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Publicado em 18 de outubro de 2021 às 20:24
O anúncio de que uma região no bairro Mata da Praia, em Vitória, ganharia status de polo gastronômico pela prefeitura da Capital desagradou os moradores. Eles temem que, se implementado, o polo cause aglomeração e barulho, além de prejudicar o trânsito no local. >
A administração municipal contesta, e afirma que a medida vai, ao contrário, permitir uma melhor organização do espaço onde atualmente já há uma concentração de bares e restaurantes.>
Em setembro, a prefeitura anunciou a criação de polos gastronômicos em diversos bairros de Vitória. Os locais contemplados são aqueles que têm vocação gastronômica consolidada, como a Curva da Jurema, Rua da Lama e a Rua Sete, por exemplo. >
No caso da Mata da Praia, a região em questão engloba o entroncamento entre três avenidas e é bem conhecida pelos boêmios. >
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“O público que vai ser atraído por esses polos vai acabar com o nosso bairro. Além disso, vamos ficar estrangulados quando houver fechamento de ruas, vamos ficar presos no bairro”, apontou a presidente da Associação de Moradores da Mata da Praia, Maria Lúcia Dellatorre. >
Segundo ela, já foram feitas duas reuniões com o secretário de Governo e de Desenvolvimento da Cidade e Habitação, Marcelo de Oliveira. A presidente da associação afirma que, apesar dos pedidos de que o bairro deixe de integrar o decreto que cria os polos gastronômicos na Capital, o secretário se mostrou “irredutível”. >
“Primeiro, ele deveria ter mostrado ao bairro para ver se o projeto interessava. Ficamos sabendo pelos jornais. Marcamos uma reunião três dias depois e ele ficou irredutível. Ele fala que vai acontecer, que o polo é bom pra Mata da Praia, mas, para nós, o projeto é horrível”, diz. >
Revoltados, eles planejam uma manifestação no bairro nesta terça-feira (19) com faixas e carro de som. "Estamos com 99% da população da Mata da Praia revoltada. Eu quero que tire esse polo daqui. A Mata da Praia não pode fazer parte desse edital”, diz Maria Lúcia. >
O secretário afirmou que o posicionamento dos moradores é uma questão de desinformação. Ele diz que foi criada uma "resistência ao nome ‘polo gastronômico’”, mas ressalta que não haverá mudanças físicas ou estruturais no local.>
“Não estamos criando, estamos reconhecendo uma região que já funciona como polo gastronômico, que a cidade já reconhece como tal.”>
Ainda de acordo com o secretário, o decreto visa organizar o uso daquele espaço, impedindo que atividades venham a ampliar o impacto que já existe. “No decreto de formação fica proibida a presença de ambulantes, food truck, carro de som, etc. A Rua da Lama aconteceu o que aconteceu lá por falta de regulamentação do polo gastronômico”, afirma. >
Ele esclareceu ainda que, por se tratar de vias de grande fluxo de veículos, não haverá elevação da pista, nem fechamento para veículos em determinados horários do fim de semana, e tampouco redução do número de vagas de estacionamento na Mata da Praia. >
Esses recursos poderão ser utilizados em outros locais, como na Rua Sete, no Centro, por exemplo, onde é uma demanda da comunidade. >
O presidente do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Espírito Santo (Sindibares), Ricardo Vervloet, diz que do ponto de vista dos comerciantes a criação do polo gastronômico é vantajosa. >
“Tem o benefício urbanístico, tem uma região mais organizada, com recolhimento de lixo, mais segurança, impede a baderna. É benéfico para toda cidade, inclusive para os moradores”, avalia. >
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