Publicado em 5 de julho de 2022 às 18:58
Depois de uma noite divertida e regada a drinques saborosos, chega a triste realidade da ressaca. Dor de cabeça, mal-estar e náuseas são comuns para boa parte das pessoas que exageram no consumo do álcool. É para esse público que uma nova pílula foi lançada no Reino Unido. Ela busca diminuir a ressaca por meio de organismos presentes em sua fórmula.>
Chamado de Myrkl, o produto é composto de micro-organismos vivos que, ao serem ingeridos, convertem o álcool em gás carbônico e água. Isso evita as substâncias que causam as complicações comuns depois da ingestão de bebida alcoólica.>
O álcool normalmente é metabolizado pelo fígado. Neste processo, ele pode resultar em ácidos tóxicos, como o etanoico, que afetam o bem-estar da pessoa. A ideia do Myrkl é agir antes que esse processo de metabolizar o álcool ocorra.>
O produto é desenvolvido pela empresa de Faire Medical (DFM) e é comercializado em um site próprio. Uma caixa com três comprimidos custa £ 30 (aproximadamente R$ 192), mas os itens esgotaram.>
>
Para funcionar, a empresa indica que é necessário tomar dois comprimidos do produto com no mínimo uma hora de antecedência da ingestão de bebida alcoólica.>
O Myrkl é um probiótico - aqueles produtos que contêm em sua fórmula micro-organismos vivos. Ele libera as substâncias presentes no produto - entre as quais, bactérias do gênero bacillus - no intestino da pessoa que consome a pílula.>
Essas bactérias são reconhecidas por terem a capacidade de converter o álcool em gás carbônico e água antes que ele seja metabolizado pelo fígado. É por essa razão que o produto consegue evitar a tão indesejada ressaca já que a bebida não resultaria em ácidos tóxicos.>
Um estudo foi publicado em junho para medir os benefícios do produto. No artigo, os autores relataram possíveis conflitos de interesse por razão da pesquisa ter sido financiada pela DFM - a empresa produtora do Myrkl. Além disso, alguns dos autores têm vínculo direto com a DFM, como um deles que é sócio e fundador.>
Essa investigação contou inicialmente com 24 pessoas que foram divididas em grupo experimental - usou o produto em si - e um grupo placebo - consumiu farinha de arroz. Os participantes utilizaram o produto por uma semana em conjunto com a ingestão de bebida alcoólica.>
No final do estudo, os pesquisadores observaram uma queda média de 70% dos níveis de álcool no sangue no grupo experimental após 1 hora da ingestão de bebida alcoólica em comparação com os participantes que tomaram o placebo. Esse seria um indicativo da eficácia do produto.>
Mesmo assim, os autores apontam algumas limitações do estudo. Além do conflito de interesse que pode existir, a pesquisa contou com um número pequeno dos participantes - dos 24 que estavam no início da pesquisa, somente 14 participantes compuseram a análise final por causa de critérios de exclusão.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta