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Rumo ao centenário, A Gazeta cria nova área com foco em inovação e performance

Rumo ao centenário, A Gazeta cria nova área com foco em inovação e performance

Veículo presente na internet desde 1996 inaugura Gerência-Executiva de Produto, sob liderança da jornalista Elaine Silva, focada em estratégia digital e performance de mídia

Publicado em 29 de novembro de 2023 às 15:19

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Elaine Silva, , assume o cargo de gerente-executiva de produto
Elaine Silva, , assume o cargo de gerente-executiva de produto. (Divulgação)
Eduardo Fachetti
Gerente de Relações Institucionais / [email protected]

Em 1928, A Gazeta deu início à sua trajetória como jornal impresso. Nas nove décadas seguintes, modernizou-se, ganhou cores, inaugurou sua página na internet em 1996, chegou a vender 100.000 exemplares em papel em um único dia e, em 2019, fez um relevante movimento de transformação digital, encerrando as atividades impressas. Agora, já de olho no centenário, dá mais um passo na jornada de inovação, passando a operar com uma Gerência-Executiva de Produto.

A nova estrutura, anunciada nesta quarta-feira (29) pela Rede Gazeta, ficará sob liderança da jornalista Elaine Silva, que tem uma trajetória de quase 25 anos no grupo de comunicação. À frente da Redação de A Gazeta e CBN Vitória desde 2019, Elaine migra para a Diretoria de Inovação e Novos Negócios do grupo, onde vai liderar o novo time de Produto Digital.

Na entrevista a seguir, Elaine explica o que a levou a abraçar o novo desafio na carreira e faz uma análise de como o setor de mídia deve encarar as transformações e inovações enquanto a automação e a inteligência artificial avançam cada vez mais rápido sobre o Jornalismo. Confira:

Você entrou na Rede Gazeta em 1998 e, desde então, passou por praticamente todas as posições dentro da Redação de Jornalismo. O que te levou a esta virada de chave, agora, passando para uma área de estratégia digital e de negócio?

Realmente o convite me pegou de surpresa porque são quase 25 anos dedicados às reportagens e decisões editoriais. Entrei na Rede como residente em 1998 e no ano seguinte fui contratada como repórter. De lá pra cá fui editora-adjunta, colunista, editora de Economia, editora-executiva, ou seja, nunca tive outro emprego além da Rede Gazeta. Em 2019, fui chamada para liderar um dos maiores desafios da empresa e também da minha carreira, com a decisão de descontinuar o impresso diário e fazer a transformação digital da Redação, com o foco total no site A Gazeta.

Nesses 4 anos, com direito a uma pandemia no meio, vivenciamos um grande aprendizado na redação. Aprendemos a trabalhar em home office, montamos uma Redação Integrada envolvendo todos os veículos jornalísticos da Rede, e tivemos um mergulho profundo nas estruturas que movem um produto digital. Portanto, por mais que tenha sido surpresa, já estou vindo de um ciclo de muitas transformações, e esse novo passo vai coroar um novo momento não só da empresa, mas também da minha carreira. O legal é ver que a Rede Gazeta está antenada com um movimento mundial de ter jornalistas seniores nesta posição tão estratégica.

Afinal, qual será a missão da Gerência-Executiva de Produto?

A nova gerência é responsável por tudo que envolve o produto A Gazeta, a partir de uma estratégia focada nas necessidades de seus usuários e na sustentabilidade do negócio. A missão é perseguir metas que tragam impacto e relevância para fazer um Espírito Santo cada vez melhor, além de gerar receitas para manter a independência financeira do produto. Suas responsabilidades incluem priorização de tarefas para o site funcionar melhor e diálogo constante com as equipes editoriais para garantir conteúdos em formatos criativos, úteis e com experiência envolvente.

Esta estrutura existe em outros veículos jornalísticos do país? Como foi o processo de construção do modelo que você vai liderar em A Gazeta?

