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Governo do ES autoriza negociação para comprar vacina direto de laboratório

Governo do ES autoriza negociação para comprar vacina direto de laboratório

Com pouco avanço para aquisição dos imunizantes na esfera federal, Estado busca indústria farmacêutica para adquirir as doses

Publicado em 4 de janeiro de 2021 às 13:35- Atualizado há 3 anos

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Divulgação
As vacinas que têm sido aplicadas em dezenas de países já se mostraram seguras. (Paul Biris)
Aline Nunes
Repórter de Cotidiano / [email protected]

O governador Renato Casagrande autorizou a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) a retomar a negociação com a indústria farmacêutica para aquisição de doses de vacina para a prevenção da Covid-19. Com pouco avanço do governo federal para a compra do imunizante para a distribuição no país, a estratégia é tratar diretamente com as fabricantes e, assim, iniciar a vacinação da população capixaba. 

Espírito Santo já dispõe de um plano estadual de vacinação, bem como adquiriu os insumos necessários para imunizar - 6 milhões de seringas foram compradas. O Ministério da Saúde, por sua vez, ainda não conseguiu comprar para atender a demanda. No planejamento da Sesa, foram definidos os grupos prioritários seguindo a referência nacional, e que seriam atendidos em três fases. O início, entretanto, vai depender de como vão avançar as negociações do governo do Estado com a indústria - disponibilidade de doses e valores - de modo a consolidar a operação. 

FASES DA VACINAÇÃO

As três etapas deverão atender a cerca de 1,1 milhão pessoas, estimativa do público-alvo de vacinação no Espírito Santo, que inclui idosos, profissionais de saúde e a população que apresenta comorbidades, tais como diabetes, hipertensão grave (sem controle), câncer e anemia falciforme.  Para a imunização ser efetiva, serão necessárias duas doses, ou seja, para atender somente os grupos prioritários o governo vai precisar de pelo menos 2,2 milhões de doses. 

O secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, se manifestou sobre o assunto em suas redes sociais no feriado, ressaltando que "se a União falhar, compraremos vacinas para imunizar todo o povo", indicando que a intenção do Estado é assumir o controle da imunização da população no Espírito Santo, caso o plano nacional não seja implementado em um curto prazo. Para Nésio, falhar é não garantir a imunização de toda a população em 2021, e o início precisa ser precoce, segundo o secretário tem afirmado reiteradamente. 

O Estado tem, inclusive, condições de fazer a aquisição da vacina, mesmo que não haja registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão regulador do país, depois que Casagrande sancionou a lei aprovada na Assembleia Legislativa para esse fim. Se o imunizante tiver reconhecimento de agências internacionais parcerias do Brasil, o Espírito Santo terá autonomia para fazer a compra e distribuir para os municípios promoverem a vacinação.  Mesmo assim, o governador tem declarado que a expectativa ainda é a de que o Ministério a Saúde faça a coordenação nacional da imunização. 

A Pfizer era a fabricante com a qual a Sesa tinha avançado mais nas negociações, mas que foram interrompidas quando o governo federal anunciou o Plano Nacional de Imunização (PNI) no início de dezembro, uma vez que caberia à União conduzir a vacinação da população contra a Covid-19, assim como tem sido feito em relação a outras doenças. Quase um mês depois do anúncio, e sem uma previsão concreta para começar a vacinação maciça no Brasil, o Espírito Santo volta a discutir com a indústria, não apenas com a Pfizer, mas também com outras farmacêuticas que apresentaram um vacina segura e eficaz.

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Neste final de semana, a Anvisa autorizou a Fiocruz a importar 2 milhões de doses de vacina, porém o volume é muito aquém da necessidade do país - essa quantidade não vacinaria nem o público-alvo no Espírito Santo. O próprio Ministério da Saúde, no PNI, apontava a negociação para adquirir 350 milhões de doses para iniciar a vacinação dos grupos prioritários. 

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