Cartão-postal famoso de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, o Pico do Itabira, ganhou um adereço especial neste fim de semana e gerou curiosidade em muita gente. Um refletor foi colocado no alto do monte, a 715 metros de altitude, e chamou atenção dos cachoeirenses, que registraram a luz de vários pontos da cidade.
As imagens com a luz piscando no topo do Pico do Itabira circularam nas redes sociais com várias hipóteses, inclusive, se era um pedido socorro. No entanto, quem colocou o refletor lá em cima conta que a intenção foi promover a esperança, iluminando o monumento natural cachoeirense.
Nós estamos chamando a luz de 'esperança'. Este ano foi de muita tragédia. Primeira veio a enchente, que atingiu o nosso comércio e, depois, a pandemia. Está sendo um ano triste, e a gente quis fazer este ato simbólico de esperança, explicou o alpinista Ezequiel Vieira.
Além disso, o idealista disse que o projeto começou com a intenção de construir um acesso ao topo no formato 'via ferrata' (itinerário preparado nas paredes rochosas com escadas.) Para isso, foram instalados 300 degraus de ferro na pedra. O Nicácio de Paula, que também é alpinista, sempre teve a intenção de fazer a 'via ferrata' e, na pandemia, eu fui captando recurso para fazer. Agora vai receber o nome dele: Via do Nicácio, contou Ezequiel.
A luz está ligada à energia e deve ficar no local até o fim deste ano. Ela está a 10 metros mais baixo que a parte mais alta do cume e Ezequiel explica que, por ser de plástico, não tem risco de um raio acertá-la. O refletor é strobo, conhecido como luz de boate, de 1000w de potência, e foi preciso fazer algumas adaptações para que funcionasse lá em cima.
"A luz está usando um fio paralelo de 700 metros, que também foi usado para furar a rocha para colocar os degraus. Como a extensão do fio é muito longa, usamos um transformador de 5000va para aumentar sua voltagem para 220v e, lá em cima, usamos outro transformador para abaixar a voltagem para 127v e, assim, usarmos o martelete para furar a rocha", detalhou Ezequiel.
Ainda segundo ele, durante a semana, irá fazer algumas alterações para a luz funcionar como eles planejaram. O strobo tem 800 microLED, sistema de ventilação e mais algumas coisinhas. Como já era de se esperar, não funcionou muito bem com esta perda de energia, pois o fio é muito comprido. Mas existem recursos para resolver isso e, durante a semana, vou escolher qual usar tipo", disse.
Por enquanto, quem está ajudando o alpinista é a Dona Zilma, moradora da comunidade, que desliga e liga novamente a luz, quando apaga sozinha. A luz quando apaga, tem que ligar e desligar a tomada. E a Dona Zilma, é quem faz isso, pois ela é a guardiã da Esperança. Coloquei o nome nela, finalizou Ezequiel.
A seis quilômetros da sede de Cachoeiro, a área de preservação do Monumento Natural do Itabira foi criada em 1988, com os objetivos de resguardar a beleza natural de seus monumentos rochosos mais precisamente, o imponente Pico do Itabira e de conservar a vegetação natural da Mata Atlântica, com as nascentes dos córregos Itabira e Urtiga.
São cerca de 163 hectares, destacando-se, no horizonte, o Pico do Itabira, com 715 metros de altitude. Há uma trilha principal, com caminhada de média intensidade, que permite aos aventureiros contemplar as belezas naturais do entorno e alcançar o pé do monumento rochoso principal.
O acesso se dá pela ES 488 (Rodovia do Frade), que liga Cachoeiro à BR 101 Sul, ou pela estrada vicinal não pavimentada, que parte do bairro São Luiz Gonzaga e segue para a localidade de Itabira.
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