Em cidades pequenas, as igrejas católicas têm o costume de tocar o sino. Seja para avisar sobre a missa ou uma solenidade, seja para marcar a hora, o som da badalada está no dia a dia do lugar. Mas quando isso acontece em uma cidade maior, como Vitória, qual é a reação da comunidade? A Paróquia Sagrada Família, em Jardim Camburi, está passando por uma reforma e uma das novidades é justamente a implantação do sino eletrônico, o que tem gerado debate entre moradores do bairro mais populoso da Capital.
Ao todo, a torre da igreja terá três sinos eletrônicos. Todos serão controlados pelo celular, sem que haja a necessidade de um sineiro no local.
Além de imitar fielmente o som dos tradicionais sinos de bronze, o modelo escolhido também permite a transmissão de músicas e mensagens, como se fosse uma caixa de som. A data e a hora do toque poderão ser programadas com antecedência pela equipe responsável.
A paróquia ainda não informou os horários certos das badaladas: “O provável é que o sino toque para avisar das celebrações e das missas, mas ainda não está certo”, comenta o padre Adenilson Antonio Schmidt, pároco da igreja.
A inauguração do sino também não tem data definida, mas deve acontecer junto ao fim da obra na igreja, previsto para dezembro deste ano.
Apesar de a obra continuar em andamento, a instalação dos sinos divide opiniões. Alguns moradores do bairro apoiam a sonorização, mas outros estão apreensivos, com medo de o barulho incomodar.
"É um bairro urbano, com muitos habitantes, não tem necessidade de mais barulho", comenta a universitária Ana Paula Martins.
As principais preocupações são os horários e o número de vezes que o sino vai tocar. “Não tem problema se tocar duas vezes ao dia, mas, se tocar muitas vezes, atrapalha”, comenta Valmira Martins, moradora e comerciante do local.
Já para o guarda municipal Ronison Alberti, que trabalha diariamente na Praça Mário Elias, em frente à igreja, os sons não serão problema. “Tem gente que gosta e tem gente que não gosta, eu não me incomodo. No meu bairro, o sino da igreja toca apenas no domingo de manhã, antes da missa, ou em caso de falecimento”, comenta.
Só depois de começar a funcionar, é que a região vai realmente saber sobre o volume do sino. E, caso seja necessário, na Capital, o morador poderá acionar o serviço de Disque-Silêncio, pelo número 156, pelo site da prefeitura e pelo aplicativo Vitória Online.
A partir daí, agentes da Secretaria de Meio Ambiente (Semman) visitam o local indicado e medem o nível do barulho por meio de um aparelho chamado decibelímetro. Se o volume estiver acima dos limites permitidos, há multa.
Em áreas residenciais, a tolerância é de 50 decibéis, das 22h às 7h, ou 55 decibéis entre 7h e 22h. Já nas proximidades de zonas comerciais, são permitidos até 65 decibéis de dia e 55 à noite.
*Laísa Menezes é aluna do 26º Curso de Residência em Jornalismo. Este conteúdo teve orientação e edição da editora Mikaella Campos.
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