Repórter / fsena@redegazeta.com.br
Publicado em 25 de abril de 2025 às 10:57
Quem já viajou para o interior e ficou contando vaquinhas na paisagem já deve ter tido a impressão de que alguma dessas cidades parecem ter mais boi que gente. Essa sensação tem fundamento. No Espírito Santo, 38 municípios têm mais bois do que habitantes, conforme informações da Gerência de Dados e Análises da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), a partir de dados originais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados foram divulgados pela Seag na quinta-feira (24), dia em que é celebrado o Dia Nacional do Boi, data que destaca a importância da bovinocultura no Brasil, país com o maior rebanho bovino do mundo, somando mais de 220 milhões de cabeças.
No Espírito Santo, são cerca de 2,2 milhões de bovinos, espalhados por todas as regiões do Estado, com forte concentração no Norte e Noroeste. Nessas áreas, segundo a Seag, a criação de gado é uma das principais fontes de renda das famílias do campo.
“O Espírito Santo tem mostrado sua força na pecuária e, atualmente, desponta na qualidade da carne bovina produzida. Contamos com um rebanho expressivo em vários municípios espalhados pelas diversas regiões e, por isso, temos empregado esforços para levar a atuação do Governo a todos os cantos do Estado. Nossas políticas públicas voltadas ao fortalecimento da produção leiteira e de corte estão alinhadas à realidade dos produtores e às vocações do campo capixaba”, afirma o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli.
Campeão no ranking "boi por pessoa", o município de Mucurici, no extremo Norte capixaba, conta com 16 bois para cada morador. Já Ecoporanga lidera em números absolutos: são mais de 226 mil cabeças de gado para uma população que não chega a 22 mil pessoas — uma média de 10 bois por habitante.
É importante frisar que os números são arredondados. Por exemplo: em Ecoporanga, existem 226.147 bois e 21.992 pessoas. No cálculo, se divide o número de pessoas pelo número de bovinos. Fazendo as contas, o resultado é 10,28. Como não existe "0,28" de uma pessoa, o número é arredondado para 10.
Por isso, é possível municípios como São Roque do Canaã aparecem na tabela com proporção de um para um, e, mesmo assim, com mais bois que pessoas.
Outros municípios como Ponto Belo, Montanha e Presidente Kennedy também aparecem na lista dos que têm mais bois do que gente, com proporções que variam entre cinco e sete bovinos por habitante.
“A predominância do gado nessas localidades se deve a uma combinação de fatores: grandes extensões de pastagens, desafios climáticos, tradições familiares no campo para essa atividade e programas estaduais de incentivo à agropecuária”, declarou o coordenador de Pecuária da Seag, Filipe Barbosa Martins.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta