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Estudante com baixa visão desenvolve calculadora virtual inclusiva no ES

Estudante com baixa visão desenvolve calculadora virtual inclusiva no ES

Buscando facilitar seus estudos em matemática, Lucas Torres, estudante que tem deficiência sensorial (baixa visão), desenvolveu a “Calculadora DV”

Publicado em 5 de maio de 2025 às 13:25

Estudante de 14 anos desenvolve calculadora inclusiva para facilitar estudos.
Estudante de 14 anos desenvolve calculadora inclusiva para facilitar estudos. Crédito: Arquivo Pessoal

Para facilitar seu aprendizado em matemática, o estudante Lucas Torres, de 14 anos, que possui deficiência sensorial (baixa visão), desenvolveu a “Calculadora DV”, uma ferramenta virtual que amplia os números da calculadora na tela do celular. Apaixonado por programação, o adolescente criou o dispositivo on-line pensando não apenas em si, mas também em outros estudantes com deficiência visual que enfrentam dificuldades para enxergar os números nas máquinas convencionais.

A ferramenta foi desenvolvida com o uso de tecnologias como React Native com Expo, GitHub e VS Code. Lucas também contou com o apoio da inteligência artificial (IA), como o ChatGPT, para aprimorar ideias e resolver problemas de programação.  “Todas as IAs que eu uso são mais para estudar, para eu conseguir aprender. Por exemplo, eu coloco o erro e, ao invés de eu só copiar e colar, eu tento pedir para ele me explicar o erro. Com isso, eu não erro mais”, explicou o estudante.

Autodidata, Lucas vem se dedicando em cursos on-line há cerca de um ano e meio. Foi nesse processo que decidiu criar sua própria calculadora, motivado pela dificuldade de enxergar os números. “Pensei: por que não tento fazer a minha?”, conta.

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Estudante com baixa visão desenvolve calculadora virtual inclusiva no ES

Atualmente, apenas ele utiliza a ferramenta, mas o jovem planeja disponibilizá-la na loja Google Play. No entanto, está enfrentando dificuldades técnicas para a publicação. Enquanto isso, o dispositivo já pode ser acessado gratuitamente no site www.lucast.tech.

O jovem acredita que a tecnologia, quando bem utilizada, é uma aliada importante na educação. “Principalmente, para quem tem baixa visão, essa ferramenta ajuda a ampliar o conteúdo na tela do celular. E não serve apenas para estudantes. Professores e profissionais de outras áreas também podem usar essas ferramentas para fazer pesquisas.”

O interesse pela programação começou cedo, influenciado pelo irmão mais velho. “Ele programava desde pequeno também, depois que ele me mostrou a primeira tecnologia já comecei e com 10 anos criei meu primeiro site”, lembra.

"Sede de conhecimento"

A mãe do adolescente, Karyna Torres, conta que o filho enfrenta outra doença além da baixa visão: a síndrome nefrótica, que fez com que ele tomasse medicamentos fortes desde os dois anos de idade. Com isso, o filho sempre soube que precisaria se esforçar mais nos estudos.

Lucas foi 'sorteado' com um monte de doença, mas ele foi agraciado também com essa habilidade com a tecnologia e com essa 'fome de conhecimento'. Ele tem uma fome, ele tem uma sede na verdade de conhecimento que me impressiona e me realiza todos os dias como mãe

Karyna Torres

Mãe de Lucas

Para apoiar o talento do estudante, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Experimental de Vitória busca garantir os recursos necessários para aprimorar suas habilidades. A diretora da unidade, Luciana Castelo, destacou o papel do município no investimento em tecnologia. “Quando vemos iniciativas assim como a do Lucas, ficamos muito felizes. É uma coisa que pode ajudar outros alunos, e o mérito é totalmente dele; por outro lado, a escola sempre busca que ele tenha os suportes necessários, que ele possa ter, à mão, os recursos necessários para trazer qualidade”, finalizou. 

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