Existe um movimento interessante que vem sendo feito em redações que resolveram apostar forte no digital, como A Gazeta fez. Essas mudanças constantes na forma do usuário consumir notícias vêm exigindo cada vez mais das empresas uma aposta forte na gestão do produto. Mas não são todas os veículos que criaram em uma Gerência-Executiva de Produto. Muitas têm Gerência de Produto, mas com foco no gerenciamento de backlogs, lista de priorização de tarefas no desenvolvido do site. Entretanto, há um movimento recente em redações para uma estruturação de produto de uma forma mais executiva, em que o gestor também tem uma visão geral da estratégia, da sustentabilidade financeira, além da performance do produto.

Em 2019, quando A Gazeta fez o movimento de transformação digital, muito se falou em fortalecer a marca em outras plataformas, dialogar com o leitor e com os assinantes em formatos inovadores. Acha que essa meta foi cumprida? E o que pode ser acelerado a partir daqui?

Vale lembrar que descontinuamos o impresso diário no final de 2019 e começamos o ano de 2020 com um foco muito forte nessa questão de mudanças na forma de produzir e distribuir o conteúdo. A questão é que todo esse processo foi muito acelerado pela pandemia e o que já era muito mutante ficou exponencial. Tivemos que produzir mais, com mais foco em saúde, e entregar a notícia quase em tempo real diante da necessidade de todo mundo saber sobre a Covid-19, as vacinas, e os cuidados em geral com o adoecimento da população. Isso nos aproximou das pessoas ainda mais, afinal a maioria delas estava fazendo tudo de casa.

Experimentamos os maiores picos de audiência do site até hoje. Por isso, acredito sim que cumprimos a meta de estar mais próximos do público e em quais plataformas eles desejavam. O exemplo disso foram os grupos de WhatsApp do site, que até hoje são um sucesso entre os capixabas. Passada a pandemia, vieram outras questões como aumento de fake news, aversão do público por notícias ruins, polarização política, e mais recente a chegada inteligência artificial. Ou seja, acredito muito que o mergulho total no mar do digital veio na hora certa para A Gazeta, isso nos credenciou a saber enfrentar grandes ondas e superar vários desafios.

Mas elas (ou eles) continuam crescendo, e agora, a oportunidade é ter um time ainda mais dedicado ao produto, para entender melhor o público, seus gostos, seus objetivos, e, na outra ponta, também estar mais próximo do mercado, diante de tantos clientes que vêm nos valorizando, sendo parceiros comerciais.

Nos próximos meses você e seu novo time têm a missão principal de construir uma estrutura sólida de liderança, estratégia e metas para 2024. Já há um “objetivo maior” para o próximo ano?

Ainda estamos nas discussões preliminares sobre estratégia e metas. Mas uma coisa que temos certeza é a de que não abriremos mão do engajamento do público capixaba. Não importa se ele gosta de política, economia, opinião, trânsito, clima, polícia ou entretenimento. Ou se gosta de formato em vídeo, áudio ou texto. Menos ainda se quer entrar no site pela página principal, pelo site de busca ou pelas redes sociais. Essa escolha quem faz é o usuário e nós temos que estar prontos para atendê-lo. Sabemos que temos que facilitar a vida do leitor, fazer com que ele chegue e se sinta bem no site, ao se relacionar com nosso conteúdo. De outro lado, entendemos a importância de manter uma independência financeira, através de um negócio sustentável.

Na sua opinião, a jornada de transformação e consolidação de A Gazeta como produto digital sustentável dialoga com a inteligência artificial?

Sabemos que a IA vai mudar ainda mais a forma do leitor consumir conteúdo. Quanto mais a gente antecipar esses movimentos, ler tendências e traçar uma estratégia de adaptação a esse novo momento, poderemos usar a IA para algo proveitoso, que nos aproxime dos usuários. A questão é entender as ameaças, como aumento da desinformação e desrespeito aos dados e direitos autorais. E na outra ponta usar essa tecnologia para facilitar o trabalho, aprofundar o conhecimento sobre a audiência, agilizar a chegada da informação ao leitor.

Aliás, tem como escapar dos impactos da IA no jornalismo?

Escapar não é a palavra na minha opinião. Acredito que tenhamos que conviver, enfrentando os desafios que virão e aprendendo com as oportunidades que também vão ser criadas.

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