas em Vitória e outras cidades”, disse Munir Abud. Segundo o presidente, para garantir o abastecimento contínuo, a Cesan quadruplicou a frota de caminhões-pipa, assegurando que qualquer eventualidade durante as obras seja atendida.>
Questionado sobre obras em vias onde o recapeamento asfáltico foi realizado recentemente pela Prefeitura de Vitória, como a Avenida Maruípe, e o trecho da Dante Michelini entre Jardim da Penha e Jardim Camburi, Munir sinalizou que a administração municipal tem ciência das obras previstas pela Cesan.>
“A Cesan não realiza obras em Vitória, a não ser em caráter emergencial, sem anuência da prefeitura, que conhece nosso cronograma e colabora conosco para planejar onde serão realizadas as obras [...] Em relação aos impactos na pavimentação asfáltica, nossa abordagem facilita a recomposição do pavimento e nos responsabilizamos pela reparação e entrega do asfalto da forma que o encontramos”, pontuou.>
Munir Abud
Presidente da CesanGustavo Perin, secretário Municipal de Obras de Vitória, afirmou que todo o trabalho de recapeamento do asfalto e dos serviços na tubulação é feito em conjunto entre o Executivo municipal e a Cesan.>
"Em 12 de março (deste ano), a Cesan nos apresentou toda a metodologia de planejamento da execução. Então trabalhamos de forma alinhada em variadas vias. O programa de recapeamento da prefeitura começou em setembro (de 2023) e combinamos com a Cesan para que eles começassem pela Leitão da Silva, antes de intervenções em vias onde temos projetos mais avançados", explicou o secretário.>
Segundo a Prefeitura de Vitória, já foram recapeadas 82 ruas e avenidas em 13 bairros, totalizando o equivalente a 67 quilômetros de uma via de mão dupla e faixa simples na Capital.>
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