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Moradores protestam contra retirada de barreira em rio de Linhares

Moradores protestam contra retirada de barreira em rio de Linhares

Estrutura impede que a água do Rio Doce chegue ao Rio Pequeno e depois à Lagoa Juparanã; obra foi determinada pela Justiça de Belo Horizonte (MG)

Publicado em 18 de agosto de 2023 às 13:33

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Protesto na estrada que dá acesso à Rio Bananal e Colatina
Protesto na estrada que dá acesso à Rio Bananal e Colatina. (Leitor de A Gazeta)

Após o início do processo de retirada da ensecadeira do rio Pequeno, em Linhares, no Norte do Espírito Santo, uma estrutura de contenção para impedir que a água do Rio Doce chegue até a Lagoa Juparanã, moradores da região realizaram uma manifestação contra a obra na manhã desta sexta-feira (18), na ponte que dá acesso à rodovia ES 248. O protesto durou cerca de cinco horas, com início por volta das 7h30 e fim às 12h30. Neste período, a Polícia Militar esteve presente para acompanhar o ato e orientar o trânsito.  

Segundo a Fundação Renova, responsável pela intervenção, o trabalho foi determinado após decisão judicial da 4ª Vara Judicial de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Ainda não foi retirada toda a estrutura, mas foi realizado na quinta-feira (17) um procedimento conhecido como alteamento, um primeiro passo para a remoção de ensecadeiras. O trabalho para a finalização deve continuar até outubro, informou a empresa.

De acordo com a apuração de A Gazeta, os manifestantes alegam que a Renova não apresentou um laudo sobre a qualidade da água no Rio Pequeno e acreditam que, sem a estrutura, pode ocorrer a contaminação da água da Lagoa Juparanã, impactando a vida dos moradores da região. O protesto deve continuar na segunda-feira (21). 

A reportagem perguntou à Fundação Renova sobre a existência de um estudo sobre a qualidade da água do Rio Pequeno. Em nota, a empresa informou que realiza o monitoramento hídrico da bacia do Rio Doce, que demonstra que a qualidade da água retornou aos parâmetros similares aos anteriores ao rompimento da barragem de Fundão.

"O Rio Doce é enquadrado na classe 2 pela legislação brasileira e sua água pode ser consumida pela população após tratamento convencional nos sistemas públicos de abastecimento, bem como ser usada para dessedentação animal e irrigação, entre outros usos previstos na legislação", afirmou.

Nota da Renova na íntegra:

A Fundação Renova informa que dará início ao processo de remoção da ensecadeira no rio Pequeno, em Linhares, após decisão judicial da 4ª Vara Judicial de Belo Horizonte (MG) determinar seu descomissionamento.

A primeira etapa, chamada de preparo para o descomissionamento, será realizada inicialmente com o alteamento de uma estrutura de contenção que será instalada na ensecadeira, previsto para o dia 17/08 (quinta-feira). Em paralelo, conforme consta na decisão, estão sendo realizadas melhorias na Estação de Tratamento de Água de Linhares.

Após a finalização das etapas anteriores, começam as atividades de remoção da estrutura da ensecadeira no rio Pequeno. A conclusão da remoção completa da ensecadeira no local está prevista para ser realizada até outubro deste ano. 

 A ensecadeira 

A ensecadeira instalada no Rio Pequeno é uma estrutura provisória, que foi construída em dezembro de 2019, na cota de 6 metros de altura, em cumprimento à decisão judicial, para impedir o contato das águas do Rio Doce com a Lagoa Juparanã. A Fundação Renova segue com os trabalhos de monitoramento dos níveis de água do Rio Doce. 

 Qualidade da água 

O monitoramento hídrico da bacia do Rio Doce demonstra que a qualidade da água retornou aos parâmetros similares aos anteriores ao rompimento da barragem de Fundão. O Rio Doce é enquadrado na classe 2 pela legislação brasileira e sua água pode ser consumida pela população após tratamento convencional nos sistemas públicos de abastecimento, bem como ser usada para dessedentação animal e irrigação, entre outros usos previstos na legislação.

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