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SOS Mau hálito: serviço anônimo ajuda a alertar quem tem bafo e não sabe

SOS Mau hálito: serviço anônimo ajuda a alertar quem tem bafo e não sabe

E-mail avisa sobre o cheiro ruim da boca, orientando a oessoa a buscar ajuda profissional e oferecendo acolhimento; odor pode esconder problemas de saúde

Publicado em 23 de setembro de 2025 às 07:38

Imagina a cena: você sai com alguém para um primeiro encontro romântico. Aí, na hora do beijo, a pessoa aproxima a boca de você e junto vem o cheiro ruim. Avisar alguém de que ela está com mau hálito pode ser uma missão delicada, criar um desconforto e até ser o ponto final do nosso "date" hipotético. Existe, no entanto, uma forma segura e anônima de fazer isso. A Associação Brasileira de Halitose (ABHA) oferece o SOS Mau Hálito, um serviço gratuito disponível no site da entidade.

Imagina a cena: você sai com alguém para um primeiro encontro romântico. Aí, na hora do beijo, a pessoa aproxima a boca de você e junto vem o cheiro ruim. Avisar alguém de que ela está com mau hálito pode ser uma missão delicada, criar um desconforto e até ser o ponto final do nosso "date" hipotético. Existe, no entanto, uma forma segura e anônima de fazer isso. A Associação Brasileira de Halitose (ABHA) oferece o SOS Mau Hálito, um serviço gratuito disponível no site da entidade. 

A cirurgiã-dentista Sandra Kirchmayer, presidente da ABHA, que mora e atende em Vitória, na Enseada do Suá, conversou com A Gazeta e explicou como o serviço funciona. A pessoa que está com uma alteração no hálito recebe um e-mail profissional e acolhedor incentivando a busca por orientação especializada.

É uma forma ética e cuidadosa de ajudar alguém. Muitas vezes, a pessoa não sente o mau hálito por conta da fadiga olfativa (se acostuma com o cheiro), mas precisa saber que tem um problema para procurar ajuda

Sandra Kirchmayer

Cirurgiã-dentista Sandra Kirchmayer e presidente da ABHA

Além da iniciativa, a associação realiza a Campanha Nacional de Combate ao Mau Hálito 2025, que começou na segunda-feira (22) e vai até 25 de outubro em todo o país, com o tema “Mau hálito constante indica problema de saúde”. A ação quer derrubar preconceitos e alertar para o fato de que a halitose vai muito além da estética: ela pode indicar doenças bucais ou sistêmicas, como periodontite, síndrome de Sjögren e até diabetes.

O mau hálito não deve ser tratado como uma questão puramente estética ou motivo de piada. Ele é um sinal clínico importante, que merece atenção e acolhimento

Sandra Kirchmayer

Cirurgiã-dentista Sandra Kirchmayer e presidente da ABHA

Segundo estimativas da ABHA, mais de 30% da população brasileira convive com mau hálito, mas o assunto ainda é cercado de constrangimento e desinformação. Para quebrar esse ciclo, a associação promove palestras, entrevistas e ações educativas. 

Nosso objetivo é transformar o pensamento das pessoas e encorajá-las a falar sobre o problema com empatia. O SOS Mau Hálito surgiu exatamente para facilitar esse diálogo: se você não tem liberdade de avisar alguém, pode usar o serviço com segurança

Sandra Kirchmayer

Cirurgiã-dentista Sandra Kirchmayer e presidente da ABHA

Trotes atrapalham trabalho da associação 

Depois de saber que é possível enviar um e-mail anônimo para alertar sobre um colega com mau hálito, muita gente tem a atitude de usar o serviço para fazer uma "brincadeira" com amigos, familiares ou colegas de trabalho. O trote, porém, atrapalha o trabalho ABHA, que tem o objetivo de tratar as pessoas com acolhimento. 

Quem recebe o e-mail, inclusive, é avisado da possibilidade de ser um trote, uma brincadeira de mau gosto. 

Sandra Kirchmayer

Cirurgiã-dentista Sandra Kirchmayer e presidente da ABHA
Mau hálito pode criar constrangimentos e esconder problemas de saúde
Mau hálito pode criar constrangimentos e esconder problemas de saúde Crédito: Stockking/ Freepik

Segundo Sandra, o tema deve ser encarado com leveza, para que as pessoas possam conseguir alertar as pessoas próximas pensando no bem delas.

O ideal seria que alertar sobre o mau hálito fosse como avisar a uma pessoa que ela está com uma casquinha de feijão no dente. Algo comum, sem desconforto 

Sandra Kirchmayer

Cirurgiã-dentista Sandra Kirchmayer e presidente da ABHA

Dentista orienta a buscar ajuda capacitada 

Nem segredinho da internet, nem receitinha de vó. O ideal, segundo Sandra, é procurar ajuda profissional e capacitada para lidar com o mau hálito. 

O dentista é o profissional que deve ser procurado, preferencialmente, um que tenha alguma formação mais voltada para esse tipo de atendimento. O profissional já treinado percebe alterações, tanto no hálito quanto no corpo, na questão saliva que podem ajudar num diagnóstico precoce de doenças.

Dentista orienta a buscar ajuda capacitada

Cirurgiã-dentista Sandra Kirchmayer e presidente da ABHA

Fundada em 1998, a ABHA é referência nacional no estudo da halitose e reúne mais de 130 profissionais capacitados em todo o Brasil. Além de combater o uso de soluções milagrosas e sem comprovação científica, a associação investe em pesquisa e orientação de pacientes. “Tratar o mau hálito como um problema de saúde, e não como um defeito pessoal, salva relações, oportunidades e a autoestima de quem sofre calado”, conclui Sandra.

